Internacional

Argentina: Greve Geral contra pacotaço de ataques de Milei mostra força da classe trabalhadora

Manifestações de solidariedade ocorreram em várias partes do mundo

Redação

25 de janeiro de 2024
star5 (11 avaliações)

A Argentina parou nesse dia 24 de janeiro no que foi a primeira Greve Geral e jornada de mobilização enfrentada por um governo recém-eleito, no caso a 45 dias da posse do presidente de extrema-direita Javier Milei. As sucessivas ameaças e tentativas de intimidação do governo contra entidades e dirigentes sindicais e populares, assim como o “protocolo antipiquete” acionado pelo Ministério da Segurança comandado por Patricia Bullrichi, não foram suficientes para barrar a paralisação que contou com a participação de 1,5 milhão de trabalhadores no país, sendo 350 mil só na capital Buenos Aires.

O país enfrenta uma grave crise econômica e social fruto de sucessivos governos neoliberais, de direita ou “esquerda”, aprofundada no último período pela maxidesvalorização imposta pelo governo Milei, que significou uma brutal queda nos já castigados salários e renda da grande maioria da população e, de outro lado, um salto numa inflação que já marcava 211% no ano passado.

O governo tenta impor, no Congresso, a “Lei Ônibus” e o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que, juntos, representam um ataque sem precedentes à classe trabalhadora e ao conjunto da população, entre outras medidas desmontando e entregando serviços e empresas públicas, demitindo milhares de servidores públicos, extinguindo leis trabalhistas, reduzindo aposentadorias, benefícios e direitos sociais, atacando ainda o direito à greve, organização e mobilização.

Saiba mais

Argentina: Por aumento salarial de 100% já! Abaixo o DNU e as leis antioperárias!

O dia 24 contou com a paralisação massiva dos trabalhadores dos setores públicos, bancários, trabalhadores da saúde, aposentados, além dos trabalhadores desempregados e dos transportes, que funcionaram parcialmente até as 19h e paralisaram o restante do dia. Forças policiais, amparadas no “protocolo antipiquete” tentaram barrar a entrada de centenas de ônibus na capital, para o ato marcado à tarde na Praça do Congresso, assim como vários pontos da cidade, a fim de obstruir a passagem dos manifestantes, mas foi em vão.

Mar de gente contra Milei

Os trabalhadores e a população tomaram a Praça do Congresso com palavras de ordem contra Milei e seus ataques, entoados sob gritos inspirados nas tradicionais torcidas de futebol. O dirigente metroviário, Altino Prazeres, e a professora Kátia Sartori, militantes do PSTU, estiveram no protesto em Buenos Aires a fim de prestar solidariedade ativa à classe operária argentina, juntando-se ao bloco do PSTU-Argentina, partidão-irmão no país e integrante da LIT-QI.

Além da capital, ocorreram manifestações em praticamente todas as regiões do país, como em Neuquén e Comodoro Rivadavia.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por PSTU (@pstu.arg)

Milei sofre reveses, mas ataque continua

Dias antes da Greve Geral, o governo Milei apontou para alguns recuos na “Lei Ônibus”, modificando, por exemplo, o decreto de “Estado de Emergência Econômica” de 4 anos para 1. Também retira a petroleira YPF da lista de empresas a serem privatizadas, mas mantém outras 40. A revogação dos aumentos trimestrais nas aposentadorias, a fim de acompanhar a inflação, também foi deixada de lado. A intensa mobilização do setor cultura também derrubou o ataque de Milei ao Instituto de Cinema e Artes Audiovisuais (INCAA), fundamental para o importante cinema produzido no país.

A Justiça também declarou a invalidade de seis artigos do DNU que trata sobre leis trabalhistas, como o que substitui o pagamento de horas extras por banco de horas, o que revoga as convenções coletivas de trabalho, o que restringe a realização de assembleias e congressos de entidades sindicais para que não “prejudiquem” as atividades das empresas, e outros pontos que, na prática, criminalizam o direito de greve.

Apesar do recuo de Milei e dos reveses do governo na Justiça, o grosso do DNU e da “Lei Ônibus” continuam em vigor e tramitando no Congresso. A Greve Geral deste dia 24 foi importante e mostrou, a despeito das direções da CGT e demais entidades de classe, a força da classe operária argentina. Mostrou, sobretudo, que só a ação direta da classe e do povo pobre pode derrubar de vez o conjunto de ataques de Milei às condições de vida, direitos e liberdades democráticas do povo argentino.

Solidariedade Internacional

A Greve Geral desse dia 24 na Argentina contou com a solidariedade de trabalhadores em diversas partes do mundo, com atos em consulados e embaixadas na América Latina e Europa.

Em São Paulo, o ato aconteceu na Av Paulista

No Rio de Janeiro, ato aconteceu no Edifício Argentina

Ato na capital mineira

Ato na Praça Sete em apoio à greve geral na Argentina

Solidariedade à luta do povo argentina em Porto Alegre

Pelo mundo

Ato na Embaixada argentina na Colômbia

Solidariedade aos trabalhadores argentinos, no Paraguai

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LITCI (@lit.ci)

Uruguai

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LITCI (@lit.ci)

Costa Rica

Ato em Roma

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LITCI (@lit.ci)

Grande ato em frente ao Consulado do país na França

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LITCI (@lit.ci)