BA: Todo apoio à greve das professoras e professores municipais de Salvador
Prefeito Bruno Reis (União Brasil) não cumpre com a Lei Nacional do Piso do Magistério

Victor Marinho, presidente do diretório municipal do PSTU e ex-candidato a prefeito de Salvador
No último dia 6, professoras e professores da rede municipal de Salvador, capital da Bahia, reunidos em assembleia geral, decidiram decretar greve da categoria por tempo indeterminado. A paralisação é uma resposta ao não cumprimento da lei do Piso do Magistério pela prefeito Bruno Reis (União Brasil), direitista vinculado ao neocarlismo. Apesar das fortes chuvas que acometeram a cidade nos últimos dias, a assembleia foi lotada. ocupando a Praça do Campo Grande, o que demonstra a grande insatisfação da categoria e a disposição de luta.
O prefeito Bruno Reis apresentou uma proposta de reajuste salarial vexatória, de apenas 4%, divididos em duas parcelas de 2%, em maio e outubro. Esse percentual é absolutamente insuficiente para recompor as perdas salariais decorrentes da inflação e ignora a necessidade de garantir o cumprimento do piso, hoje defasado em 58%. Corretamente, a categoria rejeitou a proposta de acordo indecente e se lançou no movimento paredista.
Além da reivindicação salarial, os docentes lutam por valorização do magistério e da educação pública, melhores condições de trabalho e de infraestrutura nas escolas (climatização, material didático, etc.). No dia 7, a categoria realizou um grande ato na Estação da Lapa, o maior e mais movimentado terminal da cidade, marcando um início ativo da greve, com ocupação das ruas.
Para que a greve seja vitoriosa, é preciso apostar nos métodos da ação direta e unificar a categoria com pais e estudantes, de modo a conquistar o apoio da opinião pública e impor uma derrota ao executivo municipal, forçando-o a atender as reivindicações do movimento.
O PSTU manifestamos nossa solidariedade e apoio ativo ao movimento grevista. Chamamos todos a participar do calendário de mobilização da categoria. Amanhã, dia 9, ocorrerá uma marcha pelo pagamento do piso, saindo do Largo de Roma em direção à Igreja do Bonfim, a partir das 9h.

Lei Nacional do Piso do Magistério não é cumprida pelo prefeito da capital baiana | Foto: APLB-Sindicato
Enfrentar a criminalização das lutas sociais
Com apenas um dia de greve, a Justiça da Bahia, acionada pela prefeitura de Salvador, decretou a ilegalidade do movimento paredista, determinando o seu fim e o retorno dos docentes à sala de aula em 24h, sob pena de multa diária de R$ 15 mil ao sindicato e autorizando a prefeitura a descontar os dias não trabalhados.
Trata-se de mais uma decisão do judiciário burguês no sentido da criminalização das lutas sociais e do exercício do direito de greve, particularmente no serviço público. É a serviço do Estado capitalista e dos ricos que se orienta a maior parte dos privilegiados juízes, de modo que não se deve confiar no judiciário. Apenas a união e a luta consequente dos trabalhadores pode impor recuos e derrotas aos operadores do sistema capitalista.
— Abaixo a criminalização das lutas sociais e dos lutadores! Em defesa do direito de greve!
— Nenhuma confiança no parlamento, no judiciário e no governo dos ricos! Bruno Reis é inimigo da educação pública e dos professores! Confiar apenas em nossas forças, em nossa união e capacidade de mobilização!
— Pela vitória da greve! Ilegal é não pagar o piso!