SP: Metroviários discutem solidariedade aos demitidos e próximos passos da luta contra a privatização
Oito metroviários foram demitidos, e um suspenso, pelo governo Tarcísio como retaliação à greve do dia 3 de outubro
Nesta terça-feira, 31 de outubro, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo realizou assembleia para debater a continuidade da luta contra as privatizações e a campanha pela readmissão de 8 trabalhadores demitidos injustamente como retaliação à greve do último dia 3. Exigem também a anulação de uma suspensão, também motivada pela greve.
Demissão é retaliação contra a privatização
A greve de 3 de outubro ocorreu de forma unificada entre os trabalhadores do Metrô, Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) contra o projeto de privatização liderado pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). A mobilização paralisou São Paulo e ganhou amplo apoio da população.
O entendimento da diretoria do sindicato é o de que as demissões são uma ação para intimidar os trabalhadores e um ataque à organização sindical. Altino Prazeres, militante do PSTU, diretor do sindicato dos metroviários, ex-presidente da entidade e membro da coordenação da CSP-Conlutas de São Paulo, que está entre os demitidos, explicou: “a ação do governador é para atacar o sindicato, não à toa, os demitidos são lideranças sindicais ou ativistas. É uma maneira de tentar desmoralizar e intimidar. Mas não vão conseguir. Seguiremos de cabeça erguida e na luta contra as privatizações”.
Narciso Soares, vice-presidente do sindicato e militante do PSTU, que também foi demitido, agradeceu as mensagens de solidariedade dos colegas. “Não somos vagabundos. Somos metroviários, acordamos cedo, trabalhamos de madrugada e estamos na luta pelo transporte público e gratuito para população. Somos bem diferentes dos bilionários para quem Tarcísio quer entregar o metrô”, ressaltou.
Solidariedade de classe
Unificadamente, a direção do sindicato apresentou à categoria a proposta de contribuição mensal de 0,3% do valor do salário dos sindicalizados para custear o salário dos demitidos nos próximos 6 meses, enquanto se dá a luta pela reintegração.
Camilo Martins, diretor do sindicato e militante do PSTU, disse que a contribuição é mais do que “um gesto de empatia com os demitidos e suas famílias, é solidariedade de classe e uma maneira de resistir aos ataques na guerra travada contra o plano de Tarcísio de entrega do patrimônio público à inciativa privada”.
A categoria vai deliberar a por votação online. O resultado sairá no início da noite desta quarta-feira.
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Próximos passos
A campanha contra a privatização continuará, e ações unificadas devem ocorrer no próximo mês. A votação do plebiscito popular se encerra no próximo dia 6 de novembro, mas novas iniciativas estão sendo construídas. Um ato unificado entre os trabalhadores do Metrô, Sabesp e CPTM deve ocorrer no próximo dia 10, e uma nova greve, incorporando outras categorias, está indicada para final de novembro.
— Pela reintegração de todos os demitidos! Pela anulação de qualquer punição!
— Abaixo o plano de Privatização de Tarcísio!
— Transporte e água não são mercadorias !
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