Estado de “Israel” invade maior hospital de Gaza e segue genocídio palestino

No 38º dia de ataques massivos sobre Gaza e toda a Palestina ocupada, incluindo a Cisjordânia nunca controlada pelo Hamas, as forças do Estado de Israel invadiram o maior hospital de Gaza, Al Shifa, na madrugada deste 14 novembro. A invasão foi precedida por um cerco das tropas sionistas e bombardeios, que fizeram colapsar a estrutura do hospital. Médicos relatam que ao menos três bebês prematuros morreram por falta de oxigênio nas incubadoras, situação que foi definida por um dos médicos como um “genocídio em câmera lenta”.
Há relatos ainda de pacientes e civis mortos pelas tropas ao tentarem deixar o hospital, mesmo as forças armadas de Israel terem ordenado a sua evacuação. Ao menos 30 pessoas teriam sido assassinadas desta forma. No momento da invasão, o prédio abrigava entre 5 e 7 mil civis, além de 650 pacientes e outras centenas de profissionais de saúde.
A justificativa para o ataque ao hospital, um crime de guerra segundo a própria Convenção de Genebra, foi a de que a unidade seria utilizada pelo Hamas para estocar armas e abrigar até centros subterrâneos de comando da organização. A “informação” teria sido confirmada pelo governo Biden, que deu o aval para a invasão.
O resultado da incursão das forças sionistas foi tão desmoralizante que a própria conta das IDF (Forças de Defesa de Israel na sigla em inglês) no X (ex-Twitter) apagou, momentos depois de ter postado, um vídeo supostamente sem cortes mostrando o interior do hospital. Entre os objetos exibidos por “Israel” como evidências da presença do Hamas estavam 7 fuzis guardados num armário de armas, alguns CD’s, um computador e até mesmo uma câmera de segurança instalada no teto. Evidentemente, nenhum túnel.

Postagem apagada pelas forças armadas de Israel
A propaganda sionista afirmava que, após o ataque ao Hamas, que não encontraram, providenciariam insumos ao hospital. O que aconteceu, na realidade, foi justo o contrário. Segundo o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, Dr. Munir Al-Bersh, “a ocupação israelense destruiu equipamentos que não se encontram na Faixa, exceto no Complexo Al Shifa”. Um jornalista da Sky News confirmou que o exército “explodiu um armazém de medicamentos e equipamentos médicos dentro do hospital, antes de ir embora“.
O número de vítimas, tanto dos ataques do Estado de Israel desde o dia 8, quanto das condições impostas pelo cerco das tropas na última semana, foi tão grande que valas coletivas começaram a ser abertas no complexo.

Vala coletiva no complexo de Al Shifa
Máquina de guerra e fake news
O ataque ao hospital Al Shifa foi mais uma mostra da máquina de fake news que o Estado de “Israel” põe em marcha ao lado de seu poderio bélico, patrocinado pelos EUA, para o seu plano de genocídio e limpeza étnica. Além do tal “comando” do Hamas, o insuspeito jornal norte-americano, New York Times, reuniu diversas evidências desmentindo o Estado de Israel de que projéteis que haviam atingido o mesmo Al Shifa dias antes havia sido disparado pelo Hamas. Filmagens e fragmentos mostraram que o ataque partira mesmo de forças israelenses.
O desmentido corrobora ainda mais o fato de que o ataque a outro hospital, o Al-Ahli Arab, em 17 de outubro, e que matou mais de 500 pessoas, também partiu das forças do Estado de Israel. Aliás, hospitais e escolas são os alvos preferenciais do Estado terrorista, no que parece cada vez mais um plano para impor uma “solução final” à questão palestina: o extermínio dos palestinos e a expulsão dos sobreviventes ao deserto do Sinai.
Já são mais de 11 mil palestinos mortos desde o início dos ataques, 6 mil crianças e uma lista interminável de crimes de guerra: aos ataques a escolas e hospitais, execuções sumárias, torturas de prisioneiros, ao uso de bombas de fósforo branco (proibido desde 1997 pela Convenção de Genebra), e a imposição de uma situação que transforma Gaza, de uma prisão a ceu aberto, a um verdadeiro campo de extermínio. Sete de cada 10 palestinos não contam com água potável, numa situação que tende a se agravar cada vez mais, junto à falta de alimento e medicamentos.
Lula, rompa relações com Israel
O avanço do genocídio reafirma a necessidade de se intensificarem as mobilizações em solidariedade irrestrita à resistência e ao povo palestino. É necessário exigir que os governos rompam relações militares, diplomáticas e comerciais com o Estado terrorista de Israel.
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Mobilizações nos próximos dias
Goiânia, 17/11, 18h30, Igreja Ortodoxa São Nicolau
Brasília, 18/11, 10h, na Embaixada dos EUA
Belo Horizonte, 20/11, 17h, Ato unificado com o movimento negro, Praça Sete
São Paulo
17/11, 11h. Consulado de Israel, Rua James Joule, 92
18/11, 10h às 18h, Orquestra Mundana Refugi e outros no Museu da Imigração, Mooca
25/11, 12h, Festival Palestina Livre no Galpão Cultural, Al. Eduardo Prado
29/11, Ato do Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino
Rio de Janeiro
20/11, 11h, Ato conjunto com a Marcha da Periferia, Viaduto Negrão de Lima, Madureira
29/11, 17h, Ato na Candelária
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