Nacional

Casos de Dengue explodem no país: Cinco estados e cidade do Rio declaram estado de emergência

Já são mais de 260 mil casos e 29 mortes pela doença

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

5 de fevereiro de 2024
star5 (2 avaliações)

Com mais de 260 mil casos já registrados em todo o país, a Dengue é novamente motivo de muita preocupação entre os brasileiros. Até a sexta-feira (2), o número de óbitos pela doença era de 29 pessoas, mas 173 casos estão sob suspeita.

Comparado o mesmo período no ano passado, o aumento na incidência nas contaminações é de 170%. O crescimento rápido está relacionado às ondas de calor e fortes chuvas neste início de ano. Condições favoráveis à reprodução do mosquito transmissor Aedes aegypt.

Já são cinco unidades federativas que decretaram situação de emergência: Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (5), foi a vez da cidade do Rio de Janeiro, devido ao grande número de internações.

De acordo com dados divulgados na sexta-feira (2), a capital fluminense já registrou mais de 10 mil casos de Dengue, neste ano. O número é quase a metade do que foi registrado durante todo o ano de 2023.

Em relação à incidência, quando se leva em conta o número de casos em relação a população total de uma área, o DF é a região que apresenta o cenário mais grave. São mais de 30 mil casos. Uma incidência de 1.081, para cada 100 mil habitantes.

Já em relação ao aumento dos casos, o Rio Grande do Sul ocupa a primeira posição. São 2.428 casos em janeiro, contra apenas 83, no mesmo período no ano passado. O índice de aumento é de 2.825%.

O que faz o poder público?

A abertura de locais de atendimento à população, aumento de leitos exclusivos para os pacientes com Dengue e o uso dos carros “fumacê” para matar os mosquitos adultos são algumas das medidas mais comuns que integram os planos de emergência.

O governo Lula ainda não classificou o atual surto como uma epidemia nacional de Dengue, como ocorreu em 2015. No entanto, o próprio Ministério da Saúde emitiu uma Nota Informativa ainda em 2023 alertando para os riscos de um surto histórico neste ano.

O documento levava em conta estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde) e o impacto do aumento do calor causado pelo El Niño (aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico) na saúde das pessoas.

A estimativa é de que, até o final do ano, os casos podem chegar até 4,2 milhões de casos.

Vacinação

O governo deverá receber ao longo de todo o ano, doses suficientes para vacinar 3,2 milhões de brasileiros, ou seja 1,5% da população. A vacina Qdengua, desenvolvida no Japão, deve ser aplicada em duas doses, ainda em fevereiro.

Com um número reduzido de doses, foi criado um plano para atender as populações mais vulneráveis. Receberão a vacina pelo SUS, jovens de 10 a 14 anos, faixa etária mais suscetível às internações.

O governo também leva em conta cidades com mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue em 2023 e 2024 e com maior predominância do sorotipo DENV-2, ou subtipo 2 da dengue, responsável por casos mais graves.

Prevenção e subdesenvolvimento

A Dengue não é uma doença infecciosa, ou seja, que passa de pessoa para pessoa. Para haver a contaminação é necessário ser picado por um mosquito infectado com o vírus. Por isso, a melhor maneira de prevenir é tomar medidas para reduzir a população do Aedes aegypt.

Os criadouros onde as larvas são depositadas são locais onde a água acumula. Por isso, a necessidade da limpeza de resíduos sólidos (garrafas, pneus, etc), além é claro do saneamento básico para a população.

Promover estas mudanças é dever do governo nas esferas federal, estadual e municipal. É preciso uma política pública que combata os efeitos da doença, com melhorias no atendimento à saúde do povo trabalhador.

No entanto, combater as causas é tão importante quanto. Por isso, a exigência de moradia digna, serviço de limpeza urbana eficaz, com manejo dos resíduos para evitar contaminações e a reciclagem.