Internacional

4 de Novembro: trabalhadores preparam ação global em defesa do povo palestino

CSP-Conlutas fará parte pela Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

31 de outubro de 2023
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Frente à carnificina promovida por Israel em Gaza e na Cisjordânia, bem como a complacência dos governos burgueses, trabalhadores de todo o mundo preparam a primeira ação global em solidariedade à resistência Palestina. A mobilização unificada irá ocorrer neste sábado (4).

Através da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, a CSP-Conlutas também estará na linha de frente. A mobilização atende ao chamado dos sindicatos palestinos e irá ocorrer na onda crescente de protestos em apoio à Palestina.

Neste final de semana, centenas de milhares saíram às ruas novamente para denunciar o genocídio cometido por Israel. Já são mais de 8 mil pessoas, destas 3.500 crianças, assassinadas pelo governo sionista e de ultradireita de Benjamin Netanyahu.

Na Europa, Estados Unidos, Oriente Médio, Ásia e no Brasil as ruas foram tomadas. Entre as reivindicações estão o cessar-fogo imediato e o fim do bloqueio israelense à Gaza. Os manifestantes brasileiros também exigem que o governo Lula-Alckmin rompa relações do Brasil com Israel.

Em São Paulo, uma manifestação na Avenida Paulista reuniu milhares de pessoas pelo segundo domingo consecutivo. A manifestação teve início na Praça Osvaldo Cruz e caminhou até o MASP.

Em Londres (Inglaterra), mesmo sob a proibição do governo, ao menos 300 mil pessoas deixaram suas casas para demonstrar apoio ao povo palestino. Istambul (Turquia), Copenhague (Dinamarca), Roma (Itália), Paris (França), Genebra (Suíça) e Estocolmo (Suécia) também sediaram manifestações.

Na Ásia, o final de semana foi marcado por protestos na Malásia, Iraque e na província de Kerala, na Índia. Na Nova Zelândia (Oceania) também teve protesto em frente ao Parlamento daquele país.

Milhares se reuniram para apoiar a causa palestina também nas cidades de Nova Iorque e em Detroit. Nos EUA, judeus não-sionistas também têm realizado grandes protestos que denunciam a política genocida e de apartheid de Israel.

Israel expande ações por terra

Nos últimos dias, Israel expandiu ações com tropas terrestres enquanto aumentava a carga de explosivos derramados sob os territórios de Gaza. Já há tanques de guerra atuando dentro do território palestino.

Nesta segunda-feira (30), foi divulgado vídeo em que um carro civil palestino é completamente destruído após ser alvo de um blindado israelense que ia na direção contrária ao veículo. Até o momento, não há informações sobre os ocupantes mortos.

Com a escalada da violência promovida por Israel já são quase 700 mil pessoas abrigadas em instalações da ONU (Organização das Nações Unidas) e a situação de fome e falta de água se aprofunda a cada dia.

Os ataques contra instalações de Saúde de Gaza também continuam. O Crescente Fértil Vermelho – equivalente à Cruz Vermelha – denunciou que um de seus depósitos foi completamente destruído após bombardeio.

Ao todo, já são 124 profissionais de Saúde assassinados e mais de 100 estão feridos. 50 ambulâncias já foram alvos de ataques de Israel, destas 25 estão fora de operação.

A falta de recursos tem obrigado os palestinos a utilizarem charretes para resgatar feridos. Cirurgias, inclusive em crianças, ocorrem sem uso de anestesia, diante da falta do insumo.

Violência também na Cisjordânia

Israel e seus assentamentos têm aproveitado que os olhos do mundo estão voltados para o massacre em Gaza e intensificado a violência também na Cisjordânia (Palestina ocupada). No sábado (28), um grupo armado de assentados israelenses matou um fazendeiro palestino de 40 anos, enquanto este cuidava de suas oliveiras.

Vídeos compartilhados na internet denunciam que os colonos andam livremente com armas pesadas em mãos provocando e ameaçando as populações palestinas. Na cidade de Jenin, o exército de Israel invadiu um campo de refugiados no domingo (29) e assassinou 4 pessoas, alegando que estes faziam parte do Hamas.

Nesta segunda-feira (30), um soldado israelense matou outro agricultor palestino em Nablus, também território da Cisjordânia.

Solidariedade

Em seu chamado para o dia de ação global em apoio ao povo palestino, a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas denuncia a impunidade de Israel, apesar do país estar cometendo flagrantes crimes de guerra e violações contra os direitos humanos.

Com o argumento de vingança pelo ataque do Hamas, o Estado de Israel está a levar a cabo uma ofensiva sem precedentes em Gaza, não só militarista com pesados bombardeamentos, mas também estratégica, contra a população civil, negando-lhes produtos básicos para sobreviver, como a água, comida, remédios, gasolina, eletricidade e destruindo suas casas”, afirma o comunicado.

“Muitas vozes denunciam o risco de genocídio do povo palestino. A hipocrisia do Ocidente é manifesta, falando do “direito de Israel à segurança” que aproveita a oportunidade para retomar a ofensiva contra o povo palestiniano no seu projecto de limpeza étnica”, conclui.

Perante a crise sem precedentes, a Rede Sindical Internacional exige:

1) Cessar fogo imediato
2) A troca de prisioneiros israelenses em Gaza por presos políticos palestinos;
3) O fim do bloqueio de Gaza e das restrições de movimento na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental;
4) O regresso dos refugiados palestinos, tal como previsto no direito internacional, e a plena igualdade para todos.

A CSP-Conlutas ainda agrega as exigências ao governo Lula que, além de romper as relações políticas e econômicas com Israel, deve expulsar imediatamente o embaixador deste país do território nacional.