Nacional

RS: Defesa Civil contabiliza 83 mortes e há 111 pessoas desaparecidas

Ao todo, são 850 mil pessoas afetadas pelos efeitos da tragédia climática

Redação

6 de maio de 2024
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Em Porto Alegre, 70% da população da cidade enfrenta desabastecimento de água | Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação

Em boletim divulgado hoje (6/5), a Defesa Civil do Rio Grande do Sul contabiliza 83 mortes em razão dos temporais que atingem o estado. São investigadas outras 4 mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas.

Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 141,3mil pessoas fora de casa, sendo 19,3 mil em abrigos e 121,9mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 345 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 850mil pessoas.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e quase 200 mil alunos foram impactados. Um total de 278 escolas tiveram sua estrutura danificada pela chuva.

A situação é ainda pior na capital, Porto Alegre, onde 70% da população enfrenta desabastecimento de água, após o lago Guaíba atingir 5,3 metros, o maior nível em sua história.

Campanha solidária

A CSP-Conlutas se soma à campanha em apoio aos atingidos e dá início a uma campanha de arrecadação financeira.

As contribuições devem ser feitas via PIX, através da chave: financeiro@cspconlutas.org.br.

Ou ainda via depósito/transferência para:

Banco do Brasil
Agência: 3520-3
Conta corrente: 26261-7
CNPJ: 07.887.926/0013-23

As doações serão destinadas pela direção estadual do Rio Grande do Sul da CSP-Conlutas à assistência de famílias atingidas.

Juntamente a isso, exigimos do governo de Eduardo Leite (PSDB), governos municipais e do governo federal a imediata assistência aos atingidos e o restabelecimento de serviços essenciais.

Os governos devem colocar em prática um plano de obras públicas que possa garantir a reconstrução das moradias e locais destruídos, atendendo, prioritariamente, as populações que vivem em áreas de risco.

A CSP-Conlutas também defende a suspensão do pagamento da dívida pública, para garantir dinheiro público para as reais necessidades da população.

É preciso enfrentar a crise climática, causada pela ganância e irracionalidade capitalista. Isso implica enfrentar de imediato os interesses do agronegócio, da especulação imobiliária, as privatizações e, acima de tudo, avançarmos na luta por uma sociedade socialista.

SAÍDA

Programa imediato para enfrentar a catástrofe 

Imediata assistência aos atingidos, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução das residências e locais destruídos;

É necessário enfrentar a especulação imobiliária, desapropriar residências em áreas seguras que, hoje, só servem para a especulação, para garantir moradias dignas à população pobre, além de reparar os prejuízos dos que já foram atingidos;

Zerar o déficit habitacional, expropriar os imóveis dos grandes capitalistas, usados para a especulação imobiliária;

Como parte da solução dos problemas de infraestrutura e reconstrução das casas, estradas e pontes, defendemos o não pagamento da ilegítima da dívida pública. Assim, seria possível financiar um plano estatal de prevenção às mudanças climáticas; como também um plano de obras públicas para reconstrução das casas atingidas e construção de novas residências, para quem vive em área de risco;

Reestatização da CEEE (eletricidade) e da Corsan (água e esgoto), sem indenização para os empresários e sob controle dos trabalhadores e usuários, para que atendam às necessidades da maioria da população.

CRISE DO CAPITAL

Socialismo ou colapso ambiental

Atualmente, todas as tragédias ditas naturais que ocorrem no mundo são cada vez mais graves. Tudo isto nos dá a dimensão e a urgência de enfrentarmos a catástrofe climática, que passa, obrigatoriamente, por mudanças profundas na forma de produção e relação com a natureza, inclusive atacando o agronegócio.

O PSTU se solidariza com todas as vítimas, se soma nas ações de solidariedade aos desabrigados que estão sendo chamadas e se compromete a seguir exigindo dos governos investimento de recursos nas medidas preventivas.

Ao mesmo tempo, fazemos um chamado à reflexão: está em nossas mãos (dos explorados, dos oprimidos e da juventude precarizada) mudar os rumos da história da humanidade. Sem romper o ciclo expansionista da acumulação de capital e usar a riqueza produzida pelos trabalhadores e trabalhadoras, para atender às necessidades coletivas da sociedade, ao invés de ser apropriada pela burguesia, a civilização caminhará para a completa catástrofe.

É preciso que rompamos com o capitalismo e construamos uma sociedade socialista. Até que isto aconteça não haverá racionalidade na relação com a natureza.

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