Gilberto Melo: Uma vida dedicada ao partido, à Educação e à família

Aprendemos com nossos mestres, Trotsky e Moreno em especial, sobre a necessidade de nos conectar com as novas gerações. A renovação se faz pela juventude, livre de toda responsabilidade direta pelo passado, e por isso devemos dar excepcional atenção às jovens gerações, em especial aos jovens da classe trabalhadora. Pois apenas o fresco entusiasmo e o espírito ofensivo da juventude, combinados com a experiência das gerações que a antecedem e em ligação com o movimento operário, podem impulsionar a luta pela derrota do capitalismo, isto é, a luta pela revolução socialista.

Alguém que bem compreendia e vivia essa necessidade de conectar-se com as novas gerações era Gilberto Melo, Professor de História e militante de nossa organização no Triângulo Mineiro desde os primeiros anos do PSTU. Gilberto, que tinha apenas 54 anos, nos deixou trágica e prematuramente, falecendo em sala de aula no último dia 16, vítima de um infarto cardíaco fulminante. Sua morte foi decorrente de sequelas deixadas por uma dengue hemorrágica que o havia afastado de suas atividades por quase quinze dias. No dia anterior ao seu falecimento, em sua última participação em uma iniciativa de comunicação – um programa semanal no canal de YouTube do CBL – Coletivo Bancada do Livro, do qual alguns de nossos militantes participam – suas últimas palavras foram um testemunho desta compreensão e de uma vida dedicada à transformação: “tudo estava ligado à Educação”.

Para além de sua atuação em sala de aula e na formação política, Gilberto foi um ativista incansável na defesa da educação pública em nosso estado, Minas Gerais. Um verdadeiro revolucionário, ele jamais se curvou diante de governos ou ameaças, mesmo perdendo seu trabalho, na rede privada, por perseguição política. No movimento sindical, era parte ativa de nossa corrente Educação em Luta – CSP/MG, no SindUte (Sindicato Único dos Trabalhadores na Educação de Minas Gerais), tendo dirigido ou participado de diversas gestões da subsede deste sindicato em Patrocínio, cidade onde residia com sua família.

Mas, além de militante político e ativista sindical, Gilberto era o filho mais novo de uma família de oito irmãos. Marido, pai, irmão e filho dedicado, ele deixou esposa, dois filhos adolescentes e a mãezinha, de quem cuidava com carinho.

Não temos dúvidas de que sua prematura morte está diretamente relacionada ao descaso histórico do Governos Federal, e do governo estadual e municipal com a saúde da classe trabalhadora brasileira. Essa trágica perda nos impulsiona a lutar ainda com mais afinco na tarefa de organizar os trabalhadores e o povo pobre na luta por seus direitos e contra o sistema que lucra com sua exploração e opressão: o capitalismo. Para isso, é fundamental organizar e disputar consciências para a Revolução Socialista, uma causa à qual Gilberto dedicou sua vida e cuja memória honraremos mantendo sua luta.

Gilberto Melo, presente! Até o socialismo, sempre!