SP: Slam da Guilhermina comemora 12 anos de arte e resistência
Quilombo das Rosas / PSTU Zona Leste (SP)
Parabéns ao Slam da Guilhermina! 12 anos não são 12 dias! Na sexta, 23 de fevereiro, foi realizada mais uma edição do Slam da Guilhermina, com um palco, alegria e arte. Em 2012, surgiu uma das mais importantes disputas de poesias do Brasil, o Slam da Guilhermina, uma roda se abriu na praça próximo ao metro Guilhermina – Esperança na Zona Leste de São Paulo, e uma porta se abriu para poetas das periferias paulistas conquistarem o direito a voz na cena cultural da poesia falada. No condução deste desafio estavam, Emerson Alcalde, Vander Che e, posteriormente, Cristina Assunção e Uilian Chapéu.
A céu aberto, sem pagar por nada, dezenas de artistas, com reserva de vaga para pessoas trans, sob o olhar atento dos observadores de onde saem os jurados e juradas voluntárias que decidem a disputa, ouvimos suas vozes em rimas de resistência que denunciam o racismo, o machismo, a LGBTIfobia, a violência do Estado e falta de políticas públicas para promover emprego, renda e moradia.
Cada apresentação é precedida pelo grito de alegria:
– “Guile”
– “Manos”
– “Guile”
– “Minas”
– “Slam da Guilhermina”
Posteriormente a apresentação, os jurados proclamam suas notas, entre 0 e 10, o público não gosta de notas baixas e logo depois de um 9, a turma reage com um – CREDO! E depois de um 10, com o famoso – POW! POW! POW!
Os idealizadores do Slam da Guilhermina promovem oficinas escolares atraindo muitos jovens para a cena da produção cultural. Há 12 anos, a praça recebe os “guilemanos e guileminas” para saudar o próximo “slampeão ou slampeã”, e à luz da lamparina, vencedor ou vencedora, é ovacionado!
Cerca de cinco milhões de pessoas moram na Zona Leste de São Paulo. Quem mora na região gastou em média por dia, 3h no transporte público em 2022, 1h a mais que no ano anterior. Na zona Oeste, o gasto foi de 1h30 e na Zona Sul, 2h. Nós precisamos de mais poesia! Porque a vida vai além do trabalho! E o Slam da Guilhermina ensina que é necessário buscar soluções coletivas!
Pare no metro Guilhermina – Esperança uma vez por mês e ouça a voz da periferia!