PA: Obras amanhecem paralisadas no 1º dia de greve dos trabalhadores da construção civil de Belém
Categoria está em campanha salarial e luta por salários e direitos padrão COP 30

No primeiro dia da greve dos operários e operárias da construção de Belém, capital do Pará, obras amanhecem paralisadas, incluindo as obras da COP 30. A greve foi aprovada ontem, após a categoria realizar uma forte passeata pelas ruas da capital paraense. Os patrões não receberam o sindicato para negociar, a resposta dos trabalhadores e das trabalhadoras foi a greve (leia aqui). A greve também envolve as cidades de Ananindeua e Marituba.
“Belém está cheia de obras da COP 30. O setor da construção civil recebeu mais de R$ 6 bilhões de investimentos do governo federal, estadual e municipal. Estão lucrando como nunca, mas apresentaram uma proposta indecente aos trabalhadores de reajuste de 5,5% no piso salarial e R$ 10 de aumento na cesta básica. Isso é um absurdo”, afirma Cleber Rabelo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Belém (STICMB), filiado à CSP-Conlutas, e militante do PSTU.
“Estamos cobrando 9,5% de reajuste no piso salarial; cesta básica no valor de R$ 270; R$ 378 de PLR; classificação para as operárias; aviso prévio indenizado; fim do meio oficial; e a manutenção de todas as cláusulas sociais”, completa Cleber Rabelo.
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A força da greve
A greve vem sendo construída pela base, em cada canteiro de obra. O Sindicato veio realizando assembleias de base, elaborando a pauta de reivindicações apresentada aos patrões e preparando a luta.
“A postura da patronal em seguir apresentando uma proposta rebaixada, que significa um reajuste de R$ 5 no salário-base do servente, é brincar com a cara dos operários e operárias. Os patrões estão lucrando como nunca com a COP 30, são canteiros de obras espalhados por vários pontos da cidade, mas negam um reajuste salarial e direitos sociais a quem constrói as obras”, ressalta Atnágoras Lopes, também diretor do Sindicato e militante do PSTU.
“A greve é uma resposta necessária. Pedimos o apoio das demais categorias, de todas os sindicatos e centrais sindicais para ajudar a fortalecer a nossa luta, que está sendo construída com a base da categoria, que está firme nessa batalha”, diz Atnágoras Lopes.
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PSTU na greve
O PSTU está presente na greve dos operários e operárias da construção civil de Belém. A militância do partido está à frente da luta, na condução desse processo de mobilização e vem construindo essa ação junto com a categoria.
“O PSTU tem um histórico trabalho junto aos operários e operárias da construção civil. A categoria reconhece a presença e o apoio do partido nas suas lutas. É uma construção diária dentro dos canteiros de obras. É um partido presente no dia a da categoria”, afirma Aurinor Gama, coordenador-geral do sindicato e militante do PSTU.
“O PSTU tem uma relação forte com a classe operária brasileira. Enxergamos o papel central que a classe operária cumpre dentro do sistema capitalista, como força motriz e, também, como força revolucionário para derrotar esse sistema opressor e explorador. É essa força que estamos colocando em ação, nas ruas, no embate contra a patronal que está preocupada em lucrar à custa do sangue e do suor da nossa classe. Não é apenas uma luta econômica, é uma luta política, é um embate direto de luta de classes. Nessa luta, o PSTU está ao lado dos operários e operárias e seguiremos firmes e fortes nessa batalha”, finaliza.