Greve Nacional Petroleira chega ao 8° dia com forte adesão da categoria
A greve dos petroleiros entra nesta segunda-feira (22) em seu oitavo dia, mantendo-se forte e com ampla adesão em diversas bases do país. O movimento segue como resposta à insatisfação da categoria diante da proposta apresentada pela Petrobras para o novo ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), considerada ainda insuficiente para atender reivindicações centrais.
A força da mobilização fez a Petrobras sentar para mais uma negociação neste domingo (21). No entanto, após quase cinco horas de reunião, a campanha segue em impasse.
A FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) recebeu a nova minuta de proposta, e embora os sindicatos considerem que tenha havio alguns avanços pontuais, ainda permanecem lacunas importantes, como a não resolução das demandas dos petroleiros aposentados e a falta de garantias de que as subsidiárias acompanharão os termos apresentados pela holding.
Diante disso, os sindicatos decidiram submeter às assembleias da categoria, com indicativo de seguir a greve. Na manhã desta segunda-feira (22), plenária dos trabalhadores da base do Sindipetro-RJ aprovaram a continuidade da paralisação.
Adesão por terra e mar
Segundo informe do Sindipetro-RJ, a greve segue com adesão total, com o corte integral da rendição, resistindo inclusive a tentativas de intimidação por policiamento ostensivo e manobras da Empresa para embarque de “fura-greves” por vias alternativas (pelegodutos).
A adesão da categoria tem sido forte em alto-mar e em terra. Com os desembarques, a vanguarda da greve agora tem se incorporado diretamente às atividades do movimento em outras bases, fortalecendo as comissões de convencimentos e demais atividades de greve. Para o sindicato, essa unidade entre a terra e o mar demonstra a determinação da categoria em sustentar o movimento, paralisando operações estratégicas e unificando as lutas e pautas.
No TABG, a sexta-feira (19), quinto dia de greve, foi de confraternização. Em contraste com as celebrações excludentes de fim de ano da Transpetro, que não convida os terceirizados, os grevistas realizaram um “Churrasco de Conscientização” que integrou próprios e terceirizados, reafirmando essa marca fundamental da luta no TABG.
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Problemas estruturais e repressão
Além da pauta econômica, a paralisação tem escancarado problemas estruturais na empresa.
De acordo com o Sindipetro-RJ, a greve evidencia a grave falta de efetivo em várias áreas, a situação crítica no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), a recusa da empresa em negociar critérios de contingência e a tentativa de enfraquecer o movimento por meio da judicialização.
Dirigentes sindicais denunciam que, enquanto a Petrobras afirma buscar “menos judicialização”, recorre a liminares para impor contingentes mínimos e atacar o direito de greve, ameaçando sindicatos com multas.
“Esta é uma das maiores e mais fortes greves na Petrobras o que tem feito a empresa negociar, mas ainda há muitos pontos em que não houve avanço e que ela precisa apresentar medidas concretas. Por isso, a orientação é que a greve continua até melhorar a proposta”, disse o diretor do Sindipetro-RJ e da FNP Eduardo Henrique.
Ampliar apoio e solidariedade
A greve petroleira cumpre um papel estratégico na defesa dos direitos dos trabalhadores e da própria Petrobras como empresa pública a serviço do povo brasileiro.
A CSP-Conlutas está junto aos petroleiros e petroleiras em sua luta e reforça o chamado a todo apoio e solidariedade à categoria.
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