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Paraná: Lula prometeu, mas não cumpriu. Pedágio volta e volta caro!

PSTU Paraná

9 de abril de 2024
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Das nove praças que já estão ativas apenas uma custa menos de R$ 10 | Foto: Ari Dias/AEN

Depois de um tempo de certo alívio sem os assaltos nas praças de pedágios, a cobrança retorna. Quem passa pelas estradas do Paraná se espanta por duas coisas: a primeira, é o preço dos pedágios; e a outra, é a enorme quantidade de rodovias sem duplicação, na verdade muitas nem sequer existe acostamento.

Lula, em um vídeo gravado durante a campanha eleitoral, prometeu que o pedágio no Paraná não passaria de R$ 5 e que não aumentaria o número de praças de pedágios. No entanto, foram apenas promessas de campanha. Das nove praças que já estão ativas, apenas uma custa menos de R$ 10. As demais, tudo acima deste valor. Sem contar que vai aumentar o número de praças de pedágio.

Lula, junto com o governador Ratinho Junior (PSD), comemora a privatização do maior pacote de rodovias da América Latina. E, isso só foi possível pela transferência de responsabilidade das rodovias que eram do estado para o âmbito federal. Mostrando assim a afinidade e não oposição de Lula com o governador do estado. Aliás, o partido de Ratinho é base do governo Lula, com direito a ministério e tudo.

Pedágio, uma história de corrupção

Os preços absurdos cobrado no pedágio no Paraná, nas últimas décadas, serviram para enriquecer os donos das concessionárias. Mesmo diante de diversas denúncias de corrupção, durante esses anos nada foi feito e o pedágio continuou caro.

Esse é o resultado das privatizações. Um verdadeiro esquema para entregar o que é público para o setor privado, possibilitando lucros enormes aos grandes empresários. Essa foi a política central dos governos do PSDB, entregando grandes empresas nacionais ao setor privado, como a VALE, CSN, dentre outras.

A política de privatização seguiu sendo aprofundada pelos governos do PT, com as parcerias público-privadas (PPPs), entregando mais rodovias, portos e aeroportos aos grandes empresários. Ainda tempos, no Paraná, o exemplo da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).

É preciso revogar imediatamente as medidas que colocam nsa mãos de meia dúzia de grandes empresários as rodovias do Paraná por mais 30 anos, aumentando de 27 para 42 o número de praças de pedágio, divididas em 6 lotes.

Além de revogar as novas concessões, é preciso abrir uma investigação que leve a cabo todas as denúncias de corrupção, apontando quem são os donos das empresas que administraram o pedágio nas últimas décadas. É preciso abrir o livro caixa de forma detalhada dessas empresas, para saber quanto elas lucraram.

Só para se ter uma ideia, a Econorte, uma das seis empresas que administraram as rodovias do Paraná, publicou um relatório em 2021 apontando que, nos últimos 15 anos, distribuiu 1,5 bilhões: os financiadores ficaram com 34% da quantia total. Já o governo levou 32% com arrecadações de taxas e impostos. Enquanto acionistas de capital próprio ficaram com 19%, sendo que 15% foi o gasto com remuneração de funcionários.

Ou seja, se juntarmos os financiadores e os acionistas, os grandes empresários que lucraram com esse esquema, chegamos ao total 53% de todo o valor arrecadado, lembrando que isso é o valor de apenas uma das seis empresas que administram as rodovias no Paraná.

Os empresários ficaram ainda mais ricos à custa do povo pagar preços altíssimos simplesmente para rodar dentro do nosso estado. E não é só quem passa pelas rodovias que sente o efeito do alto preço do pedágio, pois sabemos que isso incide também sobre o preço dos transportes, especialmente dos alimentos. Ou seja, lá na ponta fica tudo mais caro para o conjunto da população. Sem falar ainda nos impostos que pagamos como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que tem como objetivo a manutenção e a recuperação das rodovias. Podemos concluir que, somando pedágio e IPVA, pagamos duas vezes.

E tudo isso foi garantido pelos governos de plantão, que governam para atender aos interesses dos grandes empresários, e não do povo pobre e trabalhador do estado. Por isso, é preciso não só abrir as contas desses empresários que enriqueceram ainda mais com esse esquema, mas também tomar de volta tudo o que eles lucraram e investir em modais de transportes que de fato beneficiarão os trabalhadores e poderão levar em conta a preservação e a recomposição do meio ambiente.

