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Altino Prazeres é pré-candidato pelo PSTU à Prefeitura de São Paulo

Lançamos a pré-candidatura de Altino em um dia importante para as lutas contra Tarcísio e suas privatizações. Cinco dos oito metroviários demitidos pelo governador bolsonarista tiveram, neste dia 4 de março, uma decisão favorável na justiça por sua readmissão

PSTU-SP

4 de março de 2024
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O dirigente metroviário, Altino Prazeres, é pré-candidato à Prefeitura da cidade de São Paulo pelo PSTU.

Para Altino, “em uma eleição que os grandes grupos políticos, ligados aos empresários e banqueiros, buscam reeditar a polarização de 2022, é desafiadora, mas necessária, a construção de uma alternativa que enfrente os capitalistas para melhorar as condições de vida do povo trabalhador. Não há como resolver os problemas mais sentidos do povo paulistano e nem mesmo derrotar a ultradireita governando com a burguesia. É para defender esse projeto que apresentamos nossa pré-candidatura”.

Ricardo Nunes é candidato da direita bolsonarista e precisa ser derrotado…

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) é o candidato da direita bolsonarista e busca reeleição. Nunes e seu aliado no governo do estado, Tarcísio de Freitas (REP) estão desmontando o estado e a capital para atender aos interesses dos grandes empresários, realizam privatizações, cortam verbas públicas, precarizam educação e saúde, atacam funcionários públicos e setores oprimidos e aumentam a violência de Estado contra movimentos sociais e contra a juventude negra da periferia. Além disso, Nunes é aliado e fortalece o grupo político liderado por Bolsonaro que tentou aplicar um golpe militar no país para suspender as liberdades democráticas e aumentar o patamar de exploração sobre os trabalhadores.

É preciso derrotar Nunes e Tarcísio e enfrentar a direita bolsonarista. O PSTU foi parte dos principais movimentos contra os ataques desses governos. Lutamos contra a aprovação do Sampaprev que retirava direitos dos servidores; ao lado dos professores contra os ataques do governo municipal e estadual; contra as privatizações, ao ponto que o próprio Altino foi um dos metroviários demitidos pelo governo Tarcísio em função da resistência contra a privatização; nos posicionamos contra os ataques aos direitos das mulheres ao aborto legal pela prefeitura de Ricardo Nunes.

Nossa pré-candidatura está em oposição frontal contra Ricardo Nunes em seu governo e sua candidatura à reeleição. Seguiremos nas ruas em 2024 lutando contra qualquer ataque de Nunes, Tarcísio e a direita bolsonarista.

… Mas isso não será feito em aliança com a burguesia como propõe Boulos, o PSOL e o PT

A autointitulada “frente democrática”, encabeçada por Boulos do PSOL e pelo PT, não pode responder esses ataques e nem atender as necessidades da população trabalhadora paulistana porque fez a opção de governar em parceria com os capitalistas. Boulos opta por ter Marta Suplicy como vice, pela aliança com partidos burgueses e pela adoção de um programa que, cada vez mais, revela a opção de se tornar aceitável para a burguesia e governar em parceria com ela. Não deixa dúvida que seu projeto não é fazer um governo que enfrente grandes empresários para atender os interesses do povo pobre.

Essa mesma opção foi feita por Lula e o PT em relação ao Governo Federal, do qual Boulos e o PSOL são base, e em um ano já vimos ataques do nível do Arcabouço Fiscal, Reforma Tributária e Lei das PMs.

Tampouco se sustenta o discurso de que é necessário fazer concessões e construir uma frente ampla com os partidos burgueses para impedir o avanço da ultradireita, principalmente se olhamos para a experiência petista no Governo Federal. Lula mantém em seu quadro de ministros, políticos e partidos aliados que são conhecidos apoiadores dos militares golpistas e de Bolsonaro, como Múcio e Arthur Lira. Para assumir o posto de pré-candidata a vice de Boulos, Marta Suplicy teve que se demitir da prefeitura de Nunes, onde ocupava o cargo de Secretária de Relações Internacionais. O próprio partido de Nunes, o MDB, e do governador Tarcísio, o Republicanos, são base de apoio do governo Lula e possuem ministérios.

Construir uma alternativa socialista e independente dos trabalhadores

Não existe alternativa para os trabalhadores e o povo pobre que seja construída em aliança com a burguesia. É preciso apontar uma saída independente que enfrente os ataques que os governos e grandes empresários fazem contra a nossa classe e construir um projeto de cidade que sirva aos interesses dos trabalhadores. Para apresentar esse projeto alternativo que o PSTU lança Altino como pré-candidato à prefeitura.

Não dá pra agradar a dois senhores. Nessa sociedade dividida em classes é preciso fazer escolhas. Nunes representa a classe dos capitalistas. Boulos, ainda que diferente deste, fez a escolha de governar com e para essa mesma classe. Não nos resta outra opção que não seja nos apresentar como uma alternativa pros trabalhadores com um programa que enfrente os super-ricos e pare a sanha privatista e anti-povo que estão aplicando em nossa cidade”, apontou Altino.

Um programa que enfrente os capitalistas para garantir direitos aos trabalhadores

Nossa candidatura vai defender parar todas as privatizações, começando por tirar a capital de qualquer iniciativa de privatização da Sabesp. Vamos iniciar desde o primeiro dia de nosso mandato um processo de cancelamento de todas as administrações privadas em serviços, empresas e equipamentos públicos, especialmente na saúde e educação.

