RJ: Prefeito Eduardo Paes expõe seu racismo e preconceito ao se referir aos adeptos de religiões afro como “essa gente”
Toda nossa solidariedade aos adeptos das religiões de matriz africana e ao Babalorixá Ivanir dos Santos
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), resolveu inovar no Réveillon deste ano e mandou montar um palco exclusivo à música gospel. O Babalorixá Ivanir dos Santos, militante histórico das causas sociais e dos direitos dos adeptos das religiões de matriz afro, criticou duramente em suas redes sociais o privilégio concedido a determinadas religiões em detrimento de outras, evidentemente as de matriz africana.
“É muito chato nós sabermos que fomos mais uma vez excluídos, as tradições religiosas e culturais que construíram esta festa não têm recebido a mesma atenção “, escreveu o líder religioso. A nota foi citada na coluna de um jornal de grande circulação no estado, e a resposta de Paes fez externar todo o seu ranço racista e preconceituoso. “É impressionante o nível de preconceito dessa gente”, afirmou. Nem é preciso dizer a quem ele se referia ao afirmar “essa gente”.
Mas, afinal de contas, por que tamanho privilégio aos evangélicos na Orla da Praia e toda cidade, e o descaso perante os espaços de religião afro-brasileira, e ainda utilizar-se do termo, “essa gente?”. Não bastassem os permanente ataques violentos sobre os Terreiros de Candomblés e Umbanda, as agressões físicas contra seus adeptos orquestrados pelos setores ligados ao tráfico nos Morros/Favelas e Periferias, Paes, vem produzir mais uma forma de ataque sobre estas instituições de origem negra.
Já no início de 2025, Paes atacou os adeptos das religiões afro-brasileira, vetando a lei que garantia aos integrantes da mesma o direito de acesso aos hospitais da rede pública municipal do Rio de Janeiro, cujo objetivo era o de levar amparo emocional e psicológico aos integrantes das religiões do Candomblé e da Umbanda, o que seria um alento aos enfermos no interior da rede pública. Assim como fazem padres e pastores, e demais tendências religiosas na mesma rede pública.
Em um passado recente, o Prefeito Eduardo Paes destilou todo seu preconceito de classe burguesa quando referiu-se ao povo da cidade de Maricá, visto por ele como uma cidade de gente pobre e feia, lugar em que para ele o Presidente da República não deveria sequer botar os pés. O racismo religioso de Paes é, na verdade, uma expressão e um reflexo da lógica racista dos governantes burgueses desse país. Eles nos odeiam, porém vão aos Terreiros de Candomblés, Umbanda e Escolas de Sambas quando lhes convém eleitoralmente. Repudiamos veementemente a fala racista e preconceituosa de Eduardo Paes, nos solidarizamos com o Professor/Babalorixá Ivanir dos Santos diante do ataque reacionário desse Prefeito e seus aliados de plantão.
.
Exigimos respeito às religiões de matriz africana do Rio de Janeiro e do Brasil!
Por uma sociedade laica, democrática e socialista!
Basta de racismo e intolerância religiosa, Eduardo Paes e seus pares!