Meio ambiente

PSTU e a LIT-QI estão em Belém denunciando a farsa da COP 30 e que a crise climática é capitalista

Redação

14 de novembro de 2025
star5 (1) visibility 24

Desde o dia 10 de novembro ocorre em Belém (PA), região amazônica no Brasil, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a chamada COP 30. A política da ONU, junto ao governo brasileiro e demais Estados, de realizar o evento na região amazônica, fora das grandes megalópoles, visava conferir um verniz “democrático” a uma conferência que, assim como as anteriores, serve tão somente como um teatro para transparecer uma suposta preocupação e um falso empenho diante da crise climática que o capitalismo arrasta o planeta a passos largos.

O que se está vendo na capital do Pará, porém, é justamente o contrário: a segregação dos povos originários, ativistas e movimentos sociais, enquanto os representantes do poder e os grandes capitalistas se encastelam em negociações escusas, repletas de lobbies do agronegócio, das petrolíferas estrangeiras e mineradoras. A cidade foi militarizada através de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem), medida do Governo Lula que coloca a segurança nas mãos das Forças Armadas, impondo um verdadeiro Estado de exceção na área.

Os espaços dedicados às negociações “oficiais” foram confinados num espaço chamado de “Blue Zone” (Zona Azul), protegidos por um forte esquema de segurança. O absurdo chega ao ponto de o próprio agronegócio, um dos principais responsáveis pelo desmatamento, e genocídio dos povos originários, contar com seu próprio espaço, denominado de “Agrizone”, idealizada pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) e financiado por fazendeiros e pelo Estado.

Leia também

“Os madeireiros e os garimpeiros estão destruindo tudo que há de floresta”, afirma cacique Raoni

Resistência e mobilização

Paralela à COP 30, porém, ocorre a Cúpula dos Povos, evento autônomo que reúne povos originários, movimentos sociais e ativistas de vários países do mundo. Espaço em que o PSTU e a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), vêm atuando ativamente, junto à CSP-Conlutas, denunciando a farsa da COP 30, tal como falsas alternativas, como o “capitalismo verde” e demais propostas que não colocam o capitalismo como o centro do problema da catástrofe climática que se aprofunda a cada dia. A delegação do PSTU e da LIT-QI conta com, entre outras importantes lideranças, o seringueiro Osmarino Amâncio, sucessor de Chico Mendes nas grandes lutas em defesa da floresta e do meio ambiente, contra o agroextrativismo assassino e predatório.

Leia também

Osmarino Amâncio: “Para nós, povos da floresta, capitalismo verde é uma tragédia”

Neste dia 11, povos originários e movimentos sociais que participavam da Marcha Global pela Saúde e pelo Clima ocuparam a Zona Azul, denunciando o impacto ambiental e os ataques aos territórios indígenas, e foram duramente reprimidos pelas forças de segurança. As cenas dos indígenas sendo espancados num local que, supostamente, seria de discussão em defesa de seus interesses, expôs a farsa e o cinismo desta conferência. Após o episódio, a ONU enviou uma carta ao governo brasileiro cobrando mais “segurança” ao local, no que foram prontamente atendidos.

Já no dia seguinte, ocorreu uma grande “barqueata”, abrindo oficialmente as atividades da Cúpula dos Povos, onde quase 200 embarcações navegaram pelo Rio Guamá. A militância do PSTU e da LIT-QI participou no barco dedicado à denúncia do genocídio do povo palestino e em defesa de uma Palestina livre, do rio ao mar. Os ativistas exigem o embargo energético ao Estado de Israel, incluindo a proibição da venda do petróleo que, hoje, sai do Brasil para abastecer os tanques que assassinam palestinos na Faixa de Gaza.

No mesmo dia 12, ocorreu, na sede campestre do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém (filiado à CSP-Conlutas) uma plenária de acolhida aos ativistas e aos povos originários, quilombolas e ribeirinhos que chegavam às atividades da Cúpula dos Povos. Os operários da Construção Civil protagonizaram uma forte greve em setembro que, por duas semanas, paralisaram as obras, inclusive as da COP 30, denunciando a marcante desigualdade social na cidade e tendo repercussão internacional.

Já nesse dia 13, o PSTU participou do painel “A COP 30 é um mecanismo do capital para legitimar a destruição da Amazônia”, organizado pela CSP-Conlutas. O debate contou com a participação de Osmarino, além de Raquel Tremembé, liderança indígena do Maranhão que foi vice na chapa presidencial do PSTU encabeçada por Vera nas últimas eleições, entre outros representantes de povos originários e ativistas.

“Movimentos sociais e auto-organização: qual a saída climática?” foi outro painel, já neste dia 14, que contou com a participação de Jeferson Choma, do Opinião Socialista e do canal Ecologia Marxista (assista o painel aqui). Neste dia 15 ocorre uma grande Marcha Unitária pelo Clima, fechando oficialmente as atividades da Cúpula dos Povos.

A participação do PSTU e da LIT-QI

A atuação da militância do PSTU começou bem antes do início da COP 30. A greve que balançou Belém em setembro e colocou o evento em xeque, denunciando a superexploração dos operários da Construção Civil, foi encabeçada por militantes do partido e da CSP-Conlutas.

Na Cúpula dos Povos, o PSTU levantou a bandeira de que “a catástrofe ambiental é capitalista” e que, portanto, “a saída é revolucionária e socialista”, unindo trabalhadores e operários a povos originários, quilombolas e ribeirinhos. Além disso, o partido leva a defesa do povo palestino, e da necessidade da luta internacional da classe trabalhadora e dos povos oprimidos contra o capital para enfrentar a barbárie capitalista.

Com uma delegação composta por militantes da cidade e de várias partes do país, o PSTU difundiu uma publicação especial para a COP 30 (baixe aqui), fazendo todo o debate sobre as raízes da crise ambiental e climática, o papel do governo Lula no aprofundamento deste processo, e propondo a única saída possível: o socialismo. A Juventude do partido, através do Coletivo Rebeldia, realizou uma reunião de apresentação do PSTU a uma nova geração que se vê cada vez mais sem perspectivas diante do aprofundamento da crise climática

No próximo domingo ocorre uma atividade geral de apresentação do PSTU aos ativistas em Belém.

Acompanhe aqui a cobertura diária da COP 30

WordPress Appliance - Powered by TurnKey Linux - Hosted & Maintained by PopSolutions Digtial Coop