Em lugar da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, que estrangula o orçamento público, impede investimentos sociais para garantir pagamento de dívida pública e compromissos do poder público com os grandes empresários, iremos lutar pela Lei de Responsabilidade Social, que pare já com o escoamento do orçamento público para encher o bolso de meia dúzia de super-ricos enquanto o povo pobre fica à míngua. Ao mesmo tempo, vamos encerrar contratos que transferem bilhões de reais todos os anos para empresas privadas, aumentar as cobranças de IPTU e IPVA sobre imóveis e carros de luxo e fazer com que os grandes devedores da prefeitura paguem seus impostos de maneira a aumentar o poder de investimento nos serviços públicos.

Iremos anular os ataques feitos pelos governos nos últimos anos contra os servidores públicos, começando pelo Sampaprev, a Reforma da Previdência de Nunes, que teve início em Haddad e Covas, que confiscou o salário dos servidores. Batalharemos também contra a privatização da educação, sobretudo das creches e por mais investimento na rede municipal, para ampliação e melhoria das escolas públicas.

Vamos defender passe livre no transporte público todos os dias. Isso é possível fazendo com que os grandes empresários paguem os custos do transporte e com a reestatização das empresas de ônibus.

Iremos retomar e ampliar a cobertura da Prefeitura ao aborto legal e exigir do governo Lula que pare de capitular à bancada religiosa conservadora e encaminhe um projeto para permitir o direito ao aborto para as mulheres brasileiras.

Em 2023 Ricardo Nunes aprovou projetos que entregam ainda mais a cidade de São Paulo à especulação imobiliária. O novo Plano Diretor e a Lei de Zoneamento vão piorar as condições de vida na cidade e aumentar os preços dos imóveis para atender o mercado imobiliário. É preciso lutar contra a lógica de apropriação privada do território que hoje faz, por exemplo, com que existam 12 vezes mais imóveis vazios que pessoas em situação de rua em São Paulo, com um déficit habitacional de quase meio milhão de imóveis e um dos aluguéis mais caros do país. Essa lógica, além de falta de habitação, promove profundos problemas sociais, econômicos e ambientais que afetam principalmente os mais pobres.

Em nosso mandato vamos parar a guerra aos pobres disfarçada de guerra às drogas que a atual prefeitura, junto com o governo do estado, tem aplicado na região da Cracolândia. Além de visivelmente ineficiente, essa guerra tem provocado um verdadeiro caos social e o aumento do número de roubos na região do Centro. Um problema dessa magnitude só pode ser resolvido com uma política integrada de assistência social, saúde pública, direitos sociais e exigindo do Governo Federal e do Congresso Nacional a imediata descriminalização das drogas, para que se possa acabar com a principal fonte de financiamento do crime organizado e encarar de frente, sem preconceitos, esse problema.

Essas e outras medidas necessárias para os trabalhadores e o povo pobre não serão tomadas em um governo com os grandes empresários e banqueiros, ao contrário, deverão ser tomadas enfrentando frontalmente eles. A necessidade de construir uma alternativa dos trabalhadores independente de capitalistas é urgente.

Um chamado aos ativistas e correntes socialistas: construir uma pré-candidatura independente, revolucionária e socialista

Queremos pôr nossa pré-candidatura a serviço das lutas dos trabalhadores e da defesa de um programa socialista nessas eleições, que enfrente a ultradireita, o bolsonarismo e a candidatura de Ricardo Nunes, mas também as alternativas de conciliação de classes, que, no Governo Federal, realiza ataques duríssimos contra os trabalhadores e em São Paulo, encabeçados por Boulos, aponta para um governo em colaboração com a burguesia que não poderá atender aos anseios dos mais necessitados.

Chamamos aquelas e aqueles que defendem um governo independente dos trabalhadores, com um programa socialista, a construir essa candidatura junto conosco.

Quem é Altino?

Altino, 56 anos, nasceu em São Luís (MA), migrou aos 10 anos de idade. Foi operário de indústria química em Pernambuco e presidente do sindicato do setor por duas gestões. Depois que a fábrica em que trabalhava fechou, migrou para São Paulo em 1994. É operador de trem no Metrô de São Paulo e trabalha na empresa há 29 anos, onde foi presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo por duas gestões.

Tem duas filhas e um neto, é formado em Matemática, uma de suas paixões, pela USP.

Participou das manifestações contra o aumento das passagens em 2013, na época era presidente do sindicato dos Metroviários de SP, chegando a ser detido de forma injusta na primeira manifestação. Em todos esses anos como metroviário, lutou junto com a categoria contra a privatização e em defesa do setor metroferroviário, da qualidade do transporte público e do conjunto da classe trabalhadora. Teve grande repercussão nas redes sociais as entrevistas que deu na televisão defendendo a classe trabalhadora.

Desde o primeiro dia do governo Tarcísio está na linha de frente nas manifestações contra o seu projeto de entregar o patrimônio público para um punhado de milionários via a privatização das empresas públicas como Metrô, CPTM e Sabesp. Após a greve unificada de 3 de outubro, que paralisou a cidade de São Paulo, Altino foi demitido pela direção do Metrô, a mando de Tarcísio.

Foi candidato, pelo PSTU, a Prefeito de São Paulo em 2016, e ao governo do estado em 2022 pelo mesmo partido.

A vida do Altino é uma história de defesa da classe trabalhadora e seus aliados contra os grandes patrões e seus governos, por uma outra sociedade em que a riqueza produzida fique de verdade nas mão da classe trabalhadora e dos de baixo, o socialismo.