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60 anos: Manifestantes foram às ruas do Brasil relembrar o golpe militar de 1964

Para que não se esqueça, para que não mais aconteça! Ditadura nunca mais!

Roberto Aguiar, da redação

4 de abril de 2024
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Ato público em Recife (PE) por memória, verdade e reparação às vítimas da ditadura militar instaurada com o golpe de 1964

Por memória, verdade e reparação às vítimas da ditadura militar instaurada com o golpe de 1964, foram realizados atos políticos em diversas cidades brasileiras, nos dias 30 e 31 de março e 1º de abril.

A militância do PSTU esteve presente nos atos. A história do partido, que tem início com a Liga Operária e a Convergência Socialista (CS), está relacionada com a luta contra a ditadura. Diversos militantes foram presos, torturados e exilados. Alguns já foram anistiados, a exemplo de Zé Maria, presidente nacional do partido. Outros seguem na lista por reparação e justiça.

No último dia 20 de março, a Comissão de Anistia reconheceu a perseguição sofrida por José Welmovicki, o Zezoca, na condição de jornalista da revista “Versus” e militante da CS.

Não é coisa do passado

Os atos foram importantes para lembrar o que significou o golpe militar de 1964 e, também, para cobrar reparação. Diferente do que disse o presidente Lula (PT), isso não é coisa do passado. Ao contrário, por não ter havido uma prestação de contas severa com os golpistas do passado e seus agentes, hoje temos a realização de ações golpistas como as de 8 de janeiro de 2023.

Esse é um assunto do presente. E, Lula, ao não querer lembrar o passado, desrespeita as vítimas da ditadura militar e demonstra falta de preocupação com o futuro. Lula aplica uma política de conciliação com militares e torturadores da ditadura, assim como com os golpistas do presente. Isso é inadmissível e só serve para fortalecer a extrema direita.

Enquanto o governo determinou a suspensão de eventos oficiais que lembrariam os 60 anos do golpe militar. Os clubes militares emitiram notas, chamando o golpe de “revolução” e de “movimento democrático de 1964”.

É preciso enfrentar os militares e a ultradireita com a mesma firmeza com que devemos combater essa postura conciliatória do governo Lula. Não é possível passar uma borracha nos crimes cometidos pelos militares na ditadura.

Por memória, verdade e justiça

Por mais que queiram (militares e governo Lula), não há como esquecer o passado. E é muito importante lembrar, sempre, para que não volte mais a acontecer. Por isso, é preciso seguir e fortalecer a luta por memória, verdade e justiça. Uma luta que precisa ser independente do governo, que, hoje, concilia com os militares.

É preciso cobrar do governo Lula a reparação às vítimas da ditadura, com anistia daqueles e daquelas que ainda não foram reparados. Precisamos, também, exigir a recriação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que foi encerrada por Bolsonaro. Já temos um ano e três meses do governo petista e a Comissão não foi reaberta.

Não podemos aceitar anistia ou conciliação com os golpistas do passado e nem do presente. Prisão de Bolsonaro e todos os golpistas, já!

O PSTU seguirá sendo parte dessa luta, que é parte da nossa história. Para que não se esqueça, para que não mais aconteça. Ditadura nunca mais!

Nas ruas

Veja como foram os atos pelo país

SÃO PAULO (SP)
No dia 31/03, foi realizada a “Caminhada do Silêncio”, que saiu do antigo Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na Rua Tutóia, em direção ao Monumento em Homenagem aos Mortos e Desaparecidos Políticos, no Parque Ibirapuera.

Já no dia 1º de abril, foi a vez do bloco “Cordão da Mentira” ocupar as ruas da capital paulista, com o tema “De golpe em golpe: Tá lá um corpo estendido no chão”. O bloco saiu em caminhada da Rua Maria Antônia, onde ocorreu a batalha entre estudantes da USP e do Mackenzie, contrários e a favor da ditadura, em 1968; e encerrou no Memorial da Resistência, no bairro da Luz.

NATAL (RN)
Na capital potiguar, o ato em memória das vítimas do golpe militar de 1964 foi realizado no dia 1º de abril, na Praça Pedro Velho.

Natal (RN)

RIO DE JANEIRO (RJ)
O ato foi realizado no dia 1º de abril, em frente ao prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

SALVADOR (BA)
No dia 1º de abril, foi realizada a “Caminhada do Silêncio”, que saiu da Praça da Piedade em direção ao Monumento dos Mortos e Desaparecidos Políticos Baianos, localizado no Campo da Pólvora.

Salvador (BA)

BELO HORIZONTE (MG)
Na capital mineira, o ato foi realizado no dia 1º de abril, em frente ao prédio do antigo DOPS.

Belo Horizonte (MG)

RECIFE (PE)
O Memorial Jonas e Ivan, localizado na Avenida Dantas Barreto, foi o palco do protesto realizado na capital pernambucana, no dia 1º de abril.

BELÉM (PA)
O ato foi realizado no dia 31 de março, na Praça da República.

Belém (PA)

CRICIÚMA (SC)
Na cidade catarinense, o ato foi realizado no dia 30 de março, no Monumento dos Desaparecidos Políticos, localizado na Avenida Universitária.

FLORIANÓPOLIS (SC)
Na capital catarinense, o ato em memória das vítimas da ditadura militar foi realizado no dia 1º de abril.

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