Professores de Fortaleza decidem manter paralisação
Milhares de professores e professoras da rede municipal de Fortaleza (CE) lotaram o ginásio da Escola de Tempo Integral Filgueiras Lima, em assembleia geral na manhã desse dia 2 de fevereiro para avaliar os rumos do movimento e votar pela continuidade da paralisação.
Os trabalhadores em educação lutam centralmente pelo reajuste salarial de 14,95%, como define a lei do piso. Entretanto, em audiência com o prefeito José Sarto (PDT) na última terça-feira, 31, foi apresentado um índice de reajuste de 0,81%. Essa proposta vergonhosa apresentada pelo governo não cobre nem a inflação do período.
Para além disso, os professores reivindicam as perdas de 2017 (ano de reajuste zero), revogação da alíquota previdenciária de 14% para aposentados, carteira assinada para substitutos (cerca de 3 mil professores substitutos foram dispensados sem direito à rescisão contratual) e revogação da reforma da Previdência.
Importante lembrar que em plena pandemia de Covid-19, o prefeito Sarto (PDT) aprovou, de forma truculenta, uma reforma da Previdência que atacou servidores ativos e aposentados. Tal reforma também retirou o direito à licença prêmio e anuênio para os recém ingressos no magistério.
Professores e professoras planejam intensa mobilização para os próximos dias. Neste dia 3, por exemplo, a partir das 8h, haverá uma grande marcha com concentração na Praça da Imprensa e passeata até a Secretaria Municipal de Educação.
Por uma luta sem trégua em defesa da educação pública!
O Sindiute, sindicato que dirige os professores municipais de Fortaleza, é ligado à Articulação Sindical (PT e CUT). Até bem recentemente essa corrente era parte da base de apoio do PDT na cidade. Por sua vez, o grupo de Sarto (e anteriormente Roberto Cláudio) tem forte ligação com a oligarquia dos Ferreira Gomes.
Na assembleia do dia 2, a Articulação Sindical apresentou a proposta inédita de definir o fim das paralisações na próxima quarta-feira, independentemente do resultado da audiência com a Prefeitura. Para o professor Félix, ligado à CSP-Conlutas, essa tática de já decretar a data do término do movimento facilita a vida do governo. Historicamente, essa categoria se mostrou extremamente aguerrida e nunca fugiu da luta.
– Prefeito Sarto/PDT, pague imediatamente e sem parcelamento o reajuste do piso salarial de 14,95 %!
– Nenhum direito a menos!
– Pela revogação da reforma da previdência!
– Carteira assinada para substitutos, já!
– Sem piso, sem aula!