Lutas

4/1: São Paulo vai às ruas contra o aumento das passagens

Reajuste é mais um ataque contra os trabalhadores! Passe livre já!

PSTU-SP

3 de janeiro de 2024
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Passageiros já estão pagando mais caro nos transportes público na cidade de São Paulo | Foto: Jean Carlos/SP Sobre Trilhos

Deyvis Barros, de São Paulo

Nesta quinta-feira, dia 4, São Paulo vai às ruas contra o aumento das passagens de metrô, trem e ônibus intermunicipais. Valor passa de R$ 4,40 para R$ 5,00, acréscimo de 13,63%. Está errado o trabalhador pagar R$0,60 a mais de uma tarifa já abusiva, que encher ainda mais os bolsos dos bilionários e financiar a privatização. O PSTU convoca os trabalhadores e a juventude às ruas. A concentração do ato será no vão do Masp, às 17.

O reajuste na tarifa dos transportes foi o presente de ano novo do governador privatista de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao povo da capital paulista. É mais uma medida para agraciar os seus amigos empresários.

Para Tarcísio vale bater, prender e demitir manifestantes; vale entregar todo o patrimônio do povo de São Paulo para a iniciativa privada; vale passar pano para essas empresas mesmo quando provocam prejuízos para a população, como no caso do caos diário nas linhas 8 e 9 privadas dos trens e no apagão da Enel; vale prejudicar a educação com cortes de verbas, construção de escolas privadas e demissão de professores; vale mentir para a população dizendo que as tarifas vão diminuir com as privatizações e logo em seguida da aprovação dizer que na verdade vão aumentar; e vale penalizar ainda mais os trabalhadores paulistas com mais um aumento de passagem. Vale qualquer coisa desde que os empresários saiam ganhando.

Não é que as empresas privadas de transporte estejam ganhando pouco dinheiro. Ao contrário. Segundo relatório da SP Trans, em 2022, além do dinheiro das passagens, a prefeitura repassou para as empresas privadas de ônibus a bagatela de R$ 5,3 bilhões em subsídios. Já uma pesquisa feita recentemente pela UOL demonstrava que do dinheiro arrecadado com o Bilhete Único (cartão que todo usuário carrega para entrar no transporte), as empresas privadas do transporte metro-ferroviário ficaram com 4 vezes mais que as públicas Metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), apesar de transportarem menos da metade dos passageiros que estas.

É farra com dinheiro do povo para encher o bolso de empresários. Não é à toa que a CCR, empresa que administra as linhas 4 e 5 do metrô e 8 e 9 dos trens de São Paulo, foi uma das que mais gerou novos bilionários em 2022. Para eles está muito bom, o dinheiro não para de entrar. Para os trabalhadores que precisam utilizar os serviços das linhas 8 e 9, por exemplo, as falhas, panes e a superlotação são diárias.

É preciso iniciar já um plano de lutas contra o aumento das tarifas que se some à luta contra as privatizações e demais ataques do governo Tarcísio e seu aliado na prefeitura da capital, Ricardo Nunes. Não podemos aceitar mais esse ataque.

Passe livre já!

A medida do prefeito Ricardo Nunes que estabelece o passe livre aos domingos é absolutamente insuficiente. Tem apenas fins eleitoreiros.

O povo trabalhador de São Paulo precisa de passe livre no transporte para ir trabalhar, estudar, resolver seus assuntos e ter acesso ao lazer. A tarifa do transporte pesa no bolso do trabalhador e impede que ele possa se locomover de acordo com suas necessidades.

Mas não é possível ter passe livre em uma cidade da dimensão de São Paulo com empresas privadas administrando o transporte público. Nesse sentido o governador Tarcísio de Freitas vai na contramão quando propõe privatizar as linhas de trem e metrô do estado.

É preciso estatizar já todo o transporte público estadual e municipal, cobrar das empresas que paguem o valor do deslocamento de seus funcionários e com esse dinheiro estabelecer o passe livre para toda a população.