Internacional

Pelo rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Israel

É muito importante que o conjunto dos movimentos e comitês de solidariedade ao Povo Palestino no Brasil se somem a essas atividades e, principalmente, vinculem a demanda pelo rompimento das relações com Israel, expressa na petição, em suas atividades.

Geraldo Batata, de Contagem (MG)

24 de janeiro de 2024
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comite mineiro em solidariedade a palestina
Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

O Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino iniciou, no último dia 13 de janeiro, um abaixo-assinado exigindo a ruptura das relações do Estado Brasileiro com o Estado nazisionista de Israel. Endereçado ao governo brasileiro, o abaixo-assinado aponta:

“Há três meses, a humanidade convive com um dos mais brutais genocídios que a História Mundial já presenciou, que já resultou em mais de 30 mil civis massacrados, sendo maioria crianças e mulheres, em bombardeios teleguiados. Essa carnificina, de contornos bíblicos, revela o claro propósito sionista: a matança de uma etnia, a destruição de todo o povo palestino, e o roubo de seu território, onde ele vive há milênios.”

Em 100 dias de genocídio em Gaza, são mais de 25 mil mortos confirmados, 7.000 desaparecidos e mais de 60 mil pessoas feridas. Desse total cerca de 70% são crianças e mulheres.

Das centenas de cenas horripilantes protagonizadas por soldados sionistas no Tik-Tok, há vídeos em que estes se gabam de matar crianças de 12 anos e outros ainda em que dizem: “uma bala vale por duas”, em alusão ao assassinato de mulheres palestinas grávidas.

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

 Israel em um atoleiro em Gaza

Apesar do genocídio, o Povo Palestino resiste, observando-se um aumento das baixas do lado sionista. Segundo o site Ynetnews.com, cerca de “13.572 soldados e civis [israelenses] foram evacuados para hospitais em todo o país”, destes, 400 estão em estado grave. As mortes de soldados, confirmadas pela IDF (Forças de Defesa de Israel), desde a entrada em Gaza, chegam a 220 (em 23 de janeiro de 2024). Provavelmente, essas baixas estão subnotificadas, a elas, somam-se ainda os 330 soldados mortos no dia 07 de outubro de 2023.

Cresce, entre israelenses, a percepção, ainda que minoritária, de que o governo não conseguiu atingir nenhuma meta estabelecida para a guerra e que deveria haver uma negociação do estado de Israel com o Hamas pela troca de prisioneiros. Familiares destes têm realizado manifestações e acamparam em frente à residência do primeiro-ministro, Netanyahu.

A ação dos Houtis, fechando a passagem de navios israelenses pelo Mar Vermelho, dá ao conflito um caráter regional, e aumenta os custos de transporte de petróleo e outras mercadorias. A ação do Hezbollah, ao norte, obrigou o deslocamento de 200 mil israelenses das cidades e kibutzim da região. Somados às mais de 150 mil pessoas que saíram do Sul, observa-se uma verdadeira crise de refugiados internos.

O imperialismo norte-ameriano e europeu, pressionado pelas mobilizações de massa em seus países e prejuízos econômicos, ao mesmo tempo que mantém o apoio ao regime sionista, tenta obrigá-lo a mudar a política de guerra e abrir negociações com o Hamas. Paralelamente, amplia os bombardeios ao Iraque, Síria e Iêmen.

A mídia israelense tem noticiado a crescente tensão entre os membros do governo de extrema-direita comandado por Netanyahu. Alguns ministros defendem abertamente a ampliação da limpeza étnica, com a expulsão dos moradores de Gaza para outros países e a continuidade dos combates, enquanto outros discutem uma forma de negociar a troca de prisioneiros. A pressão de familiares de prisioneiros nas mãos do Hamas tem virado a opinião pública por um acordo pelo retorno dos 140 prisioneiros sionistas.

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

Cresce a solidariedade internacional ao Povo Palestino.

No dia 13 de janeiro, durante a Ação Global em Solidariedade ao Povo Palestino, milhões de pessoas tomaram as ruas em todo o mundo em solidariedade. As manifestações estão se ampliando em praticamente todos os países da Europa, com epicentro em Londres, Bruxelas, Oslo, Dublin e Berlim. Na Espanha, manifestações ocorreram em 50 cidades. Nos EUA, manifestações ocorreram em Washington, capital, Chicago, Boston, Nova York, e outras dezenas de cidades, com a participação de judeus não-sionistas que dizem: “não em nosso nome”. No Canadá, a principal manifestação ocorreu em Toronto. Também foram registradas manifestações de massa na Turquia, Iêmen, Jordânia, Irã, Austrália, Coréia do Sul e Japão, entre outros.

No Brasil, ocorreram manifestações em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Recife e Brasília.

Estes atos se somam a centenas de manifestações em todo o mundo, que vem sendo realizadas desde o início da agressão de Israel, e que obrigam os governos burgueses a tomarem alguma ação em defesa dos palestinos.

Quem são os amigos da Palestina?

Fruto da comoção que provocam as imagens aterradoras de Gaza e das mobilizações de massa, os governos de alguns países vêm se posicionando pela condenação dos crimes contra a humanidade e crimes de guerra, promovidos pelo Estado de Israel. O governo Sul Africano entrou recentemente com o pedido de investigação e condenação de Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia. A medida é apoiada pelo Brasil e diversos outros países. É importante lembrar que o lobby sionista da CONIB vem pressionando o governo brasileiro a retirar o apoio a essa investigação, através de um abaixo-assinado com o aval grandes empresários e CEO’s de multinacionais.

A decisão em Haia pode levar anos e não obriga Israel a parar seus massacres.

Apesar de apoiar a proposta sul-africana, nem o Brasil, nem os governos árabes, romperam relações diplomáticas e comerciais com Israel em meio ao massacre. Isso significa que milhões de dólares extraídos desses países continuam a alimentar cotidianamente a máquina de guerra de Israel. Cada bomba despejada, cada bala que mata uma criança, uma mulher palestina, tem a marca de negócios com a burguesia que mantém acordos comerciais com empresas israelenses.

Na América Latina, a Bolívia rompeu as relações com Israel, e Colômbia, Chile e Honduras chamaram seus embaixadores de volta. Ainda assim, a maioria dos países do mundo mantém relações comerciais com este estado e, através disso, sustentam a cumplicidade com o genocídio. Como é sabido, o apoio do imperialismo norte-americano e europeu à Israel vêm de décadas, mas, algo que muitas pessoas desconhecem, é o fato da China ser hoje seu maior parceiro comercial. A China também tem uma base militar em Djbouti e poderia fechar a passagem de navios israelenses ao Mar Vermelho, assim como os Houtis. Apesar da possibilidade de utilizar sua influência para parar a guerra, este país opta por silenciar e manter intactas as relações com Israel.

Os verdadeiros amigos do Povo Palestino são as populações árabes, os judeus anti-sionistas, a classe trabalhadora e a juventude do mundo inteiro que vêm tomando as ruas para barrar o genocídio.

Comitê Mineiro lança o abaixo assinado!

No dia 13 de janeiro, unindo-se a milhões de pessoas que saíram às ruas em todo mundo durante a Ação Global de Solidariedade ao Povo Palestino, o Comitê Mineiro lançou um abaixo assinado exigindo que o governo brasileiro rompa definitivamente as relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel.

O Brasil, ao assinar a proposta da África do Sul, sinaliza como factível o caráter genocida das ações do governo de Israel, levando este estado a julgamento. Não existe, então, razão, numa perspectiva ética, que justifique que o estado brasileiro mantenha relações comerciais, acordos de segurança, convênios em universidades, e o funcionamento de empresas israelenses no país, já que isso implica cumplicidade com um estado racista e colonialista que já massacrou mais de 25.000 palestinos nos três últimos meses.

O Comitê Mineiro vem realizando várias ações desde o início do conflito, entre manifestações, passeatas, um escracho no consuldado dos EUA e um flashmob em um shopping center. Atualmente, o comitê mantém uma barraca por Palestina na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Através das atividades diárias da barraca, traz informações à população que transita por ali, abarcando a história da Palestina, denunciando a ocupação israelense e esclarecendo conceitos, como o sionismo. Durante o carnaval de BH, que, historicamente, abraça diversas causas sociais, muitos blocos se uniram à solidariedade ao Povo Palestino.

É muito importante que o conjunto dos movimentos e comitês de solidariedade ao Povo Palestino no Brasil se somem a essas atividades e, principalmente, vinculem a demanda pelo rompimento das relações com Israel, expressa na petição, em suas atividades. Medidas como essa, junto às mobilizações populares, podem barrar o genocídio palestino, ajudar na derrota política do Estado Sionista de Israel e fortalecer a luta por uma Palestina Livre do Rio ao Mar, democrática, laica e socialista.

Assine e compartilhe o abaixo-assinado aqui

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino

Atividade do Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino