SC: Transfobia é crime, governador Jorginho! Em defesa da major Lumen Lohn e sua imediata reintegração ao quadro da PM!
Major Lumen Lohn, primeira oficial transgênero da Polícia Militar de Santa Catarina, foi aposentada de forma compulsória, recentemente

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), assinou a transferência da major Lumen Lohn para a reserva remunerada, alegando ‘não habilitação para o acesso em caráter definitivo‘.
O processo de aposentadoria compulsória iniciou em 2022, após Lumen ser recusada três vezes para promoção a tenente-coronel, coincidindo, convenientemente, com o início de sua transição de gênero. Lumen expressou choque com a decisão, alegando que seguiu trabalhando durante o curso do processo. Disse:
Para quem estava ali, parecia que o processo era inútil e uma perda de tempo porque eu continuei trabalhando, interagindo com os oficiais do Conselho. Eu fiquei chocada com o resultado e mais chocada ainda por ter sido unânime. Eles estão me mandando embora sem razão. A argumentação é o fato de eu não ter sido promovida.
Não, Lumen, há uma razão muito clara para estarem te mandando embora: transfobia!
O governo reacionário de Jorginho Mello zomba da vida de pessoas trans, as trata como lixo, e o comando da Polícia Militar é, como sempre, conivente.
Ao em vez de termos uma segurança pública que proteja os trabalhadores, principalmente das camadas mais marginalizadas, o que temos são capatazes dos grandes ricos, distantes das necessidades reais da classe trabalhadora e que protegem somente os exploradores da força de trabalho, a burguesia.
Nós do PSTU e do Coletivo Rebeldia defendemos uma polícia que não seja militar, mas sim, popular. Subordinada somente ao povo. A estrutura rígida e hierárquica, herança da lógica militar, não condiz com a função policial em um Estado dito democrático, que deve priorizar a mediação de conflitos e a proteção da cidadania, e não a repressão.
Defendemos reformular os currículos de formação dos policiais, incluindo mais conteúdos sobre direitos humanos, diversidade, justiça racial e relações comunitárias. Incentivar a presença de mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+ e outros grupos sub-representados na PM, com respeito à identidade e dignidade desses profissionais. Fortalecer os mecanismos de transparência, como dados públicos sobre abordagens, prisões, uso da força e mortes em intervenções policiais.
Em defesa da Major Lumen Lohn e em denúncia ao governo reacionário de Jorginho e do cinismo da PM é preciso que protestemos e nos organizemos enquanto classe trabalhadora.
— Pela revogação do processo contra a Major Lumen!
— Pela desmilitarização da PM, já!
— Transfobia é crime! Basta de preconceito e opressão!
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