Plano de obras públicas

É preciso tirar a administração das estradas das mãos dos grandes empresários. No entanto, para isso também precisamos de um plano de obras públicas que garanta a manutenção das vias e as melhorias necessárias.

O primeiro movimento que precisa ser feito é transformar as antigas praças de pedágios em pontos de atendimento aos usuários. Estas praças devem ter equipes médicas e de resgate para problemas mecânicos, acidentes e demais problemas que necessitem de socorro, contendo, também, banheiros e espaços de descanso para os motoristas.

Além disso, é necessário a formação de uma equipe de trabalhadores, via concurso público, para a manutenção e realização das melhorias necessárias nas vias. Este trabalho tem que estar a serviço de tornas as vias mais seguras, ou seja, precisamos pensar nas obras necessárias e, a partir desse levantamento, definir as prioridades com base no que é melhor para preservar a vida das pessoas, garantindo segurança maior nas estradas. Na atualidade, as estradas são planejadas principalmente para aumentar os lucros das empresas do pedágio.

Todos os postos de trabalho necessário para se tomar estas medidas são parte de um plano maior de obras públicas, para que se garanta melhores condições de vida ao povo pobre e trabalhador. É preciso garantir melhor infraestrutura e também emprego para todos, a fim de que a quantidade de trabalho existente seja dividida entre todos. E não só isso, é preciso garantir postos de trabalho com salários digno, com direito a férias, décimo terceiro salário e estabilidade.

É preciso enfrentar os super ricos, taxar de forma progressiva suas fortunas e expropriar os bilionários!

Sabemos que para garantir tudo isso é preciso de dinheiro, ou seja, é preciso tirar de algum lugar. Também sabemos que hoje as estradas do Paraná servem em grande medida para o escoamento da produção, tanto do agronegócio, quanto da grande indústria. E é por isso que sem enfrentar os super-ricos e poderosos não poderemos resolver os problemas mais básicos da sociedade.

Na atual sociedade, a lógica de tudo que é feito e produzido tem o objetivo de gerar lucro, e não de atender as necessidades do povo pobre e trabalhador, que é quem produz tudo, das estradas aos aviões.

Nós do PSTU sabemos que é preciso ter um lado, estamos ao lado dos trabalhadores. Não é possível governar para todos como diz o PT, conciliando os interesses dos trabalhadores e dos grandes empresários.

Defendemos que é preciso taxar a fortuna dos super-ricos e expropriar os bilionários a fim de garantir dinheiro para a manutenção e as melhorias necessárias em nossas estradas e também para resolver os demais problemas. Os que acumularam riqueza explorando os trabalhadores se beneficiaram de isenções de impostos do estado. Ficam cada vez mais ricos à custa do aumento da pobreza e da piora das condições de vida da maioria do povo.

Sabemos que taxar as fortunas é muito importante, mas também sabemos que isso não é suficiente para acabar com toda a desigualdade e resolver os problemas da nossa classe. Precisamos acabar com a lógica desse sistema, o capitalismo, que coloca toda nossa capacidade de produção para aumentar a riqueza e o lucro de poucas pessoas, enquanto a maioria vive em situação de miséria.

Nós precisamos inverter essa lógica. A produção tem que servir para melhorar a nossa vida. E para isso é preciso que nós trabalhadores, que tudo produzimos, tomemos as fábricas, as terras e todos os meios de produção em nossas mãos, para que de fato possamos controlar a produção e colocá-la a serviço de melhorar a vida do povo pobre e trabalhador.

Por um governo socialista dos trabalhadores!

Para garantir uma melhora real na situação dos trabalhadores e defender o meio ambiente, é preciso atacar as propriedades das grandes empresas.

Nós defendemos um verdadeiro governo dos trabalhadores, com um programa socialista, de ruptura com a dominação das grandes empresas, apoiado em conselhos populares.

É preciso que os trabalhadores se organizem, para tomarmos em nossas mãos o poder político da sociedade, pois só assim conseguiremos garantir as medidas econômicas e políticas para acabar com todas as injustiças e toda forma de exploração e opressão.

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