Meio ambiente

“Os madeireiros e os garimpeiros estão destruindo tudo que há de floresta”, afirma cacique Raoni

Principal liderança indígena do Brasil também criticou o presidente Lula (PT) por exploração de petróleo na foz do rio Amazonas

Roberto Aguiar, da redação

12 de novembro de 2025
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Cacique Raoni Metuktire participa de debate na COP 30 | Foto: Aline Massuca/COP30

Roberto Aguiar, direto de Belém (PA) | Cobertura Especial Cúpula dos Povos/COP 30

Durante atividade no Círculo dos Povos, na Zona Verde, área oficial da COP, o cacique Raoni Metuktire, reconhecido mundialmente como uma das principais lideranças indígenas do país, fez um alerta contundente sobre a destruição das florestas. Ao lado de outras lideranças, ele denunciou a ação de madeireiros e garimpeiros na Amazônia e criticou o presidente Lula (PT) por exploração de petróleo na foz do rio Amazonas:

Os madeireiros e os garimpeiros estão destruindo tudo que há de floresta. Temos que estar juntos nessa luta contra essas pessoas que querem destruir tudo que existe nesse universo.

Raoni também criticou a falta de respeito do homem branco com os espíritos e com a natureza, apontando que essa ruptura tem gerado guerras, violências e desequilíbrios que ameaçam a harmonia do planeta:

O homem tem que ter respeito pelos espíritos e pela sua moradia, onde eles vivem — nos morros, nas montanhas. Não podemos invadir esses lugares para ocupar o espaço onde vivem.

Sobre a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, Raoni disse:

Estou sabendo que querem perfurar petróleo, eu sei que Lula está falando sobre isso, mas quero dizer que não podemos permitir que isso aconteça.

Outras lideranças

O evento, intitulado “Saúde Climática: Danos ambientais e espirituais do impacto da exploração mineral/terras raras”, reuniu diversas lideranças indígenas que denunciaram as agressões constantes aos territórios e à vida dos povos originários.

Segundo as falas, a destruição das florestas e a violação dos territórios têm avançado com a presença de invasores, garimpeiros, madeireiros e do agronegócio, afetando profundamente o modo de vida das comunidades.

“A nossa saúde é muito mais do que o corpo, é a saúde da alma. Quando adoecem nossos territórios, nossas lideranças, nossos ancestrais não podem passar adiante nossa cultura”, afirmou Lucimara Patté, liderança da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas.

Lucimara também denunciou as falsas promessas de empresas interessadas na exploração de minérios em terras indígenas:

Eles dizem que os territórios não sofrerão impactos, mas a realidade é outra. Elas destroem não somente a natureza, mas também a nossa cultura, o nosso modo de ser.

As lideranças alertaram que a mineração e o garimpo ilegal causam impactos ambientais e sociais devastadores, além de danos espirituais profundos. As atividades exploratórias matam os corpos indígenas, contaminam rios, extinguem sementes, desorganizam modos de caça e rompem formas tradicionais de convivência e cuidado com a saúde.

Os depoimentos reafirmam a conexão intrínseca entre a luta territorial, a proteção ambiental e o equilíbrio espiritual que sustenta a vida dos povos indígenas.

PSTU e CSP-Conlutas

O PSTU realiza atividades durante a Cúpula dos Povos e também integra as ações organizadas pela CSP-Conlutas.

Veja a programação completa AQUI!

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