Editorial

Organizar os de baixo para o desastre capitalista

Redação

17 de outubro de 2025
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Nestes tempos de convulsão política, econômica, social e ambiental, tem ficado cada vez mais evidente a impossibilidade de o capitalismo garantir uma vida digna para os trabalhadores.

A geração Z tem se levantado e ido às ruas em todo o mundo, derrubando governos e lutando contra as consequências do capitalismo. A onda de mobilização no Peru, Madagascar, Marrocos, Itália, Nepal, Indonésia, entre outros, mostra que há fôlego e coragem nas novas gerações para enfrentar os ricos e poderosos, capazes de ser o ponto de partida para um mundo diferente.

Trump: o senhor da guerra e da opressão

Neste contexto de crise e instabilidade, Trump tenta se apresentar como pacificador, mas de pacificador não tem nada. Seu governo, mesmo quando encerra as guerras, é para aprofundar a violência contra os trabalhadores e os povos oprimidos. Como na Palestina, com seu plano de aprofundamento da colonização de Gaza, e de continuidade da limpeza étnica perpetrada pelo Estado de Israel. O cessar-fogo, embora decretado por Trump, só foi possível por conta da luta heroica do povo palestino. A solidariedade ao povo palestino, portanto, deve seguir.

Já na Ucrânia, Trump pressiona Putin e Zelensky para acabar com a guerra. Mas isso significará a repartição da Ucrânia segundo os interesses das multinacionais dos EUA, e também cedendo território para a Rússia. Ou seja, Trump só reforça o colonialismo, a exploração e a opressão em todo o mundo.

Neste momento em que o Brasil precisaria enfrentar a pancada econômica e política do imperialismo, quando Trump ameaça até mesmo invadir a Venezuela, Lula mostra sua completa subordinação aos interesses dos monopólios capitalistas estrangeiros e aos EUA.

A subordinação do governo Lula aos interesses dos EUA

O Governo Federal vem comemorando as negociações abertas com os EUA sobre as tarifas. Lula aceita se sentar com o chefe do imperialismo para negociar as nossas riquezas, e não é obrigado pela “correlação de forças”: é em defesa da burguesia, dos grandes empresários mesmo.

O presidente brasileiro não só comemora os acenos de Trump, como também tece rasgados elogios ao mandatário estadunidense. Enquanto isso, vai costurando um acordo que significará ainda mais entrega de nossos recursos, mais rapinagem e lucro aos grandes capitalistas.

A dominação e a exploração dos EUA sobre o Brasil seguem e se aprofundam com a política do governo Lula. É a política econômica capitalista, neoliberal e entreguista a responsável pela situação de desigualdade social, fome e pobreza dos trabalhadores no Brasil.

O arcabouço fiscal, o Congresso e a falsa taxação dos ricos

O governo, por outro lado, segue dizendo que quer taxar os ricos, mas não toma nenhuma medida efetiva para isso. A isenção de imposto para quem ganha até R$ 5 mil também é insuficiente diante do roubo do não reajuste da tabela do IR durante as últimas décadas.

A tal da MP que taxaria os bilionários, ao final, não taxava bilionário nenhum e ainda embutia várias bombas contra os trabalhadores, como um ataque ao auxílio-doença e à educação pública. A medida se resumia a aumentar a arrecadação em cima do povo para cumprir o arcabouço fiscal. O Congresso Nacional, com Tarcísio, o centrão e a oposição de direita, derrotaram a MP não porque estão preocupados com os trabalhadores mas, ao contrário, porque defendem ainda mais cortes sociais. E olha que o governo vem cortando, e muito. Basta ver a situação das universidades, escolas e hospitais caindo aos pedaços.

Governo Lula, Congresso, Tarcísio, cada um a seu modo e de maneiras diferentes, estão prejudicando os trabalhadores. Enquanto isso, Lula faz discursos mirando a campanha eleitoral, mas a vida dos trabalhadores embaixo não muda.

COP30: o capitalismo verde e a farsa ambiental

Outro exemplo é a COP30. Não adianta o governo dizer que vai trazer investimento de fora e desenvolver o país. Foi justamente em Belém, sede da COP30, organizada pelo governo para receber vários países, que os operários da construção civil fizeram uma greve histórica. Denunciaram que, enquanto jorra dinheiro para remodelar a cidade para o megaevento “pra gringo ver”, os operários tiveram que ir à luta contra uma proposta de reajuste de R$ 5,40 da patronal e arrancaram da luta muito mais do que os patrões queriam dar. Nada veio do governo Lula.

O evento será sobre meio ambiente, mas nem disso o governo Lula pode se orgulhar. Os povos da floresta, quilombolas e indígenas seguem enfrentando a grilagem e os pistoleiros e morrendo na fronteira agrícola do agronegócio. O governo liberou um dos maiores planos safra para esse mesmo agronegócio, o principal responsável pelas emissões dos gases do efeito estufa no Brasil. Ao mesmo tempo, Lula pressiona pela liberação da exploração de petróleo na foz do Amazonas, cujo impacto ambiental será imensurável.

A COP30, ao contrário de resolver o problema do clima, será mais um encontro dirigido pelos grandes países imperialistas para fazerem negócios em torno da destruição do meio ambiente. É o tal do capitalismo verde, que segue destruindo o planeta. Ao seu lado, estão os países governados pelos negacionistas do aquecimento global, como os EUA.

Diante disso, operários, indígenas, quilombolas, povos da floresta e camponeses estão preparando uma forte resposta com mobilização, debate e luta, lá em Belém, contra a COP30 do desastre ambiental, da exploração capitalista e das opressões.

Organizar os de baixo para enfrentar o desastre capitalista

É preciso nos inspirarmos nas lutas que estão ocorrendo no mundo. É preciso mudar a sociedade. Para isso, é necessário ter uma alternativa política contra a ultradireita, a conciliação de classes do PT, o eleitoralismo e as alianças com o centrão. Será que a base do PT fez campanha para Lula para que ele elogiasse Trump? Ou se colocasse como refém do Congresso, dando ministérios para o centrão?

É preciso unir e organizar os de baixo: operários, juventude, indígenas, negros, mulheres e LGBTIs, com independência de classe e contra os projetos da ultradireita bolsonarista e da esquerda da ordem capitalista promovida por Lula. Para enfrentar de verdade os capitalistas e a ultradireita, é preciso derrotar a política econômica de Lula.

Por tudo isso, só existe uma saída: superar o capitalismo, construindo uma sociedade socialista. Isso começa na construção de uma organização revolucionária. Venha ajudar o PSTU a construir essa alternativa!

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