As girafas do BioParque do Rio e o mentiroso mercado “pintado de verde”
O BioParque do Rio usa, como parte de sua propaganda, um discurso de conservação natural. A Prefeitura do Rio frequentemente faz coro a esse discurso em suas redes sociais. O Grupo Cataratas, que atualmente comanda o parque, é uma concessionária que se gaba, em seu site, de ter sido “duas vezes eleita a companhia mais sustentável na área de Turismo e Hotelaria”.
O caso das girafas faz cair as máscaras do falso discurso ambientalista. Um artigo do biólogo Mauricio Forlani mostra como a importação das girafas teve um objetivo puramente comercial. O artigo é intitulado “O falso discurso conservacionista do BioParque: o caso das girafas”.
Essa é uma demonstração de que é possível pintar o mercado de verde, mas não é possível mudar sua lógica: a obtenção de lucro como primeira e última finalidade. Também derruba a falácia de que o mercado teria um caráter autorregulador: se o descaso com as girafas foi fundamentalmente motivado por economia de recursos, quem se daria melhor na concorrência: quem despende mais em cuidado com os animais ou quem, como aconteceu na importação das girafas, negligencia-os e os maltrata?
Enquanto o lucro estiver acima do bem-estar dos seres vivos, situações análogas irão se repetir.
O respeito à fauna e à flora é fundamental para que a vida humana possa prosseguir na Terra. Casos insensíveis como esse nos mostram que a barbárie capitalista nos conduz ao abismo. É por isso que os recursos devem ser geridos pelos trabalhadores, organizados em conselhos populares para comandar seu próprio Estado. Uma vez que produzamos e exploremos a natureza segundo nossas reais necessidades, e não segundo ditames da concorrência de mercado, poderemos sair da Pré-História.