Internacional

Fora Trump da América Latina: EUA afirmam ter realizado primeiro ataque direto contra a Venezuela

Bombardeio de porto venezuelano teria sido o primeiro ataque por terra ao país. É preciso unir a classe trabalhadora em toda a América Latina contra a intervenção norte-americana

Redação

30 de dezembro de 2025
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O porta-aviões USS Gerald Ford, o maior do mundo, deslocado para o Caribe Foto Alyssa Joy/Marinha dos EUA

O chefe da principal potência imperialista do planeta, Donald Trump, afirmou, nesta segunda-feira, 29, que os EUA realizaram seu primeiro ataque em terra contra a Venezuela. Segundo Trump, os EUA destruíram um porto do país, no que seria o primeiro ataque direto do imperialismo dentro do território venezuelano após uma série de bombardeios contra embarcações em águas internacionais que tiraram a vida de quase 100 pessoas.

“Atacamos todas as embarcações e agora atacamos a zona [de atraque]… e já não existe”, afirmou Trump à imprensa. O ataque teria ocorrido no início do mês. Segundo veículos de imprensa como o Washington Post, o ataque teria sido realizado pela CIA (Agência Central de Inteligência) por meio de drones. Assim como os pescadores assassinados pelas Forças Armadas norte-americanas foram classificados de “narcotraficantes”, a justificativa para o alegado ataque ao porto é o de que o local serviria ao grupo criminoso “Tren de Aragua”, o qual Trump acusa Maduro de integrar e proteger.

A informação sobre o ataque foi confirmada por grandes veículos de imprensa dos EUA, mas, até o momento, não foram divulgados detalhes ou imagens sobre a ação militar. A estatal venezuelana TeleSUR, por sua vez, compartilhou imagens de uma explosão na distribuidora Primazol, em Maracaibo, ocorrida no último dia 24, negando se tratar de um ataque, mas um “incidente” rapidamente controlado.

Escalada na ofensiva contra a Venezuela

O ataque ao porto venezuelano, caso se confirme, representa uma escalada na ofensiva imperialista norte-americana contra a Venezuela, que não deve parar por aí. Trump deslocou algo como 20% de suas tropas para a região do Caribe, e uma infraestrutura militar que conta com o maior porta-aviões do mundo, bombardeiros e submarinos nucleares.

Além dos ataques aos barcos supostamente a serviço do “narcotráfico”, na verdade, pescadores sumariamente exterminados à distância, os EUA impuseram um bloqueio à costa da Venezuela, e sequestraram dois navios petroleiros. O chefe do imperialismo vinha prometendo, porém, um ataque por terra, que não deve se reduzir à suposta destruição do porto anunciada nesta segunda.

Não à ofensiva imperialista contra a Venezuela

O objetivo declarado de Trump é o de destituir o atual governo Maduro, apossando-se diretamente do petróleo venezuelano, substituindo a atual ditadura “bolivariana” por um governo fantoche liderado por Maria Corina Machado. Por mais que Maduro permita e apoie a atuação da norte-americana Chevron no país, e negocie a entrega dos recursos naturais venezuelanos ao imperialismo norte-americano, o plano de Trump parece ser o de intervir diretamente, seja por meios militares, seja asfixiando economicamente o país.

Ainda que, por hoje, pareça improvável uma invasão militar terrestre e uma ocupação total do país, analistas são unânimes em afirmar que algum tipo de intervenção haverá. Seja bombardeios a alvos específicos, como no Irã, ou até mesmo uma invasão de forças especiais para depor, sequestrar ou matar Maduro, como ocorreu em 1989 no Panamá contra o então presidente do país, Manuel Noriega. Fato é que, pelo tamanho do aparato militar deslocado para o Caribe e o Pacífico, é certo que algum tipo de ação Trump planeja, para muito além de um bombardeio a um porto.

A ameaça e a agressão imperialista de Trump contra a Venezuela, sob o discurso cínico de combater o narcotráfico, é uma ameaça à toda América Latina, e se inscreve na doutrina política, militar e econômica de Trump de tomar a região como seu “quintal”. Principalmente agora diante da disputa interimperialista com a China.

Unir os trabalhadores contra o imperialismo norte-americano

É preciso unir a classe trabalhadora de toda a América Latina contra a agressão de Trump à Venezuela, sem qualquer apoio à ditadura de Maduro que, dentro de seu país, impõe um governo autoritário e entreguista (tanto aos EUA quanto ao imperialismo chinês). No Brasil, é preciso exigir de Lula que tome medidas efetivas de solidariedade ao povo venezuelano e contra o ataque de Trump.

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