Pelo rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Israel
É muito importante que o conjunto dos movimentos e comitês de solidariedade ao Povo Palestino no Brasil se somem a essas atividades e, principalmente, vinculem a demanda pelo rompimento das relações com Israel, expressa na petição, em suas atividades.
O Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino iniciou, no último dia 13 de janeiro, um abaixo-assinado exigindo a ruptura das relações do Estado Brasileiro com o Estado nazisionista de Israel. Endereçado ao governo brasileiro, o abaixo-assinado aponta:
“Há três meses, a humanidade convive com um dos mais brutais genocídios que a História Mundial já presenciou, que já resultou em mais de 30 mil civis massacrados, sendo maioria crianças e mulheres, em bombardeios teleguiados. Essa carnificina, de contornos bíblicos, revela o claro propósito sionista: a matança de uma etnia, a destruição de todo o povo palestino, e o roubo de seu território, onde ele vive há milênios.”
Em 100 dias de genocídio em Gaza, são mais de 25 mil mortos confirmados, 7.000 desaparecidos e mais de 60 mil pessoas feridas. Desse total cerca de 70% são crianças e mulheres.
Das centenas de cenas horripilantes protagonizadas por soldados sionistas no Tik-Tok, há vídeos em que estes se gabam de matar crianças de 12 anos e outros ainda em que dizem: “uma bala vale por duas”, em alusão ao assassinato de mulheres palestinas grávidas.
Israel em um atoleiro em Gaza
Apesar do genocídio, o Povo Palestino resiste, observando-se um aumento das baixas do lado sionista. Segundo o site Ynetnews.com, cerca de “13.572 soldados e civis [israelenses] foram evacuados para hospitais em todo o país”, destes, 400 estão em estado grave. As mortes de soldados, confirmadas pela IDF (Forças de Defesa de Israel), desde a entrada em Gaza, chegam a 220 (em 23 de janeiro de 2024). Provavelmente, essas baixas estão subnotificadas, a elas, somam-se ainda os 330 soldados mortos no dia 07 de outubro de 2023.
Cresce, entre israelenses, a percepção, ainda que minoritária, de que o governo não conseguiu atingir nenhuma meta estabelecida para a guerra e que deveria haver uma negociação do estado de Israel com o Hamas pela troca de prisioneiros. Familiares destes têm realizado manifestações e acamparam em frente à residência do primeiro-ministro, Netanyahu.
A ação dos Houtis, fechando a passagem de navios israelenses pelo Mar Vermelho, dá ao conflito um caráter regional, e aumenta os custos de transporte de petróleo e outras mercadorias. A ação do Hezbollah, ao norte, obrigou o deslocamento de 200 mil israelenses das cidades e kibutzim da região. Somados às mais de 150 mil pessoas que saíram do Sul, observa-se uma verdadeira crise de refugiados internos.
O imperialismo norte-ameriano e europeu, pressionado pelas mobilizações de massa em seus países e prejuízos econômicos, ao mesmo tempo que mantém o apoio ao regime sionista, tenta obrigá-lo a mudar a política de guerra e abrir negociações com o Hamas. Paralelamente, amplia os bombardeios ao Iraque, Síria e Iêmen.
A mídia israelense tem noticiado a crescente tensão entre os membros do governo de extrema-direita comandado por Netanyahu. Alguns ministros defendem abertamente a ampliação da limpeza étnica, com a expulsão dos moradores de Gaza para outros países e a continuidade dos combates, enquanto outros discutem uma forma de negociar a troca de prisioneiros. A pressão de familiares de prisioneiros nas mãos do Hamas tem virado a opinião pública por um acordo pelo retorno dos 140 prisioneiros sionistas.
Cresce a solidariedade internacional ao Povo Palestino.
No dia 13 de janeiro, durante a Ação Global em Solidariedade ao Povo Palestino, milhões de pessoas tomaram as ruas em todo o mundo em solidariedade. As manifestações estão se ampliando em praticamente todos os países da Europa, com epicentro em Londres, Bruxelas, Oslo, Dublin e Berlim. Na Espanha, manifestações ocorreram em 50 cidades. Nos EUA, manifestações ocorreram em Washington, capital, Chicago, Boston, Nova York, e outras dezenas de cidades, com a participação de judeus não-sionistas que dizem: “não em nosso nome”. No Canadá, a principal manifestação ocorreu em Toronto. Também foram registradas manifestações de massa na Turquia, Iêmen, Jordânia, Irã, Austrália, Coréia do Sul e Japão, entre outros.
No Brasil, ocorreram manifestações em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Porto Alegre, Recife e Brasília.
Estes atos se somam a centenas de manifestações em todo o mundo, que vem sendo realizadas desde o início da agressão de Israel, e que obrigam os governos burgueses a tomarem alguma ação em defesa dos palestinos.
Quem são os amigos da Palestina?
Fruto da comoção que provocam as imagens aterradoras de Gaza e das mobilizações de massa, os governos de alguns países vêm se posicionando pela condenação dos crimes contra a humanidade e crimes de guerra, promovidos pelo Estado de Israel. O governo Sul Africano entrou recentemente com o pedido de investigação e condenação de Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia. A medida é apoiada pelo Brasil e diversos outros países. É importante lembrar que o lobby sionista da CONIB vem pressionando o governo brasileiro a retirar o apoio a essa investigação, através de um abaixo-assinado com o aval grandes empresários e CEO’s de multinacionais.
A decisão em Haia pode levar anos e não obriga Israel a parar seus massacres.
Apesar de apoiar a proposta sul-africana, nem o Brasil, nem os governos árabes, romperam relações diplomáticas e comerciais com Israel em meio ao massacre. Isso significa que milhões de dólares extraídos desses países continuam a alimentar cotidianamente a máquina de guerra de Israel. Cada bomba despejada, cada bala que mata uma criança, uma mulher palestina, tem a marca de negócios com a burguesia que mantém acordos comerciais com empresas israelenses.
Na América Latina, a Bolívia rompeu as relações com Israel, e Colômbia, Chile e Honduras chamaram seus embaixadores de volta. Ainda assim, a maioria dos países do mundo mantém relações comerciais com este estado e, através disso, sustentam a cumplicidade com o genocídio. Como é sabido, o apoio do imperialismo norte-americano e europeu à Israel vêm de décadas, mas, algo que muitas pessoas desconhecem, é o fato da China ser hoje seu maior parceiro comercial. A China também tem uma base militar em Djbouti e poderia fechar a passagem de navios israelenses ao Mar Vermelho, assim como os Houtis. Apesar da possibilidade de utilizar sua influência para parar a guerra, este país opta por silenciar e manter intactas as relações com Israel.
Os verdadeiros amigos do Povo Palestino são as populações árabes, os judeus anti-sionistas, a classe trabalhadora e a juventude do mundo inteiro que vêm tomando as ruas para barrar o genocídio.
Comitê Mineiro lança o abaixo assinado!
No dia 13 de janeiro, unindo-se a milhões de pessoas que saíram às ruas em todo mundo durante a Ação Global de Solidariedade ao Povo Palestino, o Comitê Mineiro lançou um abaixo assinado exigindo que o governo brasileiro rompa definitivamente as relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel.
O Brasil, ao assinar a proposta da África do Sul, sinaliza como factível o caráter genocida das ações do governo de Israel, levando este estado a julgamento. Não existe, então, razão, numa perspectiva ética, que justifique que o estado brasileiro mantenha relações comerciais, acordos de segurança, convênios em universidades, e o funcionamento de empresas israelenses no país, já que isso implica cumplicidade com um estado racista e colonialista que já massacrou mais de 25.000 palestinos nos três últimos meses.
O Comitê Mineiro vem realizando várias ações desde o início do conflito, entre manifestações, passeatas, um escracho no consuldado dos EUA e um flashmob em um shopping center. Atualmente, o comitê mantém uma barraca por Palestina na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Através das atividades diárias da barraca, traz informações à população que transita por ali, abarcando a história da Palestina, denunciando a ocupação israelense e esclarecendo conceitos, como o sionismo. Durante o carnaval de BH, que, historicamente, abraça diversas causas sociais, muitos blocos se uniram à solidariedade ao Povo Palestino.
É muito importante que o conjunto dos movimentos e comitês de solidariedade ao Povo Palestino no Brasil se somem a essas atividades e, principalmente, vinculem a demanda pelo rompimento das relações com Israel, expressa na petição, em suas atividades. Medidas como essa, junto às mobilizações populares, podem barrar o genocídio palestino, ajudar na derrota política do Estado Sionista de Israel e fortalecer a luta por uma Palestina Livre do Rio ao Mar, democrática, laica e socialista.
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