Américo Gomes: Depoimentos e saudações de despedida

Depoimentos e saudações de despedida a Américo Gomes.

Américo, presente! Até o socialismo, hoje e sempre!

Luiz Carlos Prates, o Mancha

Mancha, militante do PSTU e membro da executiva nacional da CSP-Conlutas, lembra do momento que trabalhou junto com Américo na fábrica da Monark: “Estivemos juntos desde sempre, na juventude na luta contra a ditadura militar, trabalhamos na Monark, participamos de greves memoráveis na Zona Sul. Fomos demitidos juntos, passamos maus momentos, Moramos juntos, bebemos, dançamos”.

Lembra do momento da militância em São José dos Campos (SP), junto à classe operária: “Moramos juntos em São José dos Campos aonde ele teve um papel fundamental na construção do trabalho operário na década de 90. Fizemos várias viagens internacionais juntos apoiando e construindo uma organização internacional. Brigamos algumas vezes“.

E ressalta a perda: “Perdemos um grande amigo , companheiro e uma grande criatura humana que lutou até o último momento”.

 

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José Welmowicki, o Zezoca

Conheci Américo há 47 anos, e fui testemunha de toda sua trajetória, de como o camarada sempre foi profundamente dedicado à organização do movimento operário com forte presença nos embates contra a patronal e nas greves ao longo da sua vida.

Foi também incansável na luta pela anistia dos perseguidos políticos pela ditadura militar. Esteve na linha de frente da luta pela reparação aos presos e perseguidos políticos e pela responsabilização das empresas que financiaram a repressão e foram beneficiadas pelo regime militar.

Esse é um dia de grande pesar pela sua ausência.

Além de Américo ser um destacado quadro na intervenção nas lutas e na organização dos trabalhadores, era também um elaborador político e teórico. Participou dos debates sobre processos decisivos como China e Rússia e muitos outros. Nesses temas eu tive a satisfação de fazer artigos com ele sobre grandes eventos políticos como a invasão Russa na Ucrânia e a guerra de Israel contra Gaza. Era muito fácil trabalhar com ele nesse campo.

Não posso estar presente hoje por motivo de saúde, mas envio minha homenagem e que o seu exemplo fortaleça a luta pela revolução socialista nacional e internacional e estimule a dedicação militante e a entrega à causa socialista que foram tão características de Américo.

Silvia Ferraro – Vereadora em São Paulo pelo PSOL/Resistência

Hoje foi um dos dias mais tristes da minha vida. Me despedi da pessoa que eu vivi 20 anos da minha vida sob o mesmo teto, dividindo as alegrias e tristezas.

Américo merece todas as homenagens que foram prestadas e ainda muito mais! Ele fará muita falta na esquerda brasileira, no movimento pela anistia das vítimas da ditadura civil militar no Brasil, e no movimento socialista internacional!

Mas eu queria falar da falta que ele vai fazer na minha vida: nós não estávamos mais juntos como casal desde 2022, porém continuávamos muito amigos, o amor permaneceu de outra forma, e as conversas sobre política e sobre a vida eram constantes.

É muito difícil pensar em viver sem a sua presença. Mas o luto faz parte da vida e só posso me sentir privilegiada por ter podido compartilhar grande parte da minha vida com ele! Américo presente! Hoje e sempre!

Silvia Ferraro, vereadora de São Paulo pelo PSOL

Adriano Espindola

UM PASSO A FRENTE – HONREMOS A MEMÓRIA DE AMÉRICO GOMES

O dia 20 de março de 2025 ficará marcado em nossa memória como o dia em que perdemos Américo, um camarada insubstituível. O ocaso (falecimento) do camarada Américo, um dos nossos mais dedicados dirigentes desde nossa fundação, é uma perda incomensurável não apenas para o PSTU, mas para toda a classe trabalhadora brasileira e internacional. Américo não era apenas imprescindível para nossa organização; ele se tornou parte intrínseca de cada militante, de cada luta que travamos, de cada sonho revolucionário que alimentamos.

Por isso sinto como se uma parte de mim houvesse morrido e creio que esse é um sentimento coletivo. Américo personificava o que há de mais nobre em nossa tradição trotskista: a dedicação incansável à causa do socialismo, a firmeza teórica aliada à práxis revolucionária com trabalho incansável sobre a classe operária, e a capacidade de manter viva a chama da revolução mesmo nos momentos mais difíceis da luta de classes.

Quando digo que uma parte de nós morreu com Américo, refiro-me também ao fato de que ele ajudou a moldar a consciência política de gerações de militantes. Seus ensinamentos, suas análises teóricas agudas, sua capacidade de aplicar o método marxista às condições concretas da luta de classes no Brasil e em todos os países nos quais militou – tudo isso se tornou parte integral de nossa formação como revolucionários.

No entanto, camaradas, é crucial entendermos que, embora Américo tenha partido fisicamente, seu legado permanece vivo em cada um de nós. A melhor forma de honrar sua memória é dar continuidade à luta pela qual ele dedicou sua vida. Devemos transformar nossa dor em energia revolucionária, nossa perda em determinação redobrada. Como disse o camarada Zé Maria no Ato em Homenagem a Américo há pouco, todos temos que dar um passo à frente, desde os quadros mais antigos, passando pelos intermediários e até mesmo os mais novos, para darmos conta, enquanto partido e internacional, do papel que o camarada cumpria.

Américo nos ensinou que um verdadeiro revolucionário nunca é insubstituível, pois o movimento é maior que qualquer indivíduo. Nossa tarefa agora é coletivizar o conhecimento, a experiência e a combatividade que ele personificava. Cada um de nós deve se esforçar para preencher o vazio deixado por sua partida, assumindo maiores responsabilidades na construção do partido e na luta pela revolução socialista.

Lembremo-nos das palavras de Trotsky: ‘A vida é bela. Que as gerações futuras a limpem de todo mal, opressão e violência, e a desfrutem plenamente.’ Américo viveu por esse ideal, e agora cabe a nós continuar essa luta.

Camaradas, transformemos nosso luto em luta! Honremos a memória de Américo não apenas com palavras, mas com ações revolucionárias. Que seu exemplo continue a nos inspirar na construção de um partido verdadeiramente revolucionário, na formação de novos quadros, e na incansável luta pela revolução socialista.

Américo, presente! Sua luta continua em cada um de nós! Até a vitória final, camarada Américo!

Escrito em 21.03.2025, por ocasião de Ato em Homenagem a vida de Américo Astuto Rocha Gomes, militante revolucionário, internacionalista, advogado e, assim como eu, membro do PSTU. A vida de Américo teve seu ocaso, um dia antes, no triste 20.03.2025.

Robério Paulino

Querid@s camaradas dirigentes e militantes do PSTU.

Venho aqui para registrar meus mais profundos pêsames pelo falecimento, pela grande perda, de vosso camarada Américo, ocorrido ontem. Apesar de estarmos em marcos orgânicos diferentes, estamos no mesmo campo de classe, lutando sob a bandeira do socialismo, do marxismo, do trotskysmo. Conheci o camarada Américo militando junto comigo na primeira greve metalúrgica que dirigimos em São José dos Campos, SP, enquanto Convergência Socialista, ainda no final da década dos anos 1970, por volta de 1978 ou 1979, ou seja, há mais de 45 anos. Poucos são os militantes que seguem militando junto à classe trabalhadora, ao proletariado, ao povo pobre e aos povos oprimidos por tanto tempo. Como dizia Bertold Brecht, esses são os imprescindíveis. Américo era desses imprescindíveis. Mais uma vez, registro meus mais profundos pêsames perante todos os seus familiares, amigos e companheir@s de partido.

Américo, PRESENTE !!!

Natal (RN), 20/03/2025

Mercedes Petit e Miguel Sorans – Membros d UIT-CI

Estimados compañeros y compañeras de la LIT-CI y del PSTU de Brasil. Lamentamos mucho el fallecimiento del compañero Américo Astuto, a quien conocimos hace muchos años en la militancia de la corriente socialista revolucionaria fundada por Nahuel Moreno. Acompañamos a sus familiares y a todes ustedes en este triste momento.

Metroviário Lee Flores

Em postagem no Instagram, o metroviário Lee Flores diz que ficou atônito com a notícia da morte de Américo: “O que falar deste homem que dedicou toda sua vida à luta dos trabalhadores e à luta pelo socialismo”.

Lembrou do seu tempo de militância no PSTU ao lado de Américo: “Américo foi responsável por boa parte da minha formação como militante, quando atuamos acompanhando os camaradas de Alagoas e Sergipe do Sindipetro (Clarkson, Manoel de Assis entre outros), aprendi muito com ele sobre nossa classe e nossas lutas, lições por vezes duras, mas sempre com sua forma paciente, educativa e generosa“.

E reforçou o papel de Américo na construção do partido revolucionário: “Américo seguiu por longas décadas este caminho na construção da organização que fiz parte por quase dez anos (PSTU e LIT). Foi em toda sua vida um homem de partido, que sempre teve lado. Um grande líder do PSTU, sua vida foi o partido“.

 

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Paulo Pedrini – Pastoral Operária Metropolitana de São Paulo

É com profundo pesar que recebemos a notícia da partida do companheiro Américo. A nossa solidariedade à família , amigos e companheiros de luta. Américo, presente!!!

Marcelo Dantas

Muito triste!

Militei por anos ao lado do Américo em diferentes eventos e tarefas, sempre tivemos muita sinergia. Era uma grande figura, aprendi muito com ele, e em todas as situações, sempre tinha otimismo e nunca perdíamos uma piada mesmo em situações complicadas.

Voltamos a conversar nos últimos anos quando iniciamos nosso trabalho com Policiais de Esquerda e fundação do Movimento Policiais Antirracistas.

Um grande Camarada em todos os sentidos! Nossos sentimentos aos Camaradas do PSTU.

Américo presente, agora e sempre!

Vladimir Brito

Américo inspirou muitos, eu dentre eles.

Uma pessoa abnegada, com grande energia e disposição pra enfrentar os desafios de uma vida de militância política.

Sempre estará presente a partir do legado que deixou!

Geraldão

Acabei de saber por uma nota do do Robério do falecimento do camarada Américo. Então, me somo ao PSTU no sentimento de perda de um grande militante, meus sentimentos.

Américo presente, agora e sempre!

Neto

AMÉRICO REFERÊNCIA PARA A MILITÂNCIA

Uma vida dedicada á revolução socialista. Dos bons, pé de boi para o trabalho e cabeça de dirigente.

Militante operário das madrugadas e do enfrentamento ao capital e ao Estado (os 1970 e 1980 era ainda a ditadura empresarial- militar).

Passam os anos e Américo com sua coerência vai na contracorrente da acomodação institucional e dos tapetes (e tapetões) da burocracia partidária, estatal ou sindical.

Mas sabia se mexer no institucional. Cabeça de estrategista vai reivindicar a reparação pela parca Lei de Anistia aos seus camaradas, atuando além do pecuniário. É fundamental no GT dos Trabalhadores na Comissão Nacional da Verdade (só sua participação no caso Petrobrás já diz muito) e no GT da Verdade do Ministério do Trabalho.

Nessas três frentes – Anistia/CNV/GT MTE – nos reencontramos e juntamos esforços. A confiança era a mesma reconhecida desde as lutas operárias do fim dos 1970.

Testemunho porque vi e convivi. E agradeço ter tido essa possiblidade. Bandeiras ao alto para o camarada Américo.