Marcão presente! Até o socialismo sempre!

Perdemos neste início de fevereiro um companheiro de lutas das “antigas”, Marcos Romeu Piza de Oliveira, mais conhecido na época por Marcão. Era um homem grande, opulento e barbudo, o que lhe imputou a alcunha de “Ursão”. Mas, mesmo diante desses aspectos físicos, como sempre lembrado por alguns companheiros que o conheceram, era uma pessoa doce, sensível e afável, tratando a todos à sua volta com muito carinho e atenção. Tinha também uma inteligência muito aguçada e uma formação política de alto nível, o que o tornou um quadro de primeira linha nos primórdios da construção do grupo morenista no Brasil.

Sua militância se inicia na luta contra a ditadura militar no ano de 1977, fazendo parte da Liga Operária/Grupo Ponto de Partida e, em seguida, construindo a Convergência Socialista (CS). Era da época que, por questões de segurança, todos os militantes usavam codinomes.

Com o surgimento da proposta da construção de um Partido dos Trabalhadores (PT), em 1979, Marcão se junta a outros militantes da CS e tem papel destacado nesta tarefa, estruturando o PT na Zona Norte da cidade de São Paulo, onde participa de sua direção.

Teve também uma atuação muito importante na organização dos professores, categoria da qual fazia parte, em sua luta contra a pelegada ligada à Ditadura Militar, construindo um sindicato combativo e de luta, e participando de inúmeras greves e mobilizações.

Na CS, pela sua militância e formação política e, apesar de sua juventude, à época já era um dos mais experientes. Foi eixo da direção do partido na Zona Norte no início dos anos 80, consolidando um grupo importante de militantes que se dedicaram à causa revolucionária.

Marcão não está mais entre nós, mas partiu convicto dos ideais trotsquistas e morenistas. Em conversas recentes que tivemos, essa percepção mais uma vez ficou evidente.

Sua luta não foi em vão! Marcão presente sempre! Até o socialismo!