Internacional

Greve Geral neste dia 24 deve parar a Argentina contra Milei e seus ataques

Atos de solidariedade ocorrem em diversas partes no mundo. Em SP e no RJ, manifestações serão na frente dos consulados. Em Porto Alegre, na Esquina Democrática

Redação

23 de janeiro de 2024
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Manifestação na Praça do Congresso Foto Emergentes

Nesta quarta-feira, 24 de janeiro, a Argentina deve parar numa histórica Greve Geral contra o pacote de medidas neoliberais que o recém-empossado presidente de ultradireita, Javier Milei, tenta impor contra a classe trabalhadora e o povo pobre do país.

Imersa numa grave crise econômica e social fruto de décadas de sucessivos governos neoliberais, de direita ou “esquerda”, a classe trabalhadora vive uma rápida deterioração de suas condições de vida, aprofundada pelo chamado DNU (Decreto de Necessidade e Urgência) de Milei, e a chamada “Lei Ônibus”, apresentadas pelo governo em dezembro.

O dia deve ser marcado ainda com uma grande manifestação na Praça do Congresso, em Buenos Aires.

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Além da megadesvalorização imposta pelo governo Milei, que significa uma inflação sem precedentes a uma população que já fechou o ano com 211% de aumento de preços, o decreto traz uma série de ataques às leis trabalhistas; tenta demitir milhares de servidores, avançar na privatização, entrega e desmonte de serviços e empresas públicas; além de restringir o direito à greve e de manifestação. A revogação da Lei do Aluguel, por sua vez, ao liberalizar o setor, vem causando o aumento generalizado nos alugueis que, em alguns casos, chegam a triplicar ou quadruplicar, aumentando o desespero de quem já vê seu salário ser corroído pela inflação, sobretudo dos alimentos.

Ameaças de Milei não contém paralisação

O governo Milei, que já havia ameaçado cortar benefícios sociais de quem participasse de atos públicos, e decretado a proibição dos tradicionais piquetes nas ruas e avenidas, reforçou, através do ministério da Segurança chefiada por Patricia Bullrich, a coação e a perseguição contra os trabalhadores. Ameaçou demitir sumariamente servidor público que parar neste dia 24, abriu canais de “denúncias” contra grevistas, e acenou com uma onda de processos contra entidades e dirigentes sindicais.

Neste dia 22, às vésperas da greve geral, o governo anunciou a retirada de alguns pontos da “Lei Ônibus”, a fim de obter apoio parlamentar e esvaziar a mobilização. A grande maioria dos ataques, porém, permanecem intactos.

Assim como a repressão contra o ato no dia 20 de dezembro foi derrotada através da mobilização popular, a pressão e ameaças de Milei contra a greve geral não foram capazes de esvaziar esse dia 24. As assembleias de preparação para esta quarta apontam para a participação de algo como 1 milhão de trabalhadores, superando o que muito provavelmente desejava a direção da CGT (Central Geral dos Trabalhadores), principal central da Argentina que, a contragosto, convocou a greve geral, mas atuava no sentido de controlar e evitar a massificação do movimento.

O dia 24, porém, cresceu com a adesão de diversas outras organizações e entidades sindicais e populares, inclusive avançando na auto-organização dos trabalhadores e da população mais pobre. Única forma, como defende o PSTU-Argentina, partido-irmão do PSTU no país, de avançar numa luta consequente que consiga botar abaixo o conjunto de ataques de Milei: a auto-organização por baixo, que não deixe os trabalhadores à merce das direções majoritárias do peronismo, e que garanta, através da autodefesa, que o governo não impeça os protestos e a greve, e a própria segurança e integridade física dos trabalhadores.

 

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Solidariedade internacional

Ocorrerão atos de solidariedade à luta dos trabalhadores e do povo argentino em várias partes do mundo. No Brasil, a CSP-Conlutas vem orientando as entidades a enviarem e divulgarem moções e vídeos de apoio à Greve Geral. Além disso, ocorrerão nos Consulados em apoio aos trabalhadores argentinos.

Confira os atos já marcados

Rio de Janeiro (RJ) – Em frente ao Consulado da Argentina (Praia de Botafogo, 228), às 14h.

São Paulo (SP) – Em frente ao Consulado da Argentina, Av. Paulista, 2313, às 17h.

Porto Alegre (RS) – A manifestação será conjunta pelo direito popular à luz e à agua, a reestatização da CEEE (companhia de energia) e apoio à classe trabalhadora argentina. Na Esquina Democrática, às 12h.

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