Lutas

Polícia Militar reprime grevistas petroleiros a mando da direção da Petrobras

PSTU Rio de Janeiro

15 de dezembro de 2025
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Fernando Ramos, membro da CIPA e militante do PSTU, e Marcello Bernardo, diretor do Sindipetro Caxias foram presos pela PM

Nas primeiras horas da manhã na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a greve petroleira foi recebida com repressão policial. Em mais um episódio grave de ataque aos direitos democráticos, a Polícia Militar reprimiu e prendeu dois grevistas: Fernando Ramos, membro da CIPA e militante do PSTU, e Marcello Bernardo, diretor do Sindipetro Caxias. A ação, realizada em pleno exercício do direito legítimo de greve, escancara a disposição da direção da Petrobras em criminalizar a luta dos trabalhadores e utilizar o aparato repressivo do Estado para impor sua política.

A greve dos petroleiros teve início nesta segunda 15, com muita força e grande adesão (leia aqui). Trata-se de uma greve construída coletivamente, com ampla participação da categoria, como resposta à intransigência da empresa diante das reivindicações apresentadas. Em vez de negociar, a direção da Petrobras optou pelo caminho da repressão, acionando a PM para intimidar, dispersar e prender trabalhadores organizados.

Enquanto a empresa se recusa a atender a pauta dos trabalhadores, distribui bilhões de reais em dividendos aos acionistas. Para quem produz a riqueza todos os dias, nada. Para os ricos acionistas, tudo. Essa lógica injusta revela a prioridade da atual gestão: garantir lucros e remuneração ao capital, ainda que isso signifique esmagar direitos históricos da categoria petroleira.

A ação truculenta da Polícia Militar na Reduc é inadmissível. A prisão de Fernando Ramos e Marcello Bernardo tenta ser justificada com a alegação absurda de “desacato”. Um pretexto frágil e cínico para criminalizar dirigentes e ativistas que estavam, simplesmente, exercendo o direito de greve. Não houve crime algum por parte dos trabalhadores. Houve, sim, abuso de poder, intimidação e violência estatal contra quem luta. No momento que escrevíamos esse texto recebemos a notícia que os grevistas foram liberados da delegacia, mas enquadrados por crime de desobediência, um absurdo!

É fundamental deixar nítido: a PM não agiu sozinha. Essa repressão atende diretamente aos interesses da direção da Petrobras e de sua presidente, Magda Chambriard. Não se trata de um “excesso” isolado, mas de uma política consciente de enfrentamento aos trabalhadores, que busca quebrar a greve pela força, já que a empresa não conseguiu impedi-la politicamente.

Essa política tem responsáveis. A orientação da direção da Petrobras é, também, responsabilidade do governo Lula. Apesar do discurso de defesa dos trabalhadores, o que se vê na prática é a implementação de uma política que privilegia acionistas em detrimento dos trabalhadores. O governo que fala em valorização do trabalho permite uma gestão que reprime grevistas, distribui lucros bilionários e nega reivindicações básicas à categoria que sustenta a empresa.

Os trabalhadores da Petrobras derrotaram o projeto de privatização total da empresa durante o governo Bolsonaro, enfrentando ataques, mentiras e perseguições. Agora, é preciso seguir lutando, com a mesma determinação, contra os ataques do atual governo e da atual direção da empresa, que mantêm a lógica de subordinação aos interesses do mercado.

A repressão na Reduc não vai calar a greve. Ao contrário, fortalece a convicção de que a luta é justa e necessária. Solidariedade ativa aos grevistas reprimidos, aos sindicatos e a toda a categoria petroleira. Não aceitaremos a criminalização da luta nem a violência contra quem produz a riqueza do país.

Viva a greve petroleira!

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