Eduardo Barragán: Um dirigente histórico do trotsquismo parte, mas seu legado permanece
Despedimo-nos, com imensa tristeza, de um quadro histórico da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT), da corrente morenista e do próprio trotsquismo latino-americano. Eduardo Barragán faleceu na tarde deste dia 11 de novembro, deixando um legado de luta e de uma vida dedicada à construção de uma internacional revolucionária que fosse uma ferramenta de libertação da classe trabalhadora e das massas de toda a exploração e opressão do capitalismo.
Eduardo Barragán, nascido na Colômbia, atuou ativamente ao lado de Nahuel Moreno ainda nos anos 1970. Juntos, fundaram a Tendência Bolchevique e, posteriormente, a Fração Leninista Trostsquista, ainda nos marcos da batalha interna dentro do Secretariado Unificado (SU). No começo dos anos 1980, é “girado” para a Argentina, onde participa da fundação da LIT-QI em 1982, e onde também passou grande parte de sua militância política.
A proximidade de Barragán com Moreno foi para além da atuação política, tendo o colombiano morado com o dirigente argentino por anos, numa amizade que durou até os últimos momentos de vida do fundador da LIT-QI. O próprio Barragán socorreu e conduziu Moreno ao hospital quando de sua trágica morte em 1987. Após a partida de Moreno, Eduardo Barragán compôs a primeira equipe de direção da LIT-QI que teve a difícil tarefa de continuar o trabalho do histórico dirigente argentino.
Numa entrevista ao Opinião Socialista, na data que marcava os 30 anos sem Moreno, Barragán falou sobre alguns dos ensinamentos do “velho”: a importância da construção de uma internacional revolucionária e a sua inserção na classe operária. “Com Morenos aprendemos a construir a Internacional, a construir nossos partidos, a nos ligar à classe operária, uma grande paixão política de Moreno”, afirmou na ocasião.
Contemporâneo dos dirigentes que fundaram o PSTU no Brasil, Barragán esteve por diversas vezes no país, onde mantinha laços de amizade e camaradagem com inúmeros quadros.
A Direção Nacional do PSTU, em nome do partido e de sua militância, envia suas condolências e se solidariza com os familiares e camaradas que, tanto na Colômbia, quanto na Argentina, militaram lado-a-lado durante todos esses anos com Eduardo Barragán. Desejamos, neste momento difícil, toda força aos camaradas e, junto com toda a LIT-QI, dizemos: Barragán presente! Até o socialismo e sempre!