Joinville (SC): A cidade onde o capitalismo selvagem sacrifica o povo e a natureza
Jocemir Souza, de Joinville (SC)
Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, está sofrendo as consequências de uma gestão municipal que prioriza os interesses do capital em detrimento das necessidades do povo e da preservação ambiental. Adriano Silva, do partido Novo, representa a expressão mais acabada do neoliberalismo, que busca reduzir o papel do Estado, privatizar os serviços públicos, flexibilizar os direitos trabalhistas e favorecer as grandes empresas.
Desde que assumiu o cargo em 2021, Adriano vem implementando uma série de medidas que agravam a desigualdade social, a precarização da educação e da saúde, a vulnerabilidade das áreas periféricas e a degradação dos recursos naturais. Seguindo a cartilha do seu partido, que se autodenomina “liberal na economia e conservador nos costumes”, Adriano ignora as demandas populares, os conselhos participativos, os movimentos sociais e as evidências científicas.
Adriano também se mostrou um negacionista da pandemia, ao criar um centro de tratamento precoce da Covid-19, que distribuía cloroquina e vermífugo, medicamentos ineficazes e perigosos. Adriano desafiou as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e da Anvisa, e enganou a população, favorecendo os interesses dos laboratórios farmacêuticos. Quando a farsa foi desmascarada, Adriano transformou o centro de tratamento em um posto de vacinação, tentando se redimir do seu erro.
Outro exemplo emblemático da sua política nefasta é o descaso com a questão dos alagamentos, inundações e deslizamentos de terra, que afetam milhares de famílias em Joinville. Esses fenômenos são resultado de um processo de urbanização desordenada, que impermeabiliza o solo, reduz a cobertura vegetal, ocupa as áreas de preservação permanente e expulsa os mais pobres para as zonas de risco. Ao invés de investir em obras de drenagem, saneamento, habitação e recuperação ambiental, Adriano prefere incentivar a especulação imobiliária, a gentrificação e a segregação espacial. Ao invés de ter um plano de prevenção e mitigação dos desastres, Adriano prefere fazer propaganda de um aplicativo de mobilidade urbana que ensina a desviar das rotas alagadas, demonstrando uma total falta de sensibilidade e solidariedade com as vítimas.
Outro exemplo escandaloso da sua política irresponsável é o acidente ocorrido na segunda-feira, dia 29 de janeiro, que causou a contaminação do rio Cubatão, o principal manancial que abastece a cidade, por ácido sulfônico, uma substância altamente corrosiva e tóxica, utilizada na fabricação de detergentes. O ácido sulfônico tem um alto impacto ambiental, pois retira o oxigênio da água e prejudica toda a vida aquática, desde as algas até os peixes. Além disso, ele pode causar corrosão nos metais, irritação na pele e nos olhos, e toxicidade se ingerido ou inalado.
Esse acidente era previsível e evitável, pois já havia sido alertado pelos conselheiros públicos desde 2015, que apontavam os riscos de exposição do rio Cubatão à poluição industrial. No entanto, a prefeitura do município não tomou nenhuma medida para fiscalizar, controlar e regular as atividades das empresas que operam na bacia hidrográfica, nem para proteger e recuperar a qualidade da água. Pelo contrário, Adriano facilitou a concessão de licenças ambientais, reduziu as exigências legais, isentou impostos e subsidiou os custos operacionais dos empreendimentos. O resultado é um desastre ecológico, que compromete a saúde e a vida da população, que não pode pagar por água mineral, que rapidamente vai subir o preço e quem tiver condições vai estocar água.
Diante desses fatos, fica evidente que Joinville se tornou um laboratório de experimentação neoliberal, que coloca o lucro acima de tudo e de todos. Essa é a lógica do capitalismo, que explora os trabalhadores, oprime as minorias, destrói a natureza e gera miséria, violência e alienação. Essa é a lógica que precisa ser combatida e superada pela classe trabalhadora, que é a única capaz de construir uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável. Essa é a perspectiva da teoria marxista, que analisa as contradições do sistema e aponta o caminho da revolução. Essa é a perspectiva que devemos seguir, se quisermos mudar Joinville e o mundo.
Por isso, convocamos todos os trabalhadores e trabalhadoras de Joinville a se unirem na luta contra a prefeitura neoliberal e seus aliados. Não podemos aceitar que eles continuem a nos explorar, nos oprimir, nos enganar e nos envenenar. Precisamos construir uma alternativa socialista e revolucionária, que defenda os nossos direitos, as nossas vidas e o nosso planeta. Precisamos de uma Joinville socialista, uma Joinville do povo!