Educação

SP: Boicote às plataformas digitais e à privatização da educação

Construir a greve de verdade para derrotar os ataques de Tarcísio e Feder!

Coletivo Reviravolta na Educação

15 de maio de 2024
star5 (2 avaliações)
Professores da capital e diversas regiões do Estado realizam manifestaram na frente à Secretaria de Ensino do Estadual de São Paulo

Alunos e professores estressados com metas absurdas, assédio moral e baixa autonomia pedagógica. Pais preocupados com a baixa qualidade da aprendizagem de seus filhos. Esses são os resultados da imposição das plataformas digitais por parte do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu secretário Feder em São Paulo. Mas e a aprendizagem, melhorou? A percepção de estudantes, pais e professores é a mesma: ninguém está aprendendo nada com essas plataformas.

Antes de vir para São Paulo, Feder impôs a mesma política de plataformização da educação no Paraná.  Uma pesquisa realizada do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) mostrou que para 83% dos professores paranaenses as plataformas digitais não melhoraram a aprendizagem.

A pesquisa também mostrou que mais de 70% dos professores atribuem a piora de suas condições de saúde mental e física às cobranças, metas e uso excessivo das plataformas. A prática também traz prejuízos aos alunos:

A Center for Disease Control and Prevention (CDC) – a Anvisa americana – aponta que o excesso de tempo de tela aumenta o risco de obesidade, problemas de sono, ansiedade, prejudica o desenvolvimento cognitivo e reduz o tempo de atividades físicas diárias (APP Sindicato, 2023).

Fábricas de cliques

Mas se os estudantes não estão aprendendo, porque tanto assédio para que os professores utilizem as plataformas todos os dias? Para justificar os milhões de reais gastos com as empresas privadas que vendem esses produtos. No Paraná, o gasto com as plataformas ultrapassou R$ 130 milhões, segundo reportagem da revista “Carta Capital”, publicada no ano passado. Em São Paulo, até agora, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) já gastou mais de R$ 117 milhões, sem contar os mais de R$ 200 milhões gastos com equipamentos da Multilaser, empresa ligada ao secretário. Até divulgação de cursos pagos têm aparecido para os alunos no meio das atividades virtuais. Isso é um absurdo!

Visando os lucros bilionários, Tarcísio e Feder estão transformando as escolas em verdadeiras “fábricas de cliques”. Assim, a função dos estudantes não é mais estudar, mas apertar os botões das plataformas. Não importa se respondem uma atividade de matemática em poucos segundos, ou fiquem passando páginas de livros por 45 minutos sem ler uma palavra. O importante é cumprir metas.

Aos professores, cabe o papel de “gerenciar” o “trabalho” dos estudantes, não mais de ensinar ou estabelecer uma relação de aprendizagem.

Medidas de Lula fortalecem ataques de Tarcísio

O projeto privatista de Tarcício se apoia nas Parcerias Público Privadas (PPPs), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bem como, na política de Arcabouço Fiscal e no Novo Ensino Médio NEM), mantido pelo governo Lula (PT) para atender aos interesses dos grandes empresários e do projeto capitalista para a educação.

Lamentavelmente, a direção estadual da Apeoesp (PT, PCdoB e PSOL) vem manobrando nas assembleias para manter os acordos políticos da frente ampla, onde cabe desde Lula e Boulos até Tarcísio, só não cabem os interesses da classe trabalhadora.

Retrocesso

Tarcísio ainda diz que está modernizando a educação, quando na verdade está impondo um verdadeiro retrocesso  .

Chamamos todas os professores, estudantes e pais a se somarem na luta contra a imposição das plataformas digitais e a privatização da educação!

Pra piorar, o governo está fechando milhares de salas de aulas às escondidas, como vimos no caso da EE João Solimeo, na Brasilândia, que resultou numa brutal repressão aos estudantes.

Contra tudo isso, entre os dias 13 e 19/5 nós professores e estudantes faremos um grande boicote às plataformas digitais, chamada de greve digital pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp – Sindicato). Essa ação não substitui a necessidade de fazermos uma greve real em todo o Estado, como defende a Professora Flávia, coordenadora da Sub-sede Lapa da Apeoesp:

Nós do Coletivo Reviravolta na Educação não concordamos com a forma com que a direção estadual do sindicato encaminhou a votação na última assembleia. Para nós o boicote às plataformas deve se combinar com a construção da nossa greve. Devemos nos somar aos professores e técnicos das universidades federais e à tantos professores que estão em greve em todo o país em defesa da educação.  Esse é o único caminho pra derrotar Feder e Tarcísio.

— Abaixo às plataformas digitais e a privatização da educação!
— Reabertura das salas fechadas em todo o estado! #nenhumasalafechada
— Basta de repressão e assédio moral nas escolas! Toda solidariedade aos estudantes da EE João Solimeo!