Juventude

CONEG da UNE: Por uma Oposição de Esquerda Unificada na UNE!

Rebeldia - Juventude da Revolução Socialista

17 de abril de 2025
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Entre 17 e 18 de abril acontece o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da União Nacional dos Estudantes (UNE), aglutinando diretórios centrais de estudantes, uniões estaduais e executivas de cursos de todo o país. Nós do Coletivo Rebeldia, vamos batalhar para que esse espaço discuta os principais problemas dos estudantes e também prepare nossas lutas. 

Lutar contra os ataques do governo Lula e pela prisão de Bolsonaro!

Depois do início do ano, em que anunciou uma série de medidas fiscais para benefício dos capitalistas e empresas, agora o governo Lula debate a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Uma medida necessária, no entanto insuficiente, porque não será corrigida pela inflação e por conta dos próprios ataques já feitos anteriormente – como a restrição do salário mínimo – que corroem as condições de vida dos trabalhadores. Além disso, embora anuncie a suposta taxação dos “super-ricos”, o governo deixará intocadas as fortunas dos bilionários do país. Ou seja, ao invés de avançar para realmente taxar os barões da riqueza e exploração do país, o que poderia trazer orçamento significativo para o povo, o governo prefere não fazer nada.

Os setores da ala majoritária da UNE lançaram uma campanha por um plebiscito popular pelo fim da escala 6×1 e a taxação dos super-ricos. O problema é que a majoritária não fala que o projeto do governo não se volta contra os super-ricos de verdade, o que já demonstra o caráter populista do plebiscito, que tem o objetivo de defender o governo. Além de que, embora tenha encampado a luta pelo fim da 6×1 agora, também não fala que no Conselho de Entidades de Base (Coneb) da UNE, realizado em fevereiro, foi contra uma proposta apresentada pelo Rebeldia, para que a UNE se somasse à manifestação nacional marcada em fevereiro pelos movimentos sociais para lutar contra a 6×1. 

Enquanto isso, se abre a possibilidade de prisão de Bolsonaro e de punição dos golpistas. Uma medida fundamental para o combate à extrema-direita no país, com importância remarcada nesse mês de abril, em que se completa 61 anos do golpe militar, e segue em aberto a necessidade de lutar contra os ditadores do passado e do presente. No entanto, diante das articulações da extrema-direita para votar o Projeto de Lei da Anistia, o papel que o governo Lula cumpre é o de recuar, ceder e aventar a possibilidade de reduzir a pena dos golpistas. Sem falar que mais da metade dos deputados que estão lutando para levar adiante esse PL são da base do governo e ocupam cargos na Esplanada.

Isso tudo demonstra que, além de lutar contra o governo para defender os direitos da classe trabalhadora, é preciso enfrentar Lula para derrotar a extrema-direita. Ou ficamos enrolados nas negociatas da governabilidade burguesa, que nos amarra no centrão e fortalece a extrema-direita, ou construímos um projeto nosso, de enfrentamento. 

Mobilização estudantil ou teatro em Brasília? 

A UNE chamou uma mobilização em Brasília, a “Blitz da educação”. Longe de organizar atos de rua ou protestos a partir dos estudantes nas universidades, com assembleias gerais e ônibus para ocupar Brasília, a tal blitz significou duas dúzias de gatos pingados da majoritária e da Juventude Sem Medo em frente ao Congresso Nacional. O que foi chamado como mobilização na verdade não passou de uma performance para as redes sociais, onde a UNE ficou de papo com deputados na Câmara Federal e estendeu algumas faixas.

Frente ao imobilismo da ala majoritária da UNE e o fracasso dessa blitz, defendemos que o CONEG encaminhe um calendário nacional de mobilização, com assembleias nas bases das universidades e um ato nacional unificado. Assim, podemos enfrentar o arcabouço fiscal, a reforma curricular e das licenciaturas e defender as universidades frente os cortes de R$ 1,6 bilhão que Lula fez. 

Chega de fraudes e agressões, contra os métodos stalinistas e burocráticos da majoritária!

Os congressos da UNE são marcados por fraudes nas tiragens de delegados. Os métodos de intimidação política e violência são comuns para coagir as delegações a votarem com a majoritária ou silenciar a oposição, como ocorreu no Coneb onde arrancaram nossas faixas. 

A majoritária da UNE apresentou uma proposta de alteração do regimento da entidade. Propõem passar de 1000 estudantes por cada delegado para 2000, e a liberação irrestrita de tiragem de delegados no EaD, na prática legalizando as fraudes do EaD. Todos esses métodos estão a serviço da manutenção do aparato financeiro da UNE nas mãos da majoritária, que tem medo de perder espaço agora que não são maioria na base das universidades e entidades gerais. Além disso, está a serviço de uma política: implementar a defesa do governo e seu projeto capitalista no interior do movimento estudantil.

Nós do Rebeldia assinamos a carta dos DCEs por democracia na UNE, e defendemos que além de barrar as modificações no estatuto que propõe a majoritária é preciso implementar mecanismos de democratização dos espaços da entidade. Nesse sentido, além das propostas da dita carta, defendemos que os Grupos de Trabalho (GTs) nos congressos da entidade tenham poder de encaminhar propostas que surjam da base durante as discussões para a plenária final, instaurando uma metodologia direta e participação do conjunto dos estudantes.

Organize sua Rebeldia. Venha fazer parte dessa luta com a gente!

Por uma Oposição de Esquerda unificada 

Estamos frente a um governo Lula que nos ataca e na oposição há uma extrema direita com um projeto de ditadura. Frente a esse cenário, para que a UNE organize a luta dos estudantes, é preciso derrotar a majoritária da entidade e sua linha auxiliar, a Juventude sem Medo.

Nesse sentido, é fundamental que os coletivos Correnteza, Juntos, UJC, Vamos à Luta, Ecoar etc. estejam juntos, a partir de um programa político em comum. Entendemos que se temos uma oposição unificada, em torno de um programa e não a partir de cálculos de delegados e cargos, a luta por uma alternativa para os estudantes e o desenvolvimento das lutas avança. Nesse sentido, defendemos a realização de uma plenária da Oposição de Esquerda, que não pare na discussão democrática mas avance para um programa e atuação comum, dentro e fora da UNE, como um campo político alternativo frente à majoritária. Sugerimos a noite do dia 17/04, durante o CONEG, para a realização dessa plenária. 

Por uma alternativa socialista e revolucionária!

Nós do Rebeldia somos oposição de esquerda ao governo Lula-Alckmin porque entendemos que é preciso construir um projeto que supere a conciliação de classes. Sem essa batalha, quem vai se apresentar como alternativa, aproveitando-se do descontentamento frente a queda do nível de vida e ataques do Lula, vai ser só a extrema direita. Então, ser independente do governo não pode significar uma abstração: ser independente significa poder enfrentar quem nos ataca, e por isso para ter independência é preciso ser oposição ao governo, ao seu projeto de conjunto, e não apenas sua política econômica.

Nesse sentido, defendemos a necessidade da aliança operária-estudantil e vamos ocupar as ruas no 1° de maio, na avenida Paulista, no único ato que enfrenta os ataques do governo Lula e afirma a independência de classe.

Organize sua Rebeldia. Venha fazer parte dessa luta com a gente!

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