Sandra e Icauã presentes, sempre!

Hoje, 17 de fevereiro, completam-se 11 anos que perdemos Sandra e seu filho Icauã para violência machista.
Sandra era militante do PSTU e dirigente do Sindicato dos professores da rede municipal do Recife (Simpere). Além de professora na capital pernambucana, era também docente na rede municipal de Igarassu.
Sandra ajudou a organizar o l Encontro de Mulheres do Simpere e, em 2013 , esteve na organização da caravana que levou uma grande delegação de mulheres para o Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) em Sarzedo (MG). Seu filho Icauã também esteve presente participando da creche organizada pelo evento.
Além da militância, Sandra, nascida em Caruaru e moradora de Olinda, curtia os festejos juninos e o carnaval de Olinda. Para nossa tristeza foi na volta de uma prévia carnavalesca de Olinda que ela e seu filho Icauã foram brutalmente assassinados na sua própria casa. Não há lugar seguro para as mulheres nessa sociedade.

Sandra era militante do PSTU e ativista do Movimento Mulheres em Luta (MML)
O assassino não pegou pena por feminicídio, pois esse atenuante só foi instituído em Pernambuco em 2017, depois de muita pressão das mulheres pelo crescente número de casos de violência e assassinatos.
A morte brutal de uma mulher, vítima do machismo, se abate sobre todas as mulheres. Quando essa mulher é mais próxima e dedica sua vida contra as mazelas do capitalismo, a dor é ainda é maior.
Seguir lutando contra esse sistema capitalista, que cada dia mostra sua decadência, cujo maiores exemplos são figuras como Trump, Milei, Bolsonaro e toda a corja machista da ultradireita, organizando os setores oprimidos é o que nos fortalece e mantém viva a certeza que podemos sim acabar com o machismo e o capitalismo! Por Sandra, por Icauã e por todas as mulheres vítimas da violência machista.
Aos governos denunciamos o descaso por essas vidas ao não implementar políticas concretas que impeçam esses crimes. E exigimos:
— Mais casas abrigos de qualidade;
— Delegacias Especializadas de Mulheres, com funcionamento 24 h;
— Educação de gênero nas escolas;
— Punição exemplar para agressores de mulheres;
— Acesso às mulheres ao emprego pleno, moradia digna e terra;
— Creche pública e de qualidade para todas as crianças.
Não esqueceremos a dor e a tristeza que todo dia 17 de fevereiro nos faz, ao pensar que Sandra e Icauã não estão mais aqui conosco. Ao mesmo tempo, ao lembrá-los os mantemos vivos e do luto tiramos a força que nossa companheira e seu filho tinham. Seguimos firmes na luta contra a violência machista desse mundo capitalista!
Sandra e Icauã, presentes!