Trabalhadores dos transportes preparam participação na Jornada de lutas

Assembleia nacional dos trabalhadores de transportes reúne 500 e fortalece calendário de lutas contra as reformas e ataques de Temer
Nesta terça-feira (8) aproximadamente 500 trabalhadores do setor de transportes se reuniram, em São Paulo, na Assembleia Nacional dos Trabalhadores do Setor de Transportes para debater o apoio e adesão das categorias na Jornada de Lutas no mês de novembro, tanto no dia 11 quanto no dia 25, contra os ataques do governo.
Além da CSP-Conlutas, também compuseram a mesa da atividade sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Nova Central Sindical, Força Sindical, Intersindical e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Atnágoras Lopes, da Executiva da CSP-Conlutas, representou a central no encontro.
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A NCS (Nova Central Sindical) representa sindicalmente cerca de 70% das entidades da área de transporte no país. O dirigente da NCS, José Alves do Couto Filho, o Toré, pontuou que apoia as movimentações agendadas para o dia 11, contudo, os sindicatos da sua base vão aderir em peso às paralisações previstas para o 25 de novembro. Esse também foi o posicionamento da Força Sindical, representada pelo presidente do Sindicato dos Rodoviários de Santos e região, Valdir de Souza Pestana.
Nenhum direito a menos
O objetivo do encontro foi impulsionar a mobilização dos trabalhadores em transportes dos modais aéreo, rodoviário, portuário, viário, ferroviário, metroviário, moto-táxi e de cargas (caminhoneiros) sob a bandeira de “Nenhum Direito a Menos”, denunciando os ataques que estão em curso como a reforma trabalhista, a reforma da Previdência e a PEC 55 (antiga PEC 241) que prevê o congelamento de investimentos públicos em setores essenciais como saúde e educação por 20 anos.
A chamada “reforma de Estado” que retira investimentos em infraestrutura de transporte, prevendo um amplo programa de privatização de estradas, portos, aeroportos e metrôs também foi apontada como mais um motivo para que os trabalhadores se organizem para resistir e derrotar. Os dirigentes denunciaram ainda que as entidades sindicais no setor do transporte têm sido alvo de ataques, que na prática, impedem o direito à livre manifestação e o real direito à greve no setor, além das demissões arbitrárias, configurando uma série de práticas antissindicais.
Sem transporte o Brasil para!
Raimundo Borges, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, destacou que o setor dos transportes é estratégico para a economia do país. E, na contra-mão da importância do setor está a valorização dos trabalhadores dessa área. “Em comum, os trabalhadores do transporte são submetidos à condições de trabalho precárias, com altas jornadas de trabalho, falta de segurança e permanente exposição à riscos físicos como acidentes e morte”.
O dirigente também ressaltou que o setor é diretamente atingido pela precarização do trabalho, via terceirizações, e que a situação será agravada caso a Reforma Trabalhista seja aprovada. “Não faltam motivos para lutar. Sem transporte, o Brasil para”, reafirmou.
Jornada de Lutas em novembro rumo à Greve Geral
A Assembleia aprovou apoio a todas as iniciativas dos sindicatos que estejam mobilizados construindo um calendário de lutas neste mês de novembro. Aprovou também uma “Carta dos trabalhadores dos Transporte” para dialogar com a sociedade e denunciar amplamente os ataques do governo que atingem a toda a classe e não apenas algumas categorias.
Celso Borba, da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários), informou alguns exemplos de estados onde já existem indicativos de mobilização dos trabalhadores do metrô: Belo Horizonte (MG) paralisa no dia 11; Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) confirmaram adesão às paralisações do dia 25. “A reunião de hoje com a participação unitária de quase todas as centrais foi muito importante para fortalecer a Jornada de Lutas, runo à Greve Geral“, afirmou Celso.
Calendário de Mobilizações
A CSP-Conlutas está engajada na construção da Jornada de Lutas. Confira o calendário para as mobilizações no país:
11 de novembro – Dia Nacional de Protestos, Mobilizações e Paralisações: Impulsionaremos a participação de nossa Central especialmente naquelas categorias que já deliberaram por paralisação nesse dia, principalmente nos setores da educação e servidores públicos que estão em luta. Também garantiremos a presença da Central em atos unitários que sejam realizados.
20 de Novembro – Dia da Consciência Negra: Será marcado pela Marcha da Periferia. Durante todo o mês de novembro haverá atividades e protestos que marcam a luta contra o racismo no país e por direitos de negras e negros.
25 de novembro – Dia Nacional de Protestos Paralisações e Greves: A proposta é que este dia seja fortalecido com o acúmulo das lutas em curso e das ações do dia 11 de novembro e que entrem com presença expressiva nesse dia os diversos setores privados que começam a se mobilizar, entre eles, metalúrgicos, operários da construção civil, petroleiros, trabalhadores da mineração, químicos e outros. Buscaremos realizar amplas ações conjuntas com o movimento popular.
Também vamos incorporar a luta contra a violência às mulheres como parte do Dia Latino-americano Contra à Violência à Mulher, no mesmo 25 de novembro.
Por CSP-Conlutas