Fora Lemann do MEC e os bilionários da educação!

Ainda que na constituição se diga que a Educação é um direito, na verdade no Brasil a classe trabalhadora vê esse direito ser constantemente negado e atacado, enquanto quem se beneficia de verdade são os capitalistas. Seja porque eles são os únicos que acessam os melhores sistemas e plataformas de educação, seja porque há um setor de capitalistas que diretamente lucra com isso.
A maioria absoluta do ensino superior é concentrada na mão de uma dezena de grandes empresas, sendo que 78% dos estudantes do país estão no setor privado – e pela primeira vez, o Ensino à Distância (EaD) ultrapassa o presencial em matriculados, com 92% nas privadas. Para se ter noção, tem mais gente nas prisões do país do que nas universidades federais e estaduais juntas: 1 milhão de encarcerados e nem 900 mil universitários no ensino público! E mesmo as universidades públicas sob o capitalismo não são realmente públicas: as terceirizações, privatizações de hospitais e bandejões, convênios e patentes privadas têm dominado, transformando a ciência e conhecimento produzido em mercadoria. Ou seja, a educação do país está nas mãos desses empresários capitalistas.
Não houve nunca um governo no Brasil que não tenha implementado projetos capitalistas para a educação. E desde Fernando Henrique Cardoso (FHC), quando se dá um salto na implementação do neoliberalismo no Brasil, o que se segue fielmente, governo após governo, dos governos do PT até a extrema-direita de Bolsonaro, é a cartilha do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre como devem funcionar os sistemas educacionais. Lula hoje, junto com o Ministério da Educação comandado por Camilo Santana do PT, são os principais garantidores de que se siga implementando um projeto capitalista.
Jorge Paulo Lemann, bilionário e dono da Fundação Lemann, um dos chefes da Todos Pelas Educação que elaborou o Novo Ensino Médio (NEM), foi indicado pelo próprio governo para estar no Ministério da Educação (MEC). A conciliação de classes cobra seu preço: quem entrou no ensino superior pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) está endividado, e o Programa Universidade para Todos (Prouni) — projeto que regulamentou a privatização do ensino superior — segue enchendo os bolsos dos empresários enquanto entrega formandos para um mercado de trabalho marcado pela precarização ou mesmo o desemprego. O fato é que as isenções e benefícios públicos dados a empresas, e a abertura de portas para elas nas universidades públicas, só serve aos interesses da burguesia, enquanto somos nós que temos que pagar para estudar – e com mensalidades que só aumentam.
O interesse dos empresários e capitalistas é o de ajustar a educação para as necessidades do novo mundo do trabalho, que é o do trabalho precário, da 6×1, PJotização e um suposto empreendedorismo, que nada mais é do que a narrativa para mascarar a omissão do Estado burguês diante da falência da educação e do empobrecimento de muita gente. Prova dessa falência é que somos uma geração mais escolarizada do que todas as anteriores, mas hoje se vive pior e com menos perspectiva. O Novo Ensino Médio adapta as escolas para o mercado de trabalho com a Reforma Trabalhista já valendo. E agora, a reforma curricular e das licenciaturas que o Ministro da Educação Camilo Santana está implementando quer adaptar o ensino superior para as escolas já com o NEM e a nova BNCC. Isso tudo só fortalece a submissão do Brasil ao imperialismo e multinacionais, acabando com a produção de tecnologia de ponta e o desenvolvimento da pesquisa nacional.
Campanha ‘Fora Lemann do MEC’
Frente a esse cenário, nos do Rebeldia lançamos a campanha: Fora Lemann do MEC e bilionários da educação!
Defendemos uma educação 100% pública e de qualidade. Precisamos enfrentar os tubarões do ensino e a educação privada, para que tenhamos uma educação única, em que não exista mais distinção entre o ensino dos filhos da classe trabalhadora e os da burguesia.
Somente as 10 maiores empresas educacionais concentram mais estudantes que todas as universidades públicas juntas. Defendemos que essas empresas sejam expropriadas, estatizadas e postas sob o controle dos trabalhadores e estudantes. Com a estatização dessas universidades, poderíamos acabar com o vestibular e assegurar o ensino superior para todos os filhos da classe trabalhadora. Para defender uma educação pública é preciso de início tirá-la das mãos dos bilionários, a começar com Lemann e as 10 maiores empresas.
Nesse sentido, lançamos a proposta e o chamado para que a UNE – entidade que representa os estudantes universitários do país todo – organize uma campanha nacional em defesa desse projeto de educação: Fora Lemann do MEC e os bilionários da educação!
Se você concorda com essas ideias, entre em contato com a gente e bora somar na campanha e mobilização.
Por uma universidade a serviço da classe trabalhadora, feita pela aliança operária-estudantil, vem com o Rebeldia, Juventude da Revolução Socialista.
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