Venezuela: Faleceu o Comandante Carmelo, um operário lutador, internacionalista e amigo
Faleceu hoje (17/10), em Cumaná, Venezuela, o Comandante Carmelo. Esse era o nome que ele começou a usar desde os tempos de sua curta passagem pelos movimentos foquistas.
O grupo se esfaleceu, Carmelo seguiu trabalhando na manutenção de navios em um estaleiro. Toda sua vida dentro dos barcos, com água até os joelhos e gerando mais valia, como ele dizia.
Carmelo era um estalinista convicto. Um estalinista diferente, pois era classista. No auge do chavismo dizia: não podemos apoiar um governo burguês!
Não tinha militância partidária e optou por criar a Escola de Formação Operária, de onde saíram diversos militantes operários.
Aos estudantes dizia: “vocês precisam ir trabalhar nas fábricas e aprender a ser classista”. E aos operários dizia: “Deixem as futilidades da vida de lado e estudem o marxismo. A classe operária só conta com vocês”
Em 2004 fez um ato para comemorar o aniversário da Escola. Estava toda a esquerda venezuelana que tentava se aproximar daquele grupo operário. Havia umas 70 pessoas, estava eu sentado lá no meio, sem nenhuma pretensão. De repente, solenemente anunciou que a Escola homenagearia uma outra organização proletária.
Tenho gravado a imagem dele entregando uma placa para a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI) por seu internacionalismo e classismo frente ao governo Chávez.
Parte dessa Escola saíram os fundadores da Unidad Socialista de los Trabalhadores, seção da LIT-QI na Venezuela.
Ao Leo, Anita e Luís – alunos da Escola de Formação Obrera – fica nosso abraço fraterno e reconhecimento que com Carmelo aprendemos a ser mais classistas e confiar no futuro que só a classe trabalhadora e seus melhores soldados podem oferecer.