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12 anos de Ocupação Militar no Haiti

No entanto, a cada dia de ocupação, ficava evidente que não tratava-se de uma “missão humanitária”. O objetivo é de assegurar os interesses das grandes empresas transnacionais instaladas no Haiti. De garantir estabilidade para que estas empresas sigam produzindo e faturando um alto lucro à custa dos salários miseráveis pagos aos trabalhadores haitianos. As tropas foram, e ainda são usadas para reprimir qualquer revolta dos trabalhadores contra essa superexploração a que estão submetidos, por multinacionais norte-americanas, francesas, e também brasileiras.
Não é a toa que cada vez mais setores haitianos denunciam a ingerência estrangeira em seu país, o fracasso dos objetivos anunciados pela MINUSTAH e até mesmo o seu papel no agravamento da crise haitiana. Durante mais de uma década, a Minustah foi alvo de denúncia de violações de direitos humanos que vão desde relatos de torturas a estupros cometidos pelos capacetes azuis contra a população. Manifestações foram duramente reprimidas e dirigentes sindicais assassinados. Até mesmo uma epidemia de cólera que assolou o país, infectando 700 mil pessoas e matando outras 8 mil, foi fruto da ocupação. Tudo isso permaneceu impune e disfarçado pelo discurso e campanha do governo de “ação humanitária no Haiti”.
Não é a toa que os haitianos, responsáveis pela primeira revolução negra da história, resistem. As recentes mobilizações no país contra o governo e as fraudes nas eleições não só demonstram que a Minustah não ocupa o país para “restabelecer a democracia”, como também que os haitianos estão dispostos a lutar contra a ingerência do imperialismo e os seus aliados no Haiti.
A luta dos nossos irmãos haitianos é também nossa. A ocupação das tropas brasileiras é uma vergonha para o nosso país!
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