Mais truculência da PM paulista contra a classe trabalhadora
A polícia, além de chegar empurrando os diretores sindicais presentes, chegou a sacar uma arma, numa atitude completamente inadmissível diante de uma justa luta dos trabalhadores.

Nas últimas semanas o governador Tarcísio, através da Polícia Militar, deu alguns exemplos nítidos de como atua para defender as grandes empresas, contra os trabalhadores. Em São José dos Campos já tinha prendido dois ativistas na Embraer e tentaram prender outro na greve na GM. Sem falar nas absurdas demissões de 8 trabalhadoras e trabalhadores do Metrô, que lutam contra a privatização da companhia.
Agora na última quinta-feira, dia 16/11, o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região foi até a empresa Malcon, em Americana. O motivo era o vencimento do prazo de estado de greve votado pelos trabalhadores no início da semana.
Além da campanha salarial, estavam em debate também a retirada da insalubridade em duas áreas da fábrica e as cinco demissões feitas por “justa causa” via whatsapp – incluindo dois cipeiros -, porém na verdade sem justificativa, puro ataque da empresa.
No entanto a atuação do sindicato e dos trabalhadores se deparou primeiro com a pressão e o assédio da advogada da empresa, buscando impedir o piquete, e minutos depois com a tradicional truculência da PM.
A polícia, além de chegar empurrando os diretores sindicais presentes, chegou a sacar uma arma, numa atitude completamente inadmissível diante de uma justa luta dos trabalhadores. Não bastasse isso, o advogado do sindicato, João Guedes, ao tentar intermediar a situação, recebeu ordem de prisão e foi segurado pelo cinto por um dos policiais, que tentavam levá-lo no camburão para a delegacia.
A repressão policial às lutas da classe trabalhadora mostra bem como o Estado pertence e está a serviço dos empresários e merece todo o nosso repúdio. Mais ainda quando vemos, em pleno novembro negro, a covardia da PM pra cima de um advogado negro.
O Sindicato acionou a Ouvidoria da PM e está entrando com a denúncia dos fatos na OAB, no Ministério Público e na Corregedoria da PM.
Nós do PSTU nos solidarizamos com os metalúrgicos da Malcon, com o seu Sindicato e com o companheiro João Guedes. Repudiamos a atitude antissindical da empresa e nos colocamos juntos à categoria na luta contra a exploração e a opressão.
Mais lutas e tentativas de repressão na região
A mais de um mês estão em greve, também em Americana, os operários da Dide/MGK. Eles estão lutando contra o rebaixamento salarial, o golpe do não pagamento de parcela da PLR e a péssima qualidade da refeição oferecida pelas empresas.
Também lá a PM se faz presente com frequência, buscando intimidar os trabalhadores e o Sindicato, porém os grevistas seguem firmes em sua luta. Eles tem buscado agora pressionar as grandes empresas clientes da Dide/MGK, como Caterpillar e Tupy MWM, para que sejam atendidas suas reivindicações, bem como que haja negociação dos dias parados e estabilidade no emprego.
Outra fábrica onde houve tentativa de repressão policial foi na Bosch, maior metalúrgica da região e uma das maiores empresas de autopeças do mundo. Na última semana de outubro o Sindicato foi ao local realizar assembleia com as trabalhadoras e os trabalhadores, porém numa atitude já conhecida naquela empresa, a PM chegou de dentro do portão para acabar com o piquete.
No ano passado já havia tido uma confusão causada pelos policiais na mesma empresa, só que desta vez saíram frustrados. Mesmo com a polícia removendo a faixa colocada na entrada do portão, a imensa maioria das pessoas permaneceu na assembleia até o fim, numa demonstração de muita insatisfação com as condições de trabalho e salário na Bosch.
Confira no Instagram do Sindicato mais imagens e vídeos das ações da PM contra a categoria metalúrgica na região.
Algumas lições importantes
A primeira conclusão necessária é sobre qual a necessidade de tanta repressão. Em que pese não estarmos em meio a uma crise econômica, há uma curva descendente na economia nos últimos 15 anos, que afeta os lucros dos grandes empresários. Para retomar os patamares anteriores eles precisam aumentar o nível de exploração sobre a classe trabalhadora.
O Estado, esse conjunto de instituições pertencente à classe desses bilionários, que é a burguesia, passa a atacar cada vez mais as lutas, visando impedir a reação dos trabalhadores às perdas que vem tendo.
Por isso é fundamental nos solidarizar e apoiar cada luta travada pela nossa classe, em especial quando as empresas e governos reprimem. Derrotar esses ataques ajuda a aumentar a moral e a fazer avançar os enfrentamentos contra a exploração e a opressão.
A segunda conclusão, derivada dessa primeira, é que é necessário organizar a classe trabalhadora para lutar não só contra os patrões, mas também contra os governos e demais instituições do Estado. Todos eles atuam para manter o capitalismo de pé com sua lógica insana de lucro acima de tudo e de todos.
Por isso é preciso mais que ser de luta: é necessário ser socialista e revolucionário. Devemos fortalecer os sindicatos, mas é ainda mais essencial construir um partido revolucionário. Venha comhecer o PSTU!