Lutas

SP: Protesto em São José dos Campos, contra demissões na GM, reúne mil trabalhadores

Redação

26 de outubro de 2023
star0 (0 avaliações)

A manhã desta quinta-feira (26) foi marcada por uma manifestação que reuniu cerca de mil pessoas contra as demissões na General Motors de São José dos Campos, São Caetano e Mogi das Cruzes. De forma unânime, os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve até que todas as demissões sejam canceladas.

O protesto começou às 9h em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Por volta das 10h30, os trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas do centro. A passeata percorreu a Rua Francisco Paes, Praça Afonso Pena e Avenida 15 de Novembro e terminou, às 11h30, na Praça da Igreja Matriz.

Com seus uniformes de trabalho, demitidos e não demitidos da GM uniram-se para exigir o cancelamento imediato das dispensas e o cumprimento do acordo de estabilidade no emprego quebrado pela montadora. Participaram metalúrgicos e dirigentes sindicais das três fábricas afetadas.

Foram quase três horas de protesto contra o desrespeito da GM aos trabalhadores.  A montadora demitiu 800 metalúrgicos de São José dos Campos, 300 de São Caetano do Sul e 100 de Mogi das Cruzes. Ao todo, essas unidades empregam cerca de 12 mil pessoas.

Provocação da PM

A Polícia Militar, mais uma vez, criou problemas com os trabalhadores. A provocação, no entanto, não atrapalhou o ânimo dos manifestantes. O Sindicato deve formalizar novas denúncias contra a atuação da PM nos movimentos legítimos dos trabalhadores.

“Não podemos achar normal que a polícia tente atrapalhar uma manifestação de trabalhadores. Por isso, a assembleia dos trabalhadores da GM aprovou o repúdio a presença e truculência da PM no dia de hoje”, disse o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Vera (@vera_pstu)

Cobrança aos governantes

Ao longo da passeata, os manifestantes carregaram faixas e cartazes com exigências à GM, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O Sindicato cobra dos governantes medidas concretas pelo cancelamento das demissões.

Um dos cartazes trazia a frase: “Empresa que recebe dinheiro público e isenção de impostos tem de ser proibida de fazer demissões”. Somente este ano, a General Motors recebeu R$ 50 milhões em benefícios fiscais, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Embora a empresa tente justificar as demissões usando o argumento de queda nas vendas, os licenciamentos de veículos Chevrolet cresceram 6,35% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

“A GM não pode simplesmente descumprir o acordo de estabilidade e desrespeitar a legislação que prevê a obrigatoriedade de negociação prévia em caso de demissão em massa. Mas nós não vamos abaixar a cabeça. Essa fábrica só volta a rodar depois que cancelar as demissões”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Renato Almeida.

Audiência no TRT

Nesta sexta-feira (27), haverá uma audiência de conciliação entre o Sindicato e a General Motors, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, às 15h. Estará em discussão o processo de dissídio coletivo de greve movido pela empresa.

O Sindicato está organizando uma caravana de trabalhadores para ir a Campinas. Esta será a primeira vez que Sindicato e GM se reúnem, desde o início da greve, no dia 23.

Reunião com Ministério do Trabalho

Também para amanhã, o Ministério do Trabalho convocou uma Mediação Coletiva de Trabalho, com os três sindicatos e a General Motors, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (Av. Prestes Maia, 733, São Paulo).