Sul

Maringá (PR): Vereadora quer vetar obrigatoriedade da vacina contra a COVID-19 para matrículas na rede municipal

Abaixo o negacionismo! Vacinas salvam vidas! Projeto de Lei 17.331/2025, não!

PSTU Paraná

2 de abril de 2025
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Projeto de Lei é de autoria da vereadora Cris Lauer, do Novo | Foto: Divulgação

O Projeto de Lei Ordinária 17.331/2025, de autoria da vereadora Cris Lauer (NOVO), propõe vetar a obrigatoriedade da vacina contra a COVID-19, atualmente exigida no ato de matrícula em Escolas Municipais (EMs) e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Maringá.

O projeto foi protocolado no dia 20 de março e aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A principal justificativa da vereadora para a proposição da lei é a procura de pais contrários à vacinação, que alegam ter o direito de decidir se vacinam ou não seus filhos.

No entanto, vivemos em sociedade, e essa é uma questão de saúde pública. Colocar em risco a própria criança e as demais, além de funcionários e professores, por conta do negacionismo e dos mitos em torno da vacina, é de uma irresponsabilidade tremenda.

Não à toa, no último dia 1º, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) condenou os pais de três crianças de Curitiba (PR) ao pagamento de multa por não cumprirem a obrigação de matricular seus filhos em uma escola regular, como exige a lei, e por não terem imunizado as crianças contra a COVID-19.

Negacionismo

A ultradireita, da qual a vereadora Cris Lauer é uma das representantes, teve um papel nefasto durante a pandemia com seu negacionismo. Estimulou a crença em tratamentos precoces sem comprovação científica — que geram outros problemas de saúde — e se opôs ao isolamento social, fundamental para frear a disseminação do vírus. Além disso, espalhou fake news sobre a eficácia e a segurança das vacinas.

Com as mãos já manchadas pelo sangue de mais de 700 mil mortos, essa ideologia agora mira nas crianças, voltando-se contra a obrigatoriedade da vacinação. A proposta de Lauer busca instigar sua base eleitoral, assim como quando propôs a instituição do Estatuto do Nascituro em Maringá, a proibição de eventos como a Marcha da Maconha e a censura na contratação de artistas na cidade.

Esse setor da ultradireita agora conta até com um dia próprio em Maringá: o Dia do Patriota Conservador, instituído em 6 de setembro. Segundo a autora da lei, Giselli Bianchinni (PP), a data tem o objetivo de promover os “valores patrióticos” e a “cidadania”. No entanto, longe de ser um capricho nacionalista, trata-se de um projeto que visa tão somente travar uma disputa antidemocrática para transformar algozes em vítimas, golpistas em golpeados e manter viva a ideia de que “salvar a Pátria” é, na verdade, salvar seus próprios interesses. Agora, esses ditos valores patrióticos buscam colocar comunidades escolares inteiras em risco com sua ideologia negacionista. Não em nosso nome!

Cris Lauer em manifestação golpista em Maringá | Foto: Instagram/Reprodução

Vacinas previnem doenças

A vacinação é uma conquista sanitária da população na prevenção de doenças; precisa ser ampliada, e não ignorada, como pretende o projeto.

Ações apresentadas como originais pela vereadora, na verdade, são parte de um movimento internacional e nacional para disputar a consciência da classe trabalhadora em defesa do conservadorismo nos costumes e da submissão aos interesses econômicos e sociais dos empresários e burgueses. É necessária uma política nacional, um posicionamento claro e ativo (não só em palavras) de todos os governos, incluindo o municipal, mas também do governo federal, de Lula, que, ao não ir a fundo contra os interesses reacionários — por exemplo, mantendo o pacto de silêncio com as Forças Armadas —, contribui para a manutenção da extrema direita.

No final do ano passado, houve falta de vacinas contra a COVID-19 em pelo menos 18 estados do Brasil. Além disso, veio à tona o desperdício de vacinas, que chegou a 58,7 milhões de doses vencidas desde a posse do governo Lula, em 2023. Há 16 anos não se via um número tão alto de imunizantes desperdiçados no Brasil.

A falta de comprometimento com a ciência, com a saúde e, consequentemente, com a vida da população brasileira não pode continuar. Lutar contra o negacionismo é parte da defesa da classe trabalhadora, com quem a nobre vereadora não parece se preocupar.

— Abaixo o negacionismo!
— Vacinas salvam vidas! PL 17.331/2025, não!
— Por mais vacinas e campanhas de vacinação!

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