Negros

Fora Alejandro Dominguez da Conmebol! Para acabar com o racismo no futebol, é preciso banir todos os racistas!

Mais uma vez atos racistas no futebol

Silas Teixeira, de Genebra

17 de abril de 2025
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O jogador do Palmeiras, Luighi, vítima de racismo

Quinta-feira 6 de março, no Estádio Gunther Vogel, localizado na cidade de San Lorenzo, no Paraguai, pela segunda rodada do Grupo C da Conmebol Libertadores Sub-20, jogavam Cerro Porteño (equipe local) contra o Palmeiras. A equipe brasileira venceu o jogo por 3 a 0. O resultado  assegurou a vaga dos paulistas para as semifinais. Finalmente, o Flamengo foi o campeão derrotando o Boca Juniors da Argentina.

Seria apenas mais um jogo entre jovens que sonham em se tornar profissionais dos maiores clubes do futebol Sul-Americano, porém não foi assim.

Lamentavelmente, como em várias outras ocasiões, o jogo foi palco de agressões racistas contra jogadores negros do Palmeiras. Aos 34 minutos, um torcedor com uma criança no colo imitou um macaco em direção a Figueiredo, que deixava o campo após ser substituído (a transmissão do Sportv recuperou a imagem). 

Não parou por aí, os atos racistas continuaram, dessa vez contra o jovem Luighi, de 18 anos. Um “torcedor” da equipe da casa fez gestos  e o chamou de macaco. Após alertar o árbitro a respeito do episódio, o jogo foi paralisado por alguns minutos. 

Quem é Luighi 

O atacante é o que se convencionou chamar de “joia”, quando um jovem desponta como uma realidade para o futebol. Luighi já é um jogador profissional, tendo marcado dois gols na equipe principal. O primeiro contra o Flamengo no Maracanã no Campeonato Brasileiro de 2024, e faz parte da mesma geração que formou Endrick, Luis Guilherme e Estêvão.

As lágrimas e o sofrimento de Luighi

 Luighi chorou no banco de reservas, e foi às lágrimas também ao desabafar sobre o ocorrido após a partida ao ser entrevistado por jornalistas na Zona Mista do Estádio.

“Você não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo. Até quando a gente vai passar por isso? Até quando? O que fizeram comigo foi um crime. Você ainda vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso, a CBF, sei lá quem… Não ia perguntar sobre isso, né? O que fizeram comigo foi um crime. Aqui é formação. A gente tá aprendendo aqui.”

As lágrimas do jovem jogador criou uma comoção no mundo do futebol brasileiro e sul-americano, sendo que muitos jogadores de vários clubes manifestaram  seu apoio a Luighi.

Porém nem todos, Gamarra, ex-jogador da Seleção Paraguaia e que atuou no futebol, brasileiro por muitos anos, disse em entrevista à Rádio Ñanduti do Paraguai, justificando a atitude dos racistas e responsabilizando a vítima. “Eu vi as imagens; houve provocação do jogador, ele saía e mostrava a camisa. É uma reação lógica dos torcedores. Quando você vai a um jogo, você tem que mostrar caráter. Você não pode simplesmente chorar porque alguém fez um gesto ou diz algo para você, porque isso sempre acontece em campo. Esta é uma geração muito sensível. No Brasil, sempre tive companheiros negros, e eles nunca saíam do campo chorando porque eram gritados. Costumávamos chamá-los de ‘negão’ e nada acontecia. Era normal!”,  afirmou ao jornal Lance do dia 13 de março. 

Presidente do Palmeiras se manifesta sobre o caso 

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, demonstrou sua justa indignação com o sofrimento do jovem Luighi, e ameaçou retirar o Palmeiras da Conmebol, e considerou a possibilidade dos clubes brasileiros se filiarem à Concacaf (que reúne os clubes da América Central e do Norte).

A Conmebol decidiu punir o Cerro em U$ 50.000 (quantia irrisória para um grande Clube) e o próximo jogo do clube com portões fechados (os jogos do sub-20 tem público reduzidíssimo).

Em represália, Leila Pereira não compareceu à cerimônia de sorteio dos grupos da Libertadores da América e da Copa Sul-Americana, e enviou seu vice-presidente.

Ao fim da cerimônia, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, foi questionado por um repórter sobre a fala da presidente do Palmeiras de sair da Conmebol e ir para a Concacaf. Em sua resposta disse aos risos que a “Libertadores da América sem o Brasil é como Tarzam sem Chita” ou seja, dobrou a aposta do racismo.

Dominguez: “Libertadores da América sem o Brasil é como Tarzam sem Chita

É preciso lutar contra o racismo, expulsá-lo do futebol e não fugir

Segundo reportagem do G1 de 1º de abril, um estudo do Observatório de Discriminação Racial no Futebol apontou que situações como essas tem aumentado cada vez mais nos últimos anos. No Brasil ou em jogos da Conmebol, em 2023, foram registrados 136 incidentes racistas envolvendo jogadores, torcedores, árbitros e equipe técnica – tanto em estádios, internet, eventos e outros espaços relacionados ao futebol. 

A quantidade é quase 40% maior do que os 98 casos registrados em 2022 e 112,5% maior que em 2021 (64 casos). 

O estudo também mapeou incidentes racistas que aconteceram somente com atletas brasileiros que jogam em times do exterior. Em 2023, houve 26 casos. Desses, o atleta Vinicius Jr., que joga no Real Madrid, foi citado 12 vezes.

O que fazer ?

Diante desta relidade, Leila Pereira, presidente do clube paulista, se propõe fugir dos racistas e não lutar contra eles. Propõe-se a fugir para a Concacaf onde fazem parte os EUA, um dos paises mais racistas do mundo, onde os negros são mortos sem piedade pelas polícias nas ruas das cidades até os dias de hoje.

Não. Fugir não é a solução !

  • A solução contra o racismo é lutar contra o racismo, destruí-lo e banir todos os racistas dofutebol !
  • O racismo mata, o racismo é crime!
  • Banimento do futebol e prisão aos racistas esta é a solução!
  • Os jogadores, seu sindicato, os clubes brasileiros e a CBF devem exigir a demissão imediata do Presidente da Conmebol, pois com suas palavras, demonstrou que é apenas um racista a mais!

A solução não virá dos dirigentes do futebol

É necessário que nós, os torcedores, sejamos capazes de nos mobilizar e exigir com nossa luta nos estádios e nas manifestações de rua, o fim desta maldita praga assassina que é o racismo.

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