Rio de Janeiro

Aumenta o desemprego no Rio de Janeiro

psturj

16 de maio de 2022
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“Fome não é por acaso”. Fotografia de Fabricio Britto Goyannes (@fabriciogoyannes)

Esse número, 14,9%, está bem acima da média nacional, que foi de 11,1%, e bem pior que os já ruins índices de São Paulo (10,8%), Minas Gerais (9,3%) e Espirito Santo (9,2%). Se comparado ao último trimestre do ano passado, o Rio registou queda em 9 dos 10 setores profissionais pesquisados. Para se ter uma ideia, na indústria o recuo foi de 52% (!) e, nos serviços domésticos, de 42%.

Se tomamos em conta que um número cada vez maior de trabalhadores se encontra em trabalho informal, que uma parte inclusive desistiu de procurar emprego, veremos que, na verdade, esse índice não representa sequer a metade do verdadeiro número dos desempregados de nosso estado.

Pacto Rio – A maquiagem de Cláudio Castro que nem sai do papel

Enquanto isso, Cláudio Castro tenta convencer a população de que a realidade é bem outra. Nas entrevistas anuncia que o estado “recuperou 100% das vagas fechadas durante a pandemia” e “que o Rio de Janeiro voltou a ser polo de investimento”. Por outro lado, tenta se utilizar dos recursos da privatização da CEDAE para lançar um projeto eleitoreiro, o Pacto Rio. É um programa lançado em agosto do ano passado que anuncia investimentos bilionários em saúde, segurança e obras de infraestrutura e mobilidade. A própria imprensa denuncia que nenhuma dessas obras saiu do papel, mesmo após sete meses de anúncio do plano. Na verdade, Castro está utilizando esses recursos da venda criminosa da CEDAE como moeda de troca para amarrar apoio de vários prefeitos do interior e da Baixada fluminense a sua candidatura.

É preciso garantir condições de vida aos desempregados.

Diante desses números verdadeiramente assustadores, é preciso tomar medidas. Os desempregados precisam ter meios para sobreviver. Todas as taxas pagas pelos desempregados – luz, água, internet, transporte – devem ser suspensas. Todo desempregado deveria receber um seguro desemprego no valor que recebia antes até que tenha um novo emprego.

Além disso, é preciso reverter a (contra) reforma trabalhista que avançou na já precária legislação trabalhista brasileira. Nenhum trabalho precário! Garantia de que todos os trabalhadores tenham carteira de trabalho assinada. Direito a férias, 13º, FGTS. É preciso acabar com todo trabalho precário e com toda terceirização, garantido a esses trabalhadores pleno direito.

Mais ainda, a legislação brasileira sempre oi draconiana. O empregador contrata e demite a seu bel-prazer. Cai sempre nas costas do trabalhador o ônus das crises que os patrões criam. É preciso proibir a demissão dos trabalhadores, estender o direito à estabilidade a todos os trabalhadores.

Redução da jornada de trabalho sem redução de salário e plano de obras verdadeiramente públicas

Mas não basta ter um plano de assistência aos desempregados e de preservação dos empregos existentes. Precisamos criar emprego. E é possível. Duas medidas poderiam garantir isso, uma é uma redução da jornada de trabalho. Se reduzíssemos a jornada de trabalho em 2 horas, criaremos 20% a mais de emprego no país.

Outra medida possível é um amplo plano de obras públicas, que poderia criar milhares de empregos no estado. O Rio, com seu déficit habitacional, sua falta de creches e hospitais, com sua rede de saneamento precária, precisa de um amplo investimento em estrutura e infraestrutura, o que poderia criar milhares, senão milhões de empregos.

Porém, um plano de obras não pode ser, como historicamente, um mecanismo de transferência ainda maior de dinheiro público para os bolsos de empresários da construção civil. Aliás, o histórico de nosso Estado deixa claro que foram os recursos das obras faraônicas da Copa e das Olimpíadas que se transformaram numa imensa fonte de corrupção.

Um plano de obras públicas precisa, em primeiro lugar, ser discutido com os movimentos sociais que lutam pela moradia, saúde, educação; que têm uma visão clara de quais as maiores necessidades. E as obras precisam ser realizadas por mão de obra contratada diretamente pelo Estado ou em forma de mutirões, em vez de serem propostas e executadas pelas empreiteiras.

De onde tirar o dinheiro?

Alguns podem perguntar: de onde tirar o dinheiro para garantir salários e direitos aos desempregados e para fazer um plano de obras públicas? A resposta é: dos ricos!

No Rio de Janeiro, 11 bilionários têm 400 bilhões de reais! Com esse dinheiro, seria possível resolver todos os principais problemas estruturais do estado. Mas isso não é tudo, não é só que os ricos não pagam a crise, eles são beneficiados permanentemente pelo estado. O Rio de Janeiro perdeu, na década passada, mais de 200 bilhões em isenção fiscal para grandes empresas.

Nós dizemos categoricamente: essas isenções fiscais foram um crime, assim como é um crime 11 pessoas terem mais dinheiro que todo o estado do Rio (o orçamento do estado do Rio de Janeiro é de 80 bilhões de reais).

Num momento como agora, é preciso escolher um lado: o lado dos mais de 1 milhão de trabalhadores desempregados ou o lado dos 11 bilionários do Rio de Janeiro. Somos nós ou eles. É preciso ter lado!