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PR: Ademar Traiano, corrupção ou “doação”? Tem diferença?

Lugar de corrupto e corruptor é na cadeia!

PSTU Paraná

5 de março de 2024
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Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), está em envolvido em esquemas de corrupção | Foto: Alep

No final do ano de 2023 veio à tona uma denúncia de corrupção envolvendo o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), e o ex-deputado Plauto Miró (União Brasil), na qual os dois teriam recebido R$100 mil para renovar o contrato da TV Icaraí com a TV Assembleia.

Esta denúncia fez com que Traiano, que sempre gostou dos holofotes, evitasse a imprensa fugindo pelos corredores da assembleia. E quando, no início deste ano, deu uma rápida coletiva de imprensa começou por intimidar uma jornalista, uma mulher negra. O todo poderoso alegava que ela não poderia filma-lo e que ela “não deveria se esquecer”, se referindo ao fato de que ela é funcionária da Assembleia.

E o show não parou por aí. Quando questionado sobre a denúncia de corrupção, ele disse que foi uma “doação de campanha” e que “não deve nada à Justiça”. E, seguiu: “Eu continuo afirmando que foi uma doação de campanha. E o acordo que eu fiz foi dentro da legalidade. (…) Fiz aquilo que a lei me permitiu”. O fato é que Ademar Traiano continua como presidente da Assembleia, com todas suas regalias, como se nada tivesse acontecido, enquanto a população vive no perrengue.

Justiça pra quem?

É nestes casos que fica explicito que a justiça é injusta, vai um desempregado pegar um pacote de arroz no mercado sem paga pra ver o que acontece. Enquanto isso, Traiano e o ex-deputado Plauto Miró receberam R$100 mil para renovar o contrato da TV Icaraí com a TV Assembleia. E conseguiram se safar fazendo um acordo de não persecução penal com o Ministério Público e homologado pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

No entanto, a primeira ilegalidade é que o caso, por se tratar de um crime eleitoral, deveria ser submetido à Justiça Eleitoral, o que não aconteceu. Outro ponto que comprova essa relação promíscua entre o Legislativo e o Judiciário é que a doação teria sido feita em 2015, que não era ano eleitoral, o que é proibido na legislação. Isso deixa nítido que nem todos são iguais diante da lei, isso vai depender da sua família, quem são seus amigos, qual cargo que ocupa e também do seu saldo na conta bancária. Não à toa que Traiano, como presidente da Assembleia, aprova todos os pedidos de reajustes e benefícios para os magistrados. É aquele velho ditado, uma mão lava a outra.

Os juízes e juízas vivem em um mundo paralelo proporcionado pelos seus altos salários e benefícios. Essas pessoas não têm ideia do que é pegar um busão lotado para chegar ao trabalho, não conseguem nem imaginar uma mãe correr para deixar o filho na creche sem perder o horário no emprego. Não sabem porque nunca precisaram passar por isso, ou você já viu u pedreiro ou qualquer outro trabalhador se tornar juiz? Essa gente vem de famílias ricas que nuca passaram por dificuldades e, encasteladas como se fossem majestades nos tribunais, decidem sobre a vida das pessoas. Mas quando se trata de seus “amigos” como Traiano, qual o problema em se dar um jeitinho, né? Como falou o próprio Traiano: “no meio político é assim que as coisas acontecem”.

É preciso por abaixo este sistema judiciário elitista com altos salários e diversas regalias. Essa justiça só serve aos megaempresários e seus representantes no parlamento. Os juízes deveriam ser eleitos pelos trabalhadores e ter seus mandatos revogáveis, assim como deveriam receber salários iguais aos dos trabalhadores.

O parlamento é um balcão de negocias dos megaempresários

Essa situação só serve para nos mostrar o quanto é podre o parlamento e que essa história de governar para todos, para resolver nossos problemas não passa de uma conversa fiada.

Os deputados atuam para atender os interesses de quem financiou suas campanhas e seus próprios interesses, para que assim mantenham seus cargos com altos salários e ótimos benefícios. Traiano disse que não foi corrupção e sim uma doação. Mas hora bolas, neste caso que diferença tem? Tanto um como outro cumpre com o objetivo de atender o interesse do empresário e do deputado. Um quer renovar seu contrato, para continuar lucrando e o outro quer o dinheiro para fazer sua campanha e continuar como parlamentar.

Esse é apenas um caso que veio à tona. Aí nos perguntamos: quantos outros casos devem ter acontecidos? Quantos contratos foram fechados com base em “doações de campanha”? Quantas isenções de impostos foram aprovadas e tantos outros projetos que devem ter sido incentivados por estas “doações de campanha”? Já parou para pensar nisso? E que nome damos a isso?

Por isso, para nós é fundamental que se torne público esse processo envolvendo Traiano. Mas não só isso. É preciso abrir uma investigação sobre todos os contratos e demais ações da assembleia legislativa do paraná. E que os corruptos e corruptores sejam presos e tenham seus bens expropriados.

A oposição capitaneada pelo PT e do PDT ajudaram a eleger Ademar Traíano como presidente da Alep | Foto: Orlando Kissner/Alep

Oposição ( PT/PDT ) finge que faz e a gente finge que acredita

É preciso denunciar esses acordos e exigir uma investigação e punição exemplar. E para isso é preciso que os trabalhadores e a população pobre se mobilizem, pois como já vimos não podemos ter nenhuma confiança no parlamento, e também não podemos ter esperança na oposição parlamentar de teatrinho.

Se não tiver mobilização, o mais provável é que Traiano não só saia impune como continuará exercendo suas funções normalmente, já que o relator da investigação é um parça seu. Relembrando o que disse Traiano: “no meio político é assim que as coisas acontecem”.

É preciso lembra que Traiano já está em seu oitavo mandato como deputado parlamentar e é presidente da Assembleia Legislativa desde 2015. E na última eleição não só contou como apoio do PT e do PDT, como também fizeram chapa conjunta para a eleição da mesa diretora da Assembleia.

Basta ver a posição desses partidos diante da denúncia de corrupção, continuam tocando a vida. É inadmissível que Ademar Traiano continue presidindo a Assembleia. É uma vergonha o silêncio do PT e PDT, que não tiveram a coragem de chamar nem sequer um ato para denunciar este escândalo.

Apesar do deputado Renato Freitas (PT) ter feito a denúncia e chamado corretamente Traiano de corrupto, precisamos nos perguntar porque Renato só expos o caso quando teve seu mandato ameaçado? Se não se encontrasse nessa situação não teria denunciado o fato? Por que não denunciou assim que tomou conhecimento? Essas são algumas perguntas que achamos importante que Renato Freitas responda.

Essa aliança do PT e PDT com Traiano em nome do “funcionamento dos trabalhos” é uma vergonha. Porem, é isso mesmo que eles se propõem a fazer, administrar o sistema. E como temos dito, esse sistema funciona para atender os interesses dos de cima.