“Sonhos, acredite neles!”: Homenagem do Coletivo Rebeldia em ocasião do centenário da morte de Lênin
No mundo inteiro, bilhões de pessoas acordam todos os dias e vivem uma vida que não escolheram viver. Gastam todas as suas energias em trabalhos que não lhes fazem sentido, para conseguir meios de sobreviver que sequer lhes satisfazem completamente. Sem ninguém nos pedir permissão, nos jogam em um mundo decadente, onde reina a miséria absoluta. Onde milhões passam fome e não têm onde morar. Onde pandemias levam nossos entes queridos, e muitos são levados até mesmo a tirar suas próprias vidas. Onde o próprio planeta beira o colapso ambiental.
Na década de 1890, um jovem estudante de Direito da Universidade de Kaza, na Rússia, decidiu que essa vida não bastava. Se fosse para viver uma vida num mundo que não faz sentido algum, que fosse para dar um outro sentido à sua vida, na luta pela mudança dessa sociedade.
Vladimir Lenin tinha 17 ou 18 anos quando começou a se envolver com os movimentos radicais em sua universidade. Alguns anos depois, ele se tornaria um dos maiores revolucionários da história da humanidade. Porém, na época ele era apenas um jovem, que como muitos de nós decidiu lutar por um mundo diferente.
Tendo decidido lutar pela revolução socialista, Lênin compreendeu que para tal era necessário construir uma ferramenta que permitiria que a classe trabalhadora tomasse o poder. Por isso, dedicou toda a sua vida à organizar a classe operária, o que significava a construção de um partido revolucionário. Para viver e lutar junto com a classe operária, pela destruição do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista.
Ele foi o principal dirigente do Partido Bolchevique, que dirigiu a tomada do poder pela classe operária na Rússia na Revolução de Outubro de 1917. Se tornou assim a principal liderança da revolução e uma das principais lideranças de todos aqueles que lutam por um mundo livre de todas as formas de exploração e opressão.
Nunca abandonou a tarefa da revolução socialista. Mesmo diante das prisões dos regimes czaristas, os exílios, mesmo quando seu partido foi quase dizimado pela repressão. Até o fim de sua vida lutou pela revolução socialista.
Isso significou, em especial, combater os oportunistas e reformistas, que queriam substituir os sonhos da classe trabalhadora por ilusões e migalhas.
Não confundamos os sonhos com as ilusões. No centenário de sua morte, lembremos o que dizia Lênin sobre os sonhos:
“É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles.”
Assim como Lênin, sonhemos por um mundo melhor. Porém sejamos consequentes com nossos sonhos. Construamos eles, façamos eles acontecerem. Não nos deixemos dar por satisfeitos enquanto não os vermos realizados.
Isso implica em lutar contra aqueles que querem substituir nossos sonhos por migalhas. E em nos dedicar, dispor de energia e tempo, para lutar para que eles se tornem realidade.
Nesse centenário de Lênin, diremos que seu sonho segue vivo. Em nós e em todos aqueles que lutam contra a barbárie do capitalismo, por um mundo comunista!
Mantenhamos vivo sua memória e seus ensinamentos, assim como os de Rosa Luxemburgo, Karl Marx, Engels, Trotsky, e tantos outros. Não nos satisfaçamos, enquanto não destruirmos o capitalismo, antes que ele nos destrua, e o substituamos por um sistema justo, que nos dê dignidade, e sobre o qual nós possamos olhar e dizer: “esse foi o mundo que escolhi viver, foi por este mundo que batalhei…”.
Viva Lênin! Viva todos aqueles que lutam pela revolução socialista!
