Exposição e instalação artística na UFBA promoveu debates sobre a Palestina

Sandra Marinho, professora da Faculdade de Educação da UFBA e militante do PSTU-BA
Embaladas pelo gigantesco espírito de solidariedade mundial ao povo palestino, e atendendo ao chamado da CSP-Conlutas e do seu Setorial de Mulheres para a promoção de ações que deem visibilidade à dramática situação das mulheres e crianças palestinas, nestes dois anos de genocídio e 77 anos de Nakba (catrástrofe, em árabe), cujo marco foi a criação artificial do estado sionista e a expulsão dos palestinos de suas terras, as professoras Rilmar Lopes e Sandra Marinho, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA), que compõem o Ateliê de Estética Marxista do Laboratório de Estudos e Pesquisas Marxistas (Lemarx), decidiram organizar uma exposição e instalação artística intitulada “Palestina Livre: relendo a vida”, inaugurada na atividade de relançamento do Movimento de Mulheres em Luta (MML) na Bahia, no dia 13 de setembro.
Superando as expectativas iniciais, a exposição e instalação teve um grande impacto, de modo que foi decidido prolongar o período de visitação, e promover uma extensa programação de rodas de conversas, mobilizando centenas de estudantes, docentes e visitantes, ao longo de três semanas e cerca de quinze atividades, para a reflexão sobre o genocídio do povo palestino, que vem ocorrendo a olhos vistos.

Roda de conversa sobre a Palestina com estudantes da Faculdade de Educação da UFBA
Atividades
Abrimos a programação com uma roda de conversa, no dia 23/09, intitulada “Arte, política e cultura: Palestina livre, relendo a vida”.
No dia 25, promovemos, junto ao Fórum sobre Medicalização e Desmedicaliza UFBA, um debate com o tema “O genocídio palestino como fratura ética: que subjetividades serão possíveis depois de Gaza?”, com as professoras da FACED Thaís Seltzer e Maria Izabel Ribeiro, que foi seguida de vivências do teatro do oprimido com poemas palestinos, a partir da participação da professora Cilene Canda e convidados.
No dia 26, debatemos sobre corpo, território, gênero e as mulheres palestinas, com a participação da professora Maise Zucco, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM-UFBA), e do MML-BA.
No dia 27, o Coletivo de Mulheres do Lemarx dedicou o seu encontro às crianças palestinas, com o lema “Que nenhum erê seja tombado!”.

Artista: Milena Oliveira (@ancestralidadenaveia), militante do MML e PSTU-BA
No dia 01/10, realizamos uma roda de conversa com o tema “Educação libertadora, decolonialismo, explorados e oprimidos”, com a participação da professora Gilvanice Musial, da FACED/UFBA.
No dia seguinte (02/10), debate com o projeto ‘Café Paulo Freire Itinerante’, com a mediação das professoras Maiara Damasceno (UFBA) e Edite Farias (Universidade do Estado da Bahia – UNEB), sobre povos originários e violação dos direitos humanos, a partir da questão palestina.
No dia 03, mais uma roda de conversa foi realizada com o tema “Povos do campo, formação profissional da classe trabalhadora e o internacionalismo proletário”, com a participação das professoras Marize Carvalho e Sandra Siqueira.
Em todas as rodas de conversa, abrimos a possibilidade de expor todo o projeto histórico e político do sionismo de limpeza étnica, os dados, a saída para o genocídio/holocausto palestino, além de discorrermos sobre as ações do Comitê Baiano de Solidariedade à Palestina, no qual, nós do PSTU, participamos ativamente de todos os atos e manifestações.
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Microfone aberto e documentário
No dia 07/10, data simbólica que marcou dois anos da heroica ação militar defensiva da resistência palestina, que rompeu o criminoso cerco à Gaza, mas também do aprofundamento do genocídio que se seguiu, pelo exército israelense, ocasionando oficialmente mais de 60 mil mortos, grande parte mulheres e crianças, fizemos uma tribuna livre, com microfone aberto.
Também foi exibi o documentário “Zumbi dos Palmares: uma voz para o mundo”, com a presença do cineasta produtor do documentário Carlos Pronzato, fazendo relações entre a resistência negra à escravidão e a resistência palestina à opressão colonial e genocídio.
Concluímos o período da instalação e exposição no dia 08/10, com um sarau poético, denominado de “Assaltos poéticos”, momento em que tomamos as salas de aula da Faculdade de Educação da UFBA com poemas sobre o genocídio palestino.
É importante marcar o caráter educativo e formativo dessas atividades, no sentido de fomentar um sentimento de solidariedade ao povo palestino e de denúncia ao imperialismo e à politica sanguinária, colonial e racista de Israel e do criminoso genocida Benjamin Netanyahu.
Compartilhamos registros dessa importante iniciativa, com a intenção de despertar novas ações de solidariedade ao povo palestino, até a sua vitória, com a conquista de uma Palestina Livre, do rio ao mar.
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