1º de Maio: Ocupamos as ruas em defesa das pautas históricas da classe trabalhadora
O PSTU participou dos atos internacionalistas, classistas, com independência de governos e patrões, convocados em unidade com a CSP-Conlutas e outras organizações

O 1º de Maio foi marcado pela realização de atos públicos alternativos convocados pela CSP-Conlutas, o PSTU e diversas outras organizações políticas, sindicais, estudantis e populares. O objetivo foi resgatar a história de luta dessa importante data e defender as pautas da classe trabalhadora com independência frente a todos os governos e patrões, e retomar o internacionalismo proletário.
Contraponto
A militância do PSTU convocou e organizou atividades em 40 cidades, sendo 21 capitais, nas cinco regiões do Brasil. Atos que se tornaram contrapontos às atividades das centrais sindicais burocráticas e governistas, que realizaram festas com sorteios e presença de políticos de direita no palco, e agitaram bandeiras de lutas genéricas para não se enfrentar com o governo Lula e seu Arcabouço Fiscal, que favorece os grandes capitalistas.
Nossos atos foram o oposto disso. Denunciamos a política econômica neoliberal do governo Lula e cobramos o fim do Arcabouço Fiscal. Exigimos, também: a revogação das reformas Trabalhista e da Previdência; a suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros; o fim das privatizações, pela reestatização, sem indenização, das empresas privatizadas; a aplicação de imposto progressivo sobre o lucro e dividendos das 200 maiores empresas e seus bilionários capitalistas; a expropriação dos bancos, dos grandes monopólios capitalistas e do agronegócio, para garantir alimentos para o povo; reforma agrária e urbana.
Unindo as lutas do momento
Nossos atos uniram as lutas que existem no momento, a exemplo da campanha pelo fim da escala 6×1, pela redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários e direitos, e pela isenção do Imposto de Renda até os R$ 5 mil, já, sem enrolação.
Cobramos medidas de combate à crise climática; o fim da LGBTIfobia, do racismo, do machismo e todas as formas de opressão; a derrubada do Marco Temporal, pela demarcação e titulação de todas as terras indígenas e quilombolas; e moradia popular aos sem-teto.
E deixamos nosso recado à extrema direita, exigindo a prisão de Bolsonaro e de todos os golpistas. É preciso punição, para que isso nunca mais aconteça.
São Paulo
Ato na avenida Paulista reuniu milhares na Avenida Paulista

Foto Sérgio Koei
Em São Paulo, cerca de 2 mil pessoas foram à avenida Paulista. O ato teve início em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiu em passeata até a Praça Roosevelt. Estiveram presentes trabalhadores de várias categorias, como metalúrgicos, professores, metroviários, servidores municipais e federais, além de movimentos de moradia, mulheres, juventude, imigrantes, negros, entregadores de aplicativo e mães de vítimas da violência policial.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, entre as principais reivindicações estiveram o fim da escala 6×1; a redução da jornada sem redução de salários; a revogação das reformas trabalhista e da Previdência; o fim do arcabouço fiscal; e a exigência de punição a todos os golpistas, sem anistia.
O combate à violência policial nas periferias, ao racismo, à violência machista e à xenofobia também foi destaque.
Internacionalismo
O apoio à resistência palestina diante do massacre promovido por Israel, e também à luta do povo ucraniano contra a invasão russa foram reafirmados como parte da solidariedade internacional.
Outra luta presente foi contra a xenofobia. Imigrantes relataram a situação difícil que passam no Brasil e o racismo que sofrem. Ao microfone, um trabalhador senegalês lembrou a morte de Ngange Mbaye, imigrante assassinado recentemente pela PM de São Paulo. Ele denunciou o racismo do sistema capitalista e a política migratória seletiva que atinge os africanos.
“Existe uma disputa imperialista pela África muito grande e essa disputa imperialista, que saqueia nossos recursos naturais e força a imigração. A imigração não é favor. É um direito humano consagrado na Declaração dos Direitos Humanos. Ngange era um trabalhador que não conseguiu vender a sua força de trabalho e, por isso, recorreu à informalidade e foi aí onde ele encontrou a sua morte. A morte do Ngange não é um caso isolado. É fruto desse sistema capitalista que privilegia a imigração branca em detrimento da imigração africana”, explicou.
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Porto Alegre
Greve dos trabalhadores do Zaffari marca o 1º de Maio
Em Porto Alegre, o dia foi marcado pela greve dos trabalhadores do supermercado Zaffari, que lutam contra escalas extenuantes que chegam a 10×1, além de baixos salários.
“O 1º de Maio foi muito importante, com muita representatividade da classe trabalhadora. Primeiro, porque tinha como eixo central a questão de ser um 1º de Maio classista e independente de governos e patrões. Segundo, que ele foi marcado por uma greve de trabalhadores do Zaffari, que é uma categoria muito jovem, que sofre muita pressão do patrão, mas que teve a coragem de iniciar a greve”, diz Rejane de Oliveira, militante do PSTU e integrante da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas.
O grupo Zaffari é um dos maiores oligopólios empresariais do Rio Grande do Sul e lucra R$ 640 milhões por ano à custa da exploração dos trabalhadores e da monopolização da rede de mercados.
Como forma de enfrentar esta situação, centenas de funcionários se auto-organizaram e decidiram realizar a greve no 1º de Maio, mesmo sem o apoio do Sindicato dos Comerciários, que é aliado da patronal.
Com a greve, os trabalhadores passaram a receber ameaças e intimidações. O Zaffari entrou mais uma vez na Justiça contra o PSTU, que emitiu um interdito proibitório, impedindo que fossem realizados protestos dentro dos supermercados, sob pena de multa de R$ 20 mil por dia.
Mas nada impediu que a greve fosse realizada. As trabalhadoras e trabalhadores do Zaffari foram à luta e a Justiça do Trabalho determinou que a rede não demitisse trabalhadores sem justa causa e nem realizasse descontos salariais antes de uma negociação com o movimento que organizou a paralisação.
Essa é uma vitória que garante o direito à mobilização contra a superexploração imposta pelo supermercado. As denúncias das jornadas excessivas estão permitindo que os funcionários tenham consciência de seus direitos e comecem a lutar por eles.
Imagens do 1º de Maio pelo Brasil

Aracaju (SE)

Belém (PA)

Belo Horizonte (MG)

Curitiba (PR)

Florianópolis (SC)

Fortaleza (CE)

Goiânia (GO)

Macapá (AP)

Manaus (AM)

Natal (RN)

Recife (PE)

Rio de Janeiro (RJ)

Teresina (PI)