Mauricleia, presente! Até o socialismo!

Hoje (2/4) perdemos mais uma grande lutadora da classe trabalhadora pelo socialismo. Mauricleia Soares dos Santos, por todos chamada de Cleia, foi uma assistente social e militante socialista que, desde os anos de 1980, luta pelos direitos da classe trabalhadora.
Nasceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 1958. Foi criada no bairro do Alecrim, um bairro popular onde aconteciam os grandes comícios políticos contra a ditadura militar na década de 1970. Ela participa dos comícios junto com o pai e os irmãos.
Por ter sempre a sensibilidade de se indignar diante das injustiças do capitalismo, resolveu cursar Serviço Social, onde foi aprovada em janeiro de 1979 na Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN). Foi a primeira da família a entrar na universidade, feito bastante festejado em sua família.
Na universidade, Cleia se encontra com as lutas estudantis que fervilhavam contra a ditadura militar. Participa do processo e do congresso de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE). Assim inicia sua atuação nos movimentos sociais.
Quando o ano de 1979 acaba, Clea já estava mergulhada nas lutas estudantis, era uma das lideranças de seu curso. Em 1980, abraça o movimento pela construção do PT. Processo que se envolve desde o início.
Em 1982 participa da chapa ‘Reconstrução’, que ganhou as eleições do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRN. Já estava no final do seu curso, atuou até o último ano da gestão.
Ao se formar, ingressa na Secretaria Estadual de Educação. Em seguida, na Secretaria Municipal de Saúde. Aí começa a sua luta no movimento sindical. Soma-se na construção da Centra Única dos Trabalhadores (CUT) e na formação de sindicatos, como o das Assistentes Sociais e, em seguida, o do SindSaúde, onde compõe a primeira diretoria da entidade.
Na década de 1990, Cleia se muda para São Paulo. Atua como Assistente Social na prefeitura de Diadema até se aposentar. Segue atuando nas lutas da sua categoria. Integrou cinco gestões do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo, sendo presidente na gestão 2014-2017. Foi do Conselho Federal de Serviço Social de 2017 a 2023, quando se licenciou por problemas de saúde.
Em 2012, Cleia tem aproximação orgânica ao PSTU e inicia o trabalho do partido junto aos trabalhadores e trabalhadoras do serviço social e da saúde. Foi uma militância dedicada à luta revolucionária, à causa das mulheres de combate ao machismo, sempre combinando com a luta contra o racismo. A questão de classe, tanto no Serviço Social quanto nas lutas contras opressões, marcava a intervenção de Cleia. Ela foi por muitos anos ativista da frente pela legalização do aborto de São Paulo, representando o Movimento Mulheres em Luta (MML) e o PSTU.
Cleia deixa um legado de resistência e luta, de dedicação à revolução socialista, por uma sociedade justa e igualitária. Isso nos coloca a obrigação de seguir em frente com seu legado.
Nossos pêsames e desejo de força para os familiares – em especial aos nossos camaradas Raimundo (companheiro de Cleia), Nando Poeta (irmão) e seus sobrinhos Maria Psoa, Nanda e Vinícius –, aos amigos e aos militantes do nosso partido.
Mauricleia, presente! Hoje e sempre até o socialismo!