SP: Servidores municipais de Araraquara finalizam greve

Após uma intensa semana de mobilizações, os servidores municipais de Araraquara (SP), optaram por encerrar a greve deflagrada no último dia 20. A categoria foi uma das que mais sofreu com os aumentos de preços, não possuindo um reajuste salarial em mais de dez anos.
Nesse sentido, gostaríamos de prestar nossa solidariedade e admiração a luta dos servidores municipais de Araraquara, que durante todo o período de greve lutaram bravamente, à revelia do descaso da prefeitura municipal, com a atual gestão bolsonarista do Doutor Lapena (PL), e a postura vacilante que mostrou o Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar). Foram intensos dias de luta que mostram a disposição da categoria e que revigoram todo o movimento sindical araraquarense.
Infelizmente, e devido muito em parte a falta de construção e comodismo (a atual gestão está no poder a mais de 16 anos) por parte da direção do sindicato, que falhou em construir um programa de lutas, mobilizando a categoria pela base, explicando os motivos da greve e as reinvindicações, ou se preparar antecipadamente para os períodos de greve (construindo, por exemplo, um fundo de greve para ajudar nas despesas inquiridas durante o processo), os servidores municipais não conseguiram conquistar integralmente muitas de suas reinvindicações.
Da proposta de um reajuste de 10% + a inflação do período anterior, conseguiram um reajuste de 5,53% com base no IPCA, e uma elevação do piso do funcionalismo para R$ 2,1 mil. Ainda, da proposta de reajuste do vale alimentação de R$ 1.200 conseguiram um reajuste para R$ 1.050 – sendo R$ 640 fixo e R$ 410 variável, de acordo com a assiduidade. Por fim, foi conquistado também o acréscimo de duas faltas abonadas e tolerância de duas horas de ausência, mediante a apresentação do atestado médico, e sem prejuízo aos critérios do bônus alimentação.
Ainda assim, mesmo que o acordo não tenha cumprido as expectativas dos servidores, o movimento mostrou o potencial gigantesco que os servidores públicos e que a classe trabalhadora araraquarense possui, uma vez que forçou o prefeito a, em 4 dias, descer para a mesa de negociações.
Por fim, gostaríamos de destacar a postura oportunista que muitos vereadores e políticos de Araraquara tiveram durante todo o processo, indo para o ato apenas para fazer falas e rogar palavras vazias de apoio aos servidores. Durante os mandatos de Edinho Silva (PT) como prefeito, que foi um dos períodos em que os servidores públicos de Araraquara foram mais precarizados, não se via dessas figuras o mesmo empenho e disposição, mostrando que o compromisso deles é com sua própria agenda política, e não com o fortalecimento da classe trabalhadora no geral.