Meio ambiente

Amazônia: A ameaça de uma seca mais extrema

Governos lavam as mãos diante do aprofundamento da crise ambiental

PSTU-AM

20 de maio de 2024
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Institutos ambientais alertam que este ano a Amazônia pode ter uma seca pior do que a do ano passado | Foto: Agência Brasil

Enquanto os rios sobem vagarosamente por nosso Estado, restando dois meses ainda para o começo da estiagem – a ameaça dos efeitos da seca já assombra o povo amazonense mais uma vez. Institutos de monitoramento do meio ambiente alertam que esse ano podemos ter uma seca pior do que a que vivemos no ano passado, onde bateu o recorde, desde que se iniciou a marcação dos rios há 121 anos de medição, com todos os 62 municípios decretando situação de emergência, 637 mil pessoas afetadas. Manaus foi tomada pela fumaça das queimadas, em alguns dias teve segundo lugar no ranking de cidades com pior qualidade do ar do mundo.

Um cenário extremo que cientistas afirma que deveria acontecer a cada cem/duzentos anos, mas que devido a ação humana vem se repetindo com uma frequência assustadora. O aviso dos especialistas que monitoram a região fez com que a Defesa Civil adiantasse no último dia 15/05, um alerta para à população que mora em áreas que costumam ser afetadas para que comecem a guardar água, alimentos e remédios, onde “o acesso é feito apenas por embarcações e que foram afetadas na seca do ano passado, para que sofram o mínimo possível este ano”.

Questionamos: estaria o governador Wilson Lima (União Brasil) preparando uma operação para minimizar os efeitos da seca? Investindo recursos e material humano para isso? Infelizmente, não!

Os governos são responsáveis pela barbárie climática

Dados da Lei Orçamentária Anual  (LOA) 2024, mostram que o governo priorizou esse ano fortalecer o aparato policial e judiciário, destinando mais de R$ 2,5 bilhões para a secretaria de Segurança Pública, e R$ 1,2 bilhões para o Tribunal de Justiça do Amazonas, enquanto o valor destinado para as secretarias de Meio Ambiente e Infraestrutura, somados, são de R$ 280 milhões.

Em cinco anos de governo, Wilson Lima fez cinco empréstimos no valor de R$ 7,4 bilhões – realizou mais empréstimos que as gestões de Omar Aziz (PSD), José Melo, David Almeida (Avante) e Amazonino Mendes, entre os anos de 2010 a 2018.

O balanço desses anos de governo é extremamente negativo, os escândalos durante e após a pandemia mostraram o quão sanguessuga e parasita é este governo, os rombos nos cofres públicos, a violência e a miséria deixam claro que o projeto é sugar o máximo de recursos que puder enquanto estiver no poder e jogar o povo em valas comuns, deixar morrer de sede, de fome, e intoxicado pela fumaça das queimadas.

Wilson Lima e sua corja já deveriam estar presos pelos crimes durante a pandemia, pelas mortes e desabastecimento causados pela negligencia com a seca do ano passado. Não será esse governo Lula, com sua política econômica neoliberal Lula, a mudar a atual situação calamitosa que nos encontramos.

Num ato teatral Lula subiu a rampa do Planalto com uma criança negra, uma catadora, um cacique e líder indígena, um metalúrgico, um professor, e um ativista anticapacitista, mas nos meses seguintes virou as costas para esses setores e os demais de nossa classe implementando um novo Teto dos Gastos, que aprofunda os ataques aos serviços públicos, chacinas por todo país e o desmatamento continua a todo vapor. Criou o Ministério dos Povos Indígenas, e retirou desse o poder sobre a demarcação das terras indígenas, vem sucateando órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e vários outros mecanismos de resguardo das florestas.

Uma saída para a crise

Os exemplos acima mostram que não podemos esperar tanto de Wilson Lima, quanto de Lula, algo que vá minimamente amenizar a crise climática que piora a cada dia.

O povo sabe que a tragédia (anunciada) que ocorre no Rio Grande do Sul, tem relação com as mudanças climática. É o que mostra a pesquisa feita pelo instituto Quaest, onde 99% das pessoas entrevistadas acreditam que as enchentes no Rio Grande do Sul possuem ligação com essas mudanças.

Nesse ano de eleição, mais promessas serão feitas, caras novas surgiram, mas nenhum partido da ordem burguesa, de direita ou de esquerda, que buscam gerenciar as crises criadas pelo sistema capitalista, pode dar fim a barbaria que nos espera na próxima esquina.

A prioridade dos governos, empresários e da burguesia é continuar moendo nossa classe, destruindo direitos históricos, sucateando os serviços públicos e precarizando ainda mais nossa vida, para que suas taxas de lucros permaneçam altas.

Somente um projeto revolucionário e socialista pode nos livrar dessa destruição dos recursos naturais do planeta imposta pelo capitalismo. Só um projeto socialista, fincado na independência de classe, pode construir as soluções para que a humanidade não atravesse o ponto de não retorno que os cientistas tanto nos avisam.

A luta contra o colapso ambiental precisa ser assumida pela classe trabalhadora e suas organizações.  Dos indígenas Muras que lutam contra a mineradora Potássio do Brasil, passando pelas demais etnias que lutam contra garimpeiros e pela demarcação suas terras; os ribeirinhos que lutam e resistem em meio ao completo abandono; até os operários e operárias e demais trabalhadores(as) da cidade.

É preciso unificar essas lutas, pois todas tem como pano de fundo a resistência contra a opressão e exploração capitalista. Os sindicatos e entidades da nossa classe são ferramentas importantes nessa luta, mas precisam está a serviço desse projeto. A conciliação de classe que os governos de esquerda e as grandes centrais sindicais fazem, além de desmobilizar e despolitizar, pavimenta o caminho da ultradireita em nosso país.

Venha conhecer o PSTU e nos ajude a construir esse projeto de um mundo mais igualitário e justo, onde teremos outra relação com a natureza, onde sejamos parte dela e não mais estaremos alheios a ela.

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