Nacional

Quebradeiras de coco babaçu foram assassinadas na zona rural do Pará às vésperas da COP 30

Roberto Aguiar, da redação

5 de novembro de 2025
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As vítimas, Antônia Ferreira dos Santos, de 53 anos, e Marly Viana Barroso, de 71 | Foto: Reprodução

Roberto Aguiar, direto de Belém (PA) | Cobertura Especial Cúpula dos Povos/COP 30

Duas quebradeiras de coco babaçu foram assassinadas em uma comunidade rural do município de Novo Repartimento, no sudeste do Pará, a cerca de 500 quilômetros de Belém. As vítimas, Antônia Ferreira dos Santos, de 53 anos, e Marly Viana Barroso, de 71, foram encontradas mortas na noite da última segunda-feira (3), em uma área de mata, às vésperas da realização da COP 30, conferência climática que ocorrerá na próxima semana em Belém.

Os corpos foram localizados por familiares, com sinais de extrema violência. Uma das mulheres foi praticamente degolada; a outra, parcialmente despida, pode ter sido vítima de violência sexual. Ao lado das vítimas, foram encontrados apenas frutos de babaçu, indicando que elas estavam em jornada de trabalho quando foram atacadas. As duas haviam saído de casa pela manhã e não retornaram.

De acordo com Claudelice Silva dos Santos, integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Pará, o crime está inserido em um contexto de crescente violência, grilagem de terras e conflitos agrários na região:

As quebradeiras de coco babaçu são mulheres que vivem do extrativismo e resistem à expansão do agronegócio e da grilagem. Elas dependem da palmeira de babaçu para sobreviver, e o território é a base dessa vida.

Além do Conselho Estadual de Direitos Humanos, a Secretaria Estadual de Igualdade Racial e Direitos Humanos também foi acionada. A comunidade local cobra investigação imediata, com celeridade e rigor, por parte da Secretaria de Segurança Pública do Pará e da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca).

Entre as reivindicações, estão a presença de representantes do Conselho na comunidade, o acompanhamento das famílias das vítimas e a inclusão de moradores e lideranças locais no Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

O caso ocorre em meio ao aumento das tensões agrárias no Pará, estado que concentra alguns dos maiores índices de violência no campo no Brasil. O PSTU se junta às organizações sociais e movimentos populares e exige que o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB),  dê uma resposta rápida e efetiva ao duplo homicídio.

Nos solidarizamos com as famílias de Antônia e Marly e com toda a comunidade e exigimos:

– Justiça por Antônia Ferreira dos Santos e Marly Viana Barroso!
– Resposta imediata do governo Helder Barbalho (MDB), com investigação e prisão dos assassinos e mandantes!
– Pelo fim dos latifúndios: reforma agrária, já!